Loved, Loving, will Love | MOONSUN

#8

9 de março

MOONBYUL

Como sempre, eu estava distraída no twitter rolando a timeline, vendo reclamações alheias e notícias irrelevantes dos sites de fofoca enquanto ia rumo o ponto de ônibus, até que uma mão puxou meu ombro. Eu estava rindo de uma imagem estupidamente engraçada quando me assustei e meu sorriso se sessou. Wheein que andava ao meu lado xeretando a tela do meu celular arregalou os olhos.

Me tornei uma estátua quando vi aquele ser sorridente em minha frente. Era a fucking Kim Yongsun. Jung bufou cruzando seus braços. 

— Moon Byulyi, posso te pedir um favor?

Travei.

Por que ela estava falando comigo?

— Não, não pode. — Wheein interrompeu de cara feia.

— Não escuta ela, claro que pode! — Sorri amarelo pisando no pé da meliante que quase estragou tudo. Kim riu numa delicadeza que me deixou ainda mais apaixonada.

— Então, você pode me ajudar a estudar para a prova de inglês? — Ela me olhava igual meu cachorrinho implorando por petisco e isso é um elogio. — Eu faltei na última aula e fiquei sabendo que o professor passou uma revisão... Você se importa?

— Ela faltou ontem? — Wheein ousou apontar seu dedo sujo para a maior beldade daquele colégio e ainda fez uma feição de desgosto. — Você é tão irrelevante que nem te vi. — Ela realmente achou que Yongsun cairia nesse papinho? Por onde ela e suas amigas passam elas chamam atenção.

Jung Wheein, uma hora você me infarta!

Revirei os olhos e a encarei.

— Claro que eu te ajudo, Yongsun! Sem problema algum! — Tornei a olhar para Kim. Estava sorridente e eufórica, mesmo que eu não soubesse um nada do que o professor havia explicado eu me esforçaria para ajudá-la já que estaria passando um tempo com Yongsun. Tudo que pedi a todas as divindades possíveis.

— Muito obrigada, sério! — Deu pequenos pulinhos. — Segunda-feira depois da aula podemos nos encontrar aqui na biblioteca da escola? — Apontou para trás, rumo a entrada do colégio. — Eu gosto de estudar lá... tudo bem?

— Pode ser, pode ser! — Eu estava quase levitando de alegria.

Ainda sorridente, Yongsun juntou suas mãos e se curvou agradecendo. Assim que ela se despediu e virou as costas, Wheein me encarou com aquele olhar fuzilador e punitivo de quando eu faço alguma cagada.

— O que foi isso?! — Quase gritou.

— Desculpa, mas você sabe como é...

— Como você pode ser apaixonada numa babaca que só beijou uma vez, e pior, que namora? — A cada palavra ela depositava um tapa em meu ombro.

Eu sei que Wheein tem sérios problemas e traumas relacionados às amigas da Yongsun mas ela entrou recentemente no grupo e nunca fez nada. Eu amo minha amiga mas essa é a minha única chance.

Assim que cheguei em casa me tranquei no quarto e assisti todas as videoaulas existentes no youtube sobre o tema da prova. Eu estava preparada para mais uma nota mediana mas se eu tenho que estudar para encontrar a Kim, é isso que eu vou fazer.

[...]

10 de Março

YONGSUN

Eu estava muito animada, não sabia se suas intenções eram as mesmas que as minhas mas meu coração estava esperançoso. Minha consciência estava limpa já que me fiz acreditar que por ser o próprio Hendery que sugeriu que algum outro aluno da turma me ajudasse, eu tinha passe livre para estar com Moon Byulyi e quem sabe até mesmo voltar para aquela noite naquela festa.

Era tudo que eu queria. Por favor, Byulyi, queira o mesmo!

Os cadernos já estavam abertos sobre a mesa e Byulyi folheava meu livro.

— Não sei se sou boa professora.

— Vamos descobrir então. — A olhava distraída. — Se você for boa em dar aula irei te pedir ajuda outras vezes... — Sim, isso conteve segundas intenções e eu espero que ela tenha pegado.

— Farei o meu melhor! — Seu olhar desviou das palavras impressas e fitou meu rosto. — Vai ser bom ter um emprego provisório. — Eu ri envergonhada com seu comentário. — E você vai me pagar como? — Byul curvou seus lábios de uma forma maliciosa ao arquear as sobrancelhas.

Ela notou a segunda intenção! Ahhhhhhhhh!! É festa!!!!!

— Que tipo de pagamento você quer? — Também arqueei a sobrancelha ainda com um sorrisinho de lado no rosto.

Voltou a folhear o livro com aquela maldita cara safada e tentadora. Não me respondeu.

— Seja uma boa professora e nos veremos mais vezes. — Retruquei colocando os fios soltos de seu cabelo para trás da orelha. Ela permaneceu estática olhando para a folha.

Tentamos estudar por quase uma hora mas piadas maliciosas, olhares e risadinhas bobas ocuparam 90% do tempo. Essa garota estava me deixando louca!

Ela estava realmente explicando bem mas eu não conseguia entender uma palavra pois minha cabeça planejava como seria a melhor forma de a beijar.

Quando estou com a Moon não penso em mais nada, Hendery não existe. Quando estou com ele minha consciência começa a pesar porque Byulyi ainda assim não sai da minha mente.

Borboletinhas nasciam em meu estômago toda vez que ao falar ela me olhava nos olhos. Eu podia ver seu olhar passear para minha boca e então retornar para minhas pupilas dilatadas e aquilo apenas me encorajava mais.

— Não quer dar uma pausa? — Questionei tirando o lápis de sua mão.

Arrepiei até onde eu não sabia que era capaz de se arrepiar quando Byul simplesmente ajeitou sua postura me encarando.

— Estou tão cansada... — Continuei. — Preciso de um intervalo. — Deixei o lápis sobre a mesa e toquei sua mão.

Eu nunca havia me interessado por nenhuma garota, isso tudo era novo para mim mas com ela as coisas estavam indo como se fosse algo rotineiro, como se Hendery não existisse.

— O que isso quer dizer? — Ela riu notando nossas mãos sobrepostas.

— Quer dizer que eu não aguento mais falar de inglês, sabe?! — Acariciei sua pele olhando alguns band-ais em seus dedos.

— E do que quer falar?

— Sobre a festa. — Eu disse de forma corajosa. Seu semblante mudou, seu sorriso sumiu e seu olhar se tornou tenso. Entreabriu seus lábios puxando o ar, ela tentou dizer algo mas logo desistiu, igual aquele dia no vestiário.— Sobre a última festa da Yeji.

Ela recolheu sua mão. Eu a deixei nervosa? Byulyi parecia assustada e essa não era minha intenção. Aproximei minha cadeira da sua.

Com os olhos ela traçou um caminho que partiu da minha mão (que pousou sobre sua coxa) até meu rosto corado.

— Nós nos beijamos naquele dia... — Aproximei meu corpo do seu.

— Nos beijamos... — Tornou a fitar meus lábios.

— Moon, eu quero te perguntar uma coisa. — Meu rosto já estava próximo do seu. A biblioteca estava escura, a pouca luz vinha das janelas cobertas por cortina e a luminária da nossa mesa. — Eu posso te beijar mais uma vez?