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    UMA VIDA POR MEIO DA MORTE


   Ele encerrou a chamada e suspirou olhando para a pilha de projetos em sua mesa para revisar. Era quase hora do almoço e ele nem havia feito a metade. Se Sumni visse aquilo, era um motivo de bronca. Mas ele não estava com paciência para tantos traços. Pegou no telemóvel fixo e ligou para a sua secretária.

"Senhorita Rosé, por favor cancele qualquer pedido para mim"

"O senhor gostaria que eu agendasse para a outra semana"?

"Sinceramente, eu não sei! Poderia revisar antes de entregares para mim?

"Farei isso, senhor Jeon!"

   Agradeceu e desligou. Pensou em ligar para o filho, mas não o fez. Ele preferiu sair mais cedo. Ele tinha planos para fazer com o filho e talvez isso os manteria perto novamente. Fazia duas semanas que não falava com Sumni e isso também estava o preocupando intensamente. Mas ele sabia que poderia ser devido ao cansaço do tratamento. Quando saiu do escritório, ele primeiro passou em uma confeitaria para comprar os doces preferidos do filho. Comprou também um presente e só assim foi comprar os ingredientes para fazer o tteokbokki, a comida preferida do mais novo. Ligou ao irmão pedindo que mandasse trazer o filho para casa, mas seu irmão avisara que Taehyung voltou há uma hora atrás.

   Quando chegou no apartamento, ele estava silencioso. Deixou as compras na cozinha e quando se virou para sair ele deu de cara com o filho. Antes que podesse dizer qualquer coisa, o filho levantou a mão que contia um envelope castanho.

— Por isso, ela foi embora? — sua voz era baixa. — Por isso, ela não se despediu? — deixou as lágrimas rolarem livremente. — Por isso, não me contou?

— Tae...— o filho o cortou negando.

— Eu não tinha o direito de saber? Eu sou tão fraco assim para vocês?

— Me escute, por favor...— o filho negou novamente.

— Vocês realmente não pensaram em como eu ficaria? Um ano, pai! Um ano. Há um ano que eu estou me perguntando a mesma coisa, me culpando por ser tão tolo ao ponto de não entender o que está acontecendo para chegarmos a essa situação. — baixou o braço. — Eu entenderia, pai! Eu juro que entenderia porque já não sou uma criança. — fungou. — O senhor sabe o quanto é destrutivo ficar nas escuras? Sem saber o motivo de tudo a tua volta estar a desmoronar?

— Eu não tinha essa coragem. — suspirou. — Você sabe... desde aquele dia eu não suporto te ver machucado, Tae! Isso é algo que eu realmente não suporto. Principalmente...

— Oquê? Principalmente, oquê?

— Ser a causa do seu sofrimento. Isso me mata, Taehyung! Eu não consigo nem pensar que eu machuquei você. Que eu quase perdi você. — suas mãos estavam inquietas. — Eu não durmo direito desde aquele dia, não consigo ficar tranquilo se você não tiver por perto, se eu não te tocar para ter certeza se estás bem.

— Não foi sua culp..

— Foi! — e ninguém mudaria esse fato. — Eu não queria estar prestes a perder você novamente. Mas eu estou perdendo, Tae e isso é demais para mim. Porque a sua dor está virada para mim.

   Sentou no banco da mesa de mármore cinza e com os cotovelos apoiandos acima dos joelhos ele se permitiu chorar. Não importava se fazia aquilo na frente do filho. Desde o nascimento de Taehyung que Jeon vem vivido a maior parte de sua vida por ele. E ninguém entenderia de como as proteções de Jeon caíram ao ver o seu filho quase ao pé da morte. E como a autoproteção que colocou envolta do filho era a única coisa que fazia esquecer um minuto de sua culpa. Quem saberia a forma que o coração de Jeon fica dilacerado toda vez que olha para os olhos do filho do vê dor? Principalmente, por ele não saber como tirá-la? Ele não suportaria estar longe do filho porque aquilo significa o perder.

Pais Im (perfeitos) • Jikook Mpreg Onde histórias criam vida. Descubra agora