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Uma história,
pode ter dois lados. Mesmo um não sendo justificável

— Oque está fazendo aqui há essa hora? - o pai perguntou assim que viu a silhueta do filho adentrar pela porta. — O seu tio te despencou?

— Por favor, agora não, pai! — ele estava visivelmente cansado.

— Oque foi que você fez, Seojoon? — puxou o filho pelo braço. Nesse momento a mãe e a irmã já haviam se juntando até a sala, ao ouvir a voz do chefe de família se alterar. — Eu devo ligar o Jungkook? — ele tentou, mas o número não passou. Seojoon, não estava disposto a ouvir e tentou seguir até ao seu filho. — Se você fez merda mais uma, eu juro que.... — Seojoon jogou a pasta no chão.

— Eu não sou mais uma criança, então pare de controlar a minha vida. — se virou. — Pode me deixar em paz, pelo menos hoje? Eu estou cansado!

— Então se comporte como um homem e não um moleque, Seojoon! — o filho sorriu. — Onde está a graça?

— Nem o senhor se comporta como um e está exigindo isso de mim? — quando estava prestes se receber um tapa do pai, a mãe interviu em proteção ao filho. — Eu tentei ao máximo ser um bom filho para você, me deixei ser moldado para poder te agradar... Eu...eu, pai, abri mão o meu próprio coração para poder ter um espaço no seu. Percebe? E sabe o que é mais injusto? Eu sou o único idiota e culpado dessa história. Eu estou assim por você. Mas ainda não é o suficiente? Eu não sinto meu coração há anos, mas você não se importa porque o seu continua batendo. — Seojoon deixou de esconder a própria mágoa. — Então diga: "vai ficar tudo bem. Foi melhor assim". Diga Pai!! — gritou. — Não está tudo bem! Ela está morrendo e nem eu sei o porquê. — ele soluçou na última frase. A mulheres da casa estavam confusas, mas o pai, como anos atrás, não tinha nenhuma expressão no rosto.

— De quem você está falando? — a mãe perguntou e isso fez o filho cair na realidade. Limpou as lágrimas e se desfez do abraço protetor da mãe. Mesmo ouvindo a mãe chamar pelo seu nome, ele continuou até entrar no seu quarto. Não o trancou, pois sabia que a irmã mais nova o seguiria e ela era a única que o fazia se sentir um pouco melhor.

   Não demorou muito para Namra entrar no quarto. Como sempre, em situações como aquelas à pouco, ela preferia simplesmente absorver e não dizer nada. Ela foi sempre assim. Foi caminhando lentamente enquanto passava o indicador pela escrivaninha do irmão como se fosse verificar sujeira. Namra era uma garota silenciosa e isso a fez ter uma visão e percepção diferentes dos que estavam a sua volta. Se ela não tivesse entendido o que o irmão dissera, ela o abraçaria e o consolaria.

— Ela é linda, Seojoon! — começou. — O sorriso dela é igualzinho ao seu. Ela tem um cheirinho doce. É uma menininha simpática. — passou as mãos pela calça.

— Pare!

— Se você quisesse que eu parasse, você deveria ter trancado a porta. — retrucou. — Mieun! — o irmão a encarou. — Park Mien! É o nome dela. — o irmão não respondeu, mas o seu coração acelerou por saber pelo menos o nome dela.

— Você o conhece, não é? — assentiu.

— Somos da mesma turma! — se aproximou e sentou ao lado do irmão na cama. — Somos amigos. — suspirou. — Você fez um estrago que não vai se resolver à força. Não force a barra, Seojoon! Eu o conheço por apenas um ano e alguns meses. Mas eu sei que o Jimin que estava naquela fotografia já não existe. Você o destruiu e impulsionou que o mundo fizesse o mesmo com ele.

— Eu sei! — a mais nova negou.

— Você não sabe! — ditou com firmeza. — A escola se tornou um inferno para ele por ser um pai tão jovem e abandonado. Das poucas vezes que eu o vistei em sua casa, Jimin não respirava na própria casa. Seus braços estão sempre em tons vermelhos, ele está sempre tremendo e ansioso. O cansaço, o estresse e o desânimo habitam em sua volta e você, Seojoon? Você seguiu em frente e conseguiu se firmar no mundo depois de destruir o alicerce de alguém que amava você. Você conseguiu dormir enquanto alguém estava sofrendo e lidando com as consequências dos seus atos. Da tua decisão. Percebe? Então, sim, você será o único idiota e culpado dessa história, porque a decisão era apenas tua. — segurou as mãos do irmão. — Não sofra! Não deixe que isso te doa, porque assim, você estará aliviando a dor que você causou. Aquele garoto, teve de aprender a se odiar para poder te odiar você e fazer com que ele conseguisse se manter vivo pela filha. Porque, no final, você é igual ao nosso pai. — beijou a costa da mão do irmão mais velho antes de sair do quarto.

    Seojoon não conseguiu dizer nada. Ele ficou pensando nas palavras da irmã e isso fez o seu coração pesar ainda mais. Acabou por adormecer. No dia seguinte, ele não fez o costumeiro, se sentar na mesa e tomar o pequeno-almoço em família. Saiu de casa e decidiu caminhar até paragem de autocarro perto de sua ex universidade. Onde ele conheceu Park pela primeira vez....

   Ele ainda se lembrava como o garoto estava eufórico enquanto falava ao telefone com alguém. Ainda conseguia ouvir a risada gostoso de alguém que não tinha muito com o que se preocupar na época. Ainda partilhava o pensamento de que aquele uniforme azul escuro, ficava perfeitamente no mais novo. Também, se lembrava de quando o garoto notou os universitários na paragem e se sentiu constrangido ao ponto de sua bochechinhas corarem. Ele adorou aquilo. De como ele passou a frequentar aquele lugar na esperança de o encontrar sempre, de como ele ficou extremamente nervoso antes de pedir para que o garoto saísse com ele pela primeira vez. E sim, Jeon Seojoon tinha noção do estrago que fez. Mas, ele também, queria pelo menos, dar um concerto. Mesmo que para o mundo fosse um pouco tarde.

   Mandando parar um táxi, ele se dirigiu para o hospital universitário. Esperando até que a recepcionista do hospital verifica-se o nome no sistema, ele seguiu a enfermeira até a pediatria. 212. Era a porta onde a enfermeira parou e o indicadou. Agradeceu e suspirou antes de se aproximar e bater lentamente. Quando a porta se abriu, era uma enfermeira do outro lado e seus olhos foram diretamente para a garotinha sentada na cama, comendo. Embora ainda ligada há aparelhos, ela exibia um rosto alegre enquanto devorava o pão de leite em suas mãos.

— Em que posso ajudar? — a enfermeira perguntou, o tirando de transe.

— Oh...sim! Desculpe! — sorriu nervoso. — Eu vim visitar a Mieun.

— Parente?

— Eu...eu sou amigo do pai, Park Jimin! — a enfermeira assentiu. Seojoon entrou e se aproximou da Mieun, sentando ao seu lado na cama. Era a primeira vez que sentia o cheiro dela. E sim, era algo doce. Tocou os cabelos e as bochechas e não se importou quando as mãozinhas sujas tocaram os seus dedos. Seojoon quis muito chorar naquele momento. — Oi!

— Oii! — Mieun respondeu sorrindo. — Aqui! — estendeu a metade de pão até a boca do mais velho que recebeu. Mieun bateu palminhas. — Bom.

— Sim! É muito bom. — sorriu. — Você é tão linda! — foi mais um sussurro para si. — Mieun! Seu nome é tão lindo quanto você, sabia? — beijou as mãozinhas. — Me desculpe...por tudo o que eu fiz e pelo o que eu nunca fiz e fui. — suspirou. — Eu posso pegar? — se dirigiu para a enfermeira. Assentiu. Com cuidado, ele a pegou ao colo e a abraçou enquanto inalava o cheirinho bom da mais nova. — Nos veremos novament...— foi cortado.

— Seojoon?

— Tio? — os dois homens encaravam-se confusos.

— Porquê você está aqui? — Jimin, que acabou de chegar, correu para receber a sua filha. — O que você pensa que está fazendo? Eu já disse para ficar bem longe da minha filha, Seojoon! Eu pedi para você não tentar ser o que você nunca foi. Essa criança é a mesma que você mandou abortar, lembra? O bebê que você nunca quis, o motivo de você me abandonar. Ela não é nada sua. Aceita e suma! — Seojoon dividia o olhar entre Jimin e Jungkook.

— Ela é sua filha? — Jungkook, atónito perguntou.







EU NÃO SEI VOCÊS, MAS EU NÃO DETESTO O SEOJOON. SEI LÁ.

COMO VOCÊS ESTÃO? EU ESTOU APENAS RESPIRANDO.

TEM ATUALIZAÇÃO AMANHÃ TAMBÉM.

Pais Im (perfeitos) • Jikook Mpreg Onde histórias criam vida. Descubra agora