Flashback-Luanda 2001Paula:
Eu não podia negar um prato de comida nem um copo de água nas condições em que me encontrava ainda mais com uma criança. O tropa que depois identificou-se como Lunga ofereceu um prato com pirão de milho,carne e feijão, deu-nos uma garrafa de água e disse que o chamasse assim que terminasse de comer.
___Muito obrigada,repus as energias __Disse satisfeita
Ele perguntou-me de onde vinha,contei-lhe a minha história...
___Somos irmãos,eu também faço parte do povo luvale, sai do moxico aos 15 anos e vi todas as guerras, meus pais os deixei na vizinha lunda sul mandei cartas,muitas cartas mas não obtive respostas,estou à espera do tal de acordo de paz para voltar nas terras que me viram nascer e ver minha família ___Disse com um tom melancólico
___Eu também espero um dia voltar a minha terra.__Pausa e continua:
___Agora tenho de ir embora,o sol já se pôs e eu preciso procurar um lugar seguro para dormir com a minha filha.____Nenhum lugar é seguro em tempo de guerra,embora parece tudo mais calmo que antes nunca se sabe quando é que os inimigos voltam a atacar...
___São todos inimigos,os vossos Matam tanto quanto os deles. Na guerra ninguém é tão santo __Disse olhando para longe
___Xiii... não fala assim aqui.___Repreendeu
___Preciso aproveitar a pouca clareza do dia que restou para caminhar até algum lugar,mais uma vez muito obrigada pela refeição.
___Podes ficar aqui a dormir,amanhã cedinho depois vais embora.__Disse sorridente
___Nao te vou arranjar problemas com outros tropas?__Perguntei preocupada
___Não se preocupa,você vem da mesma terra que eu,somos irmãos se não for eu a ajudar quem o fará?
Amanhã cedinho assim que os galos cantarem eu vou embora __Disse segurando forte suas mãos
___Aqui na cidade os galos não cantam kkk é mais fácil acordares com buzinas de carros do que com o cântico dos galos __Disse sorridente
Enquanto falava levou-me para um quartinho que ficava numa área muito reservada de fortaleza, deve ser onde trocam as fardas-Pensei
___Aqui estarás segura até amanhecer,agora descansa eu vou voltar ao meu posto de trabalho.
___Muito obrigada,senhor Lunga.
[...]
Estendi um pano no chão e com o outro cubri Fayola,era quase impossível pregar os olhos tinha muito mosquito no lugar ,quando finalmente consegui fechar os olhos senti umas mãos ásperas tocarem meu rosto,abri os olhos assustada___Se você gritar vou te matar ___Sussurou no meu ouvido
___Por favor não me faças mal ___Disse assustada
___Cala a boca,filha da puta! ___Disse me apertando a boca com muita força
Subiu o vestido que eu usava,retirou a peça íntima,abaixou suas calças
___Por favor,não faças isso ___Disse lacrimejando
___Eu já mandei calar a boca.. ___Disse mais alto
Entrou um outro tropa,o primeiro era o rude que me atendeu no portão quando aqui cheguei,o segundo que acabara de entrar começou a rir alto
___Também quero___Disse batendo nos ombros do companheiro
O tropa rude fez-lhe um sinal com a cabeça e ele ficou atrás de mim agarrando com muita força os meus braços enquanto,nisso o tropa finalizava seu ato cruel, enfiava seu órgão genital na minha intimidade com muita força,os movimentos se intensificavam cada vez mais até que senti seu corpo ainda fardado repousar sobre o meu
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A Procura de Miranda
RomanceApós a devastadora guerra civil em Angola em 1975, Paula e sua família enfrentam uma jornada tumultuada pelo país, sobrevivendo nas matas do Huambo. Seus sonhos são dilacerados pelas marcas de cada guerreiro, mas um falso conforto surge quando ela s...