ᴠɪɴᴛᴇ ᴇ ᴜᴍ

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Escrevi esse capítulo ouvindo "iguaria" da Luísa

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Escrevi esse capítulo ouvindo "iguaria" da Luísa. Se quiserem ouvir pra conseguir viver melhor o momento deles, é só dar play:)

ʟᴀᴠíɴɪᴀ ғᴇʀʀᴀᴢ
📍 𝘚ã𝘰 𝘗𝘢𝘶𝘭𝘰, 𝘉𝘳𝘢𝘴𝘪𝘭


No caminho pra casa, todos os meus pensamentos assombraram a minha cabeça. Pensar que nunca tive de fato uma família feliz, que nunca recebi carinho e amor de pai e mãe na infância e na adolescência, e que me trouxe tantos traumas que já me fez perder tantas pessoas que não suportaram ficar perto de alguém tão fodida na vida.

Tudo isso sempre foi facadas em mim, e de repente com a volta do meu pai e tudo vir a tona novamente, o plano de tentar esquecer tudo, caiu.

Enquanto sento no chão em frente a porta do apartamento, percebo minha respiração começar a ficar desregulada, em um nível mais forte, tento puxar o ar pela boca e não consigo, a falta da ar começa a ficar mais intensa e também percebo minhas trêmulas e quase travadas.

Não. Uma crise agora não.

Numa tentativa falha de me levantar, minhas pernas enfraquecem e sinto meus soluços ficarem mais intensos, tento passar as mãos no rosto numa tentativa de limpar as lágrimas, e sinto uma dor aguda na cabeça, me fazendo praticamente deitar sobre o chão, chorando e soluçando.

Qualquer um que aparacer aqui e me ver assim, achará que sou louca, mas eu nem consigo me importar com isso no momento, só consigo chorar enquanto tudo em mim dói, tudo.

- Lavínia?

Não consigo levantar minha cabeça pra ver quem me chama, só consigo sentir segundos depois, duas mãos fortes levantando o meu rosto e ao mesmo tempo tentando erguer o meu corpo.

- Lavínia? O que aconteceu? Lavínia? - ele toca o meu rosto tentando limpar minhas lágrimas e só depois consigo raciocinar e ver que é o Raphael na minha frente - o que aconteceu, hein? Porque tá chorando tanto?

Não demora pra ele perceber a minha falta de ar e os soluços constantes, e o quanto estou tentando respirar.

- Calma, respira - tenta me fazer olhar em seus olhos e regular minha respiração - inspira e respira - tento o acompanhar, mas meus soluços fortes acabam atrapalhando e só consigo chorar mais - calma, Lavi, calma.

Meu corpo trêmulo e a falta de ar, quase não me deixam prestar atenção no apelido que ele acabou de me chamar, mas não deixo de notar que é a primeira vez que ele me chama assim enquanto segura meu rosto delicadamente.

- Respira comigo - continua tentando regular minha respiração - tá tudo bem, hum? Eu tô aqui - enxuga de novo as lágrimas que descem do meu rosto - isso, respira - diz com uma expressão que diria aliviada, ao ver que estou quase conseguindo respirar.

Que loucura. As mãos dele segurando meu rosto me acalmam, a forma como me chamou pelo meu apelido me acalmou, a forma como disse que está aqui e como tentou me acalmar, de fato me acalmou.

𝐒𝐇𝐀𝐌𝐄𝐋𝐄𝐒𝐒 • 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀 Onde histórias criam vida. Descubra agora