ᴠɪɴᴛᴇ ᴇ ᴄɪɴᴄᴏ

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Leiam as notas finais

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Leiam as notas finais.

ʟᴀᴠíɴɪᴀ ғᴇʀʀᴀᴢ
📍 𝘚ã𝘰 𝘗𝘢𝘶𝘭𝘰, 𝘉𝘳𝘢𝘴𝘪𝘭


Minha cabeça gira por dentro. Dói. Cria inúmeras paranóias e me autosabota, me fazendo pensar apenas em negatividade.

Mas na real, não existe nenhuma positividade nessa situação. Nada de bom consegue vir na minha cabeça em relação em estar grávida. Com 20 anos de idade, sem casa própria, sem ter um psicológico preparado pra isso, não tem nada de favorável nessa situação.

Quero que seja tudo, menos gravidez. Não consegui dormir a noite inteira querendo que tudo fosse uma mentira, desejando que nada disso tivesse acontecido. Quero que seja mais um sintoma de ansiedade, que seja algum outro problema de saúde no meu corpo, ou que seja por conta do queijo que comi a alguns dias atrás, que seja a pressão que coloco em mim mesma no trabalho, que seja tudo, menos gravidez.

Eu não posso estar grávida agora, não posso.

Pensar no Raphael em meio a essa situação só piorou essa atmosfera de negatividade em minha mente. Me perguntei inúmeras vezes o que ele iria pensar se soubesse, como iria reagir, se acreditaria em mim.

Meu corpo treme mais ainda em pensar no que venho sentindo ultimamente. Intensidade é um dos meus piores defeitos e já me casou muitos problemas, como abandono. O Raphael me faz bem e satisfeita de uma maneira muito louca, e isso me assusta muito, porque eu só queria não me apegar tão rápido ás pessoas, isso me torna fraca, emocionada, frágil, sensível.

E na realidade eu não sei o que é isso, esse sentimento, esse desejo de estar perto dele de novo, não só na cama, mas... Queria mais uma doze daquele dia, em que cozinhamos juntos, assistimos os meus filmes preferidos juntos e... Ele... Me acolheu, me abraçou, e fez eu me sentir segura.

Será que seria da mesma forma agora? Ele iria entender e me abraçar de novo?

Tenho certeza que não.

Como reagir de uma maneira normal depois de descobrir que uma garota que você conheceu a pouco tempo já está esperando um filho seu?

Tento controlar ao máximo as lágrimas fujonas querendo escapar dos meus olhos enquanto espero sentada para fazer meu exame de sangue, e tirar essa dúvida o mais rápido possível.

Mas é incontrolável. Assim que chega a minha vez de entrar na sala, assim que a enfermeira começa a retirar meu sangue, as lágrimas escapam, e é impossível ninguém notar a angústia em meu olhar.

— Tá tudo bem, moça? — a mulher pergunta depois de retirar meu sangue.

Apenas afirmo com a cabeça, evitando ao máximo tocar nesse assunto.

As paredes dessa sala parecem isolar e apertar mais ainda essa dor dentro de mim, como se estivesse pressionando a ferida contra a pele. O cheiro do álcool me incomoda junto nos equipamentos médicos, meu coração acelerado bate tão forte em mim que quase se dá pra ouvir, e parece que qualquer pessoa pode escutar o choro interno dentro de mim.

𝐒𝐇𝐀𝐌𝐄𝐋𝐄𝐒𝐒 • 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀 Onde histórias criam vida. Descubra agora