ᴅᴏɪs

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ʟᴀᴠíɴɪᴀ ғᴇʀʀᴀᴢ📍 𝘚ã𝘰 𝘗𝘢𝘶𝘭𝘰, 𝘉𝘳𝘢𝘴𝘪𝘭

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ʟᴀᴠíɴɪᴀ ғᴇʀʀᴀᴢ
📍 𝘚ã𝘰 𝘗𝘢𝘶𝘭𝘰, 𝘉𝘳𝘢𝘴𝘪𝘭


Acordei e foi a pior coisa.

Já levanto com a cabeça no terrível fato de que estou morando na casa de alguém, estando desempregada.

Não posso morar aqui deixando a Mayara pagar todas as contas, enquanto eu não tenho um centavo pra ajudar.

Devo logo procurar um emprego, independente de qual seja, o primeiro que vier eu aceito.

May saiu logo cedo para o trabalho e me avisou rapidinho que já tinha café da manhã pronto, o quarto que tá reservado pra mim, tava todo arrumadinho quando eu entrei ontem, ela preparou tudo com tanto carinho, que tenho vontade de chorar.

E eu não vou ficar aqui de jeito nenhum sem nenhum trabalho, morando aqui sem fazer absolutamente nada pra ajudar.

Minha cabeça ainda tá doendo por lembrar de toda a tortura psicológica que minha mãe fez ontem antes de eu vir embora, ter deixado meu irmão lá, a única pessoa em que sentirei falta, a mudança, a preocupação em estar desempregada, tudo. Eu fico desorientada.

Confesso que ficar por enquanto sozinha em casa sem a companhia da minha amiga, me deixa um pouquinho triste e solitária. Sei que ela não tem todo tempo do mundo mesmo estando no trabalho, mas eu sinto falta mesmo assim.

É uma sensibilidade fora do comum, já está no meu DNA.

Levanto com um olho aberto e outro fechado enquanto ando até a cozinha, minha cabeça toda dói, meus ombros, braços, pernas, peito, tudo dói e eu mal acordei e já tô com uma vontade imensa de chorar.

Não tem ninguém aqui. Eu não tô mais em casa tendo que segurar o choro enquanto tem pessoas pela casa que não podem me ver chorando. Eu tô em "paz" agora, em um lugar diferente, posso chorar a vontade, então eu me permito desabar assim que sento na mesa da cozinha.

A sensação de solidão me invade novamente. De desespero, exaustão, dor, sensibilidade, todos os sentimentos ruins me invadem e quando começo a soluçar, não paro.

Quando começo a chorar pelo grande fardo de problemas que tenho em minha vida, eu não consigo parar tão cedo, a crises são fortes e eu quase não consigo me mover direito.

E não consigo pedir ajuda, nem pra May. E é óbvio que quando ela chegar aqui perguntando se eu fiquei bem, eu vou responder sim, que fiquei bem.

Eu sempre trago uma energia ruim quando estou com as pessoas, sempre tento falar coisas boas e engraçadas quando tô com a May, mas mesmo assim eu acabo falando algum problema meu e estrago o clima todo.

Por isso quando tenho crises fortes assim, é melhor ficar calada. Se virar sozinha, se acalmar sozinha, como sempre foi, desde quando era criança. Ninguém tem obrigação de me ajudar.

𝐒𝐇𝐀𝐌𝐄𝐋𝐄𝐒𝐒 • 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀 Onde histórias criam vida. Descubra agora