73 × last match of the year

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O Campeonato Brasileiro já estava chegando ao final, tínhamos somente mais um jogo, e seria contra o Flamengo, novamente

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O Campeonato Brasileiro já estava chegando ao final, tínhamos somente mais um jogo, e seria contra o Flamengo, novamente. Eu não iria trabalhar e nem para o estádio, nos últimos dias começaram os meus enjoos, e eu não estava afim de vomitar na beirada do campo. Rodrigo entendeu totalmente, e fui para o jogo; ele ficaria no banco, sendo ele e o Vilhena as opções de reserva do Rato. Eu tinha plena certeza de que o Vilhena entraria, e o Rodrigo não.

Eu estava sozinha em casa, então aproveitei para arrumar tudo o que eu havia trago. Eu já tinha organizado boa parte do closet; agora, eu arrumaria o escritório que o Rodrigo mandou fazer para mim. Ele ficava do lado de fora da casa, o que ajudava muito, porque eu conseguia equilibrar o tempo de trabalho.

Coloquei tudo o que eu precisava dentro de uma das malas e fui até o escritório. Eu não iria carregar caixas pesadas sozinha. Abri as portas e janelas, liguei a TV e coloquei no canal que passaria o jogo. As paredes estavam pintadas em um cinza escuro e branco, as cortinas tinham blackouts, e o ar-condicionado já estava ligado. Abri a mala, vendo as coisas que iriam para a estante de livros: os boxes comemorativos do Harry Potter, Senhor dos Anéis, Percy Jackson e Sherlock Holmes, algumas HQs da Marvel e DC, e outros livros que li na minha adolescência. Além dos funkos, action figures e outros enfeites.

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— LUCIGOL, PORRA! - gritei ao ver o gol.

O jogo já havia passado da metade, e essa foi uma das melhores jogadas que tivemos após um cruzamento entre Patryck, Rato e Luciano. Eu só olhava para a TV quando o lance era perigoso.

Acabara de organizar minha estante, faltando apenas alguns quadros com fotos e um espelho. Os quadros eu colei com fita dupla face, e o Rodrigo colocaria o espelho para mim.

— Sai Patryck para a entrada de Erison e sai Juan para a entrada de William Gomes, esse é o segundo jogo do menino da base.

Peguei meu celular e comecei a gravar um story do William entrando em campo.

— Vocês estão vendo o meu filho, né? Nem parece que me ligou desesperado porque poderia entrar hoje. - dei risada, ainda filmando a TV.

No meio do jogo, Patryck saiu para a entrada de Welington, Luciano deixou o campo, e quando olhei, Negrucci estava prestes a entrar. Peguei o celular novamente.

— Professor Dorival! - eu tremia o celular. — Eu sou uma mulher grávida, não faça isso comigo. Eu não estava preparada para ver os meus dois filhos em campo. - virei a câmera para mim e fiquei na frente da TV.

Gravei mais um pouco e deixei o celular de lado. Continuei a arrumar o escritório, indo e voltando com a mala. Kass estava correndo em volta da piscina cercada; desde que começou a ficar, antes de nos mudarmos, descobri que ela se acha um peixe. Toda vez que não estávamos olhando para ela, pulava na piscina.

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Tinha acabado de sair do banho quando a Kass começou a latir; o Rodrigo havia chegado. Eu estava na frente do espelho, de lado, observando o tamanho que a minha barriga estava começando a ter; eu já estava com quatro meses. Não conseguimos descobrir o sexo ainda, porque em todos os ultrassons, as perninhas estavam cruzadas, mas tínhamos escutado o coraçãozinho batendo. O tanto que eu e o Rodrigo choramos não tinha explicação.

✔︎ | podcast × rodrigo nestorOnde histórias criam vida. Descubra agora