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"No entrelaçar de vidas marcadas pela dor, o amor se revela como um farol inesperado, iluminando caminhos que pareciam perdidos. Em cada lágrima compartilhada, um novo começo se desenha; e na fragilidade dos momentos tristes, floresce a esperança de um futuro juntos." - Moonin21

As sombras do crepúsculo se estendiam pela cidade, enquanto Jeon, um homem de trinta e poucos anos, caminhava lentamente pelas ruas. A ausência de sua esposa, que fora há um ano, pesava em seu coração como uma âncora. Ele ainda não conseguia entender como a vida tinha mudado tão drasticamente em tão pouco tempo.

As lembranças dela o assombravam em cada esquina, em cada risada que ecoava nas casas vizinhas.  Naquele dia específico, Jeon se sentou em um banco do parque Yeouido, um lugar que costumava ser o favorito de sua esposa. Ele observava as crianças brincando e os casais apaixonados, sentindo uma mistura de saudade e solidão.

Não era a primeira vez que ele se encontrava ali; nos últimos meses, o parque se tornara seu refúgio. Mas algo diferente estava crescendo dentro de si. E isso o assustava. Tanto quanto foi perceber como, mesmo de longe, distraído e de costas, ele conseguia o reconhecer. De como os cabelos escuros comuns pareciam tão brilhantes.

Jeon não conhecia bem Jimin, mas sabia que ele tinha uma vida complicada. Sabia de seu passado, de situações difíceis que ele mesmo presenciou e de que a relação com os pais não eram as melhores. Mas ainda assim, ele não o conhecia. Jeon sentiu uma conexão instantânea com ele — talvez pela dor compartilhada ou pela juventude marcada por dificuldades. 

Jimin já estava indo para casa quando se levantou, mas ele parou ao notar o par de olhos conhecidos em sua direção. Ele hesitou por um momento antes de se aproximar. 

— Jeon-ssi! — disse Jimin com um sorriso tímido. — Como o senhor está? — Jeon sorriu de volta, mas a tristeza ainda estava presente em seus olhos. 

— Eu estou bem... eu acho.

— Entendi — respondeu o garoto, sentando-se ao lado dele na grama.

— Às vezes é bom fazer isso. 

— Oquê? — perguntou Park, encarando o mais velho

— Estar aqui. Sentado e apreciando o mundo dessa forma. — Jungkook, o encarou de volta. Olho por olho. Onde ambos liam-se silenciosamente enquanto seus corações começavam a seguir o ritmo de uma dança sincronizada. Talvez... Mas só talvez, se um deles desviasse alguns segundos depois, os seus olhos não veriam o que procuravam e seus corações não se aconchegariam no que tanto anseiavam.

— Eu sei como é... — Jeon assentiu, mesmo não tendo prestado atenção no que o mais novo dissera.

Os dois começaram a conversar sobre coisas simples: suas idas ao parque, o motivo de os levar aí, seus gostos, sobre seus filhos, entre tantas coisas. A conversa fluiu naturalmente, como se já se conhecessem há muito tempo.

Para Jeon, era um alívio encontrar alguém com quem pudesse compartilhar suas preocupações sem julgamentos.  Conforme as semanas passaram, os encontros no parque tornaram-se mais frequentes. Jimin sempre trazia sua filha de dois anos, Mieun, uma garotinha adorável que iluminava o ambiente com seu sorriso inocente, e para Jeon, ela era dose diária de doçura. E sem se a perceber, Jeon começou a ver Park sob uma nova luz; ele não era apenas um adolescente perdido, mas um jovem pai tentando fazer o melhor para sua filha em meio ao caos. 

Uma tarde ensolarada, enquanto brincavam no parque, Mieun caiu e começou a chorar. Jimin correu para confortá-la enquanto Jungkook observava com uma mistura de admiração e tristeza. Era impossível não ver o reflexo da própria vida em Jimin: a luta constante para cuidar dos outros mesmo quando tudo parecia desmoronar. 

Pais Im (perfeitos) • Jikook Mpreg Onde histórias criam vida. Descubra agora