Kitsune em outro universo

Tudo o que ela quis

P.O.V Nevra

Acordo com uma enorme dor de cabeça mas quando toco no local dolorido sinto a textura de um tecido que rodeia minha cabeça, olho ao redor percebendo que estou na sala de enfermagem e ao olhar para o lado Leiftan se remexe em sua cama e eu percebo que estou em uma também. Me recordo que ouvi gritos no meio da vila, então fui correndo para onde tinha vindo o estrondo e me lembro de ter visto Kurama batendo no AshKore, o maldito que estamos atrás por ter roubado partes do grande cristal e por ter traído a gente, também me lembro do Leiftan aparecer do nada e está com uma feição preocupada o que me deixou alarmado já que nunca tinha visto seu rosto daquele jeito. Me lembro de impedir Kurama de continuar matando o AshKore, mas do nada fui atacado e então apaguei.

Ouço um resmungado de dor e ao olhar para a maca do meu lado, Leiftan acorda tocando em seu braço que esta engessado que talvez, como eu, ele tenha sido atacado pelo traidor.

– Como tá se sentindo?– Pergunto quando ele já tenha se sentado.

– Um pouco dolorido.

Uma resposta humilde como sempre, então ele é o mesmo Leiftan que conheço, por enquanto. Não consigo esquecer da vez quando tudo começou, com a traição do Ryo e de certa forma a reação estranha e fora do comum da parte do loiro me fez lembrar daquela época.

– Ele também te bateu?– O trançado pergunta olhando a faixa na minha cabeça.

– ... Sim.

Olho para as outras macas dentro da sala mas não acho Kurama. Estranho a falta da presença dela aqui, já que me lembro dela ferida. Minha última lembrança dela é que sua cabeça estava sangrando bastante o que me preocupa ela não está aqui já que ela que estava lutando contra AshKore, mas por algum motivo ela não está.

– Vejo que vocês acordaram.

Ewëlein aparece na sala trazendo mais algumas bandagens, ela deve estar bem ocupada já que lidera as outras enfermeiras que estão tratando os machucados dos que se feriram com a explosão.

– Como estão se sentindo?– Ela pergunta.

– Estou bem.

– Ainda sinto meu braço doer.

– Está sentindo isso já é um bom sinal.– Ewëlein faz uma pequena anotação em seu pequeno caderno.

– Onde Kurama esta?– Pergunto o que mais esta me afligindo.

– Ela não esta aqui.

Com a resposta dela o sentimento de que algo esta errado me atinge.

– Como assim não está aqui?– Minha voz é alterada um pouco pela surpresa.

– Ela estava bem machucada na última vez, não tem como ela não estar aqui.– Leiftan se intromete também parecendo preocupado com o assunto.

– Não sei, rapazes, tem muitas pessoas para ajudar e não tive tempo de perguntar o desaparecimento de alguém.– Ela responde com calma apesar de ser visível sua instabilidade.

Ela deve tá cansada de toda essa agitação porém esta se mantendo firme para aguentar.

– Perguntem para Miiko ou Jamon.– Ela diz colocando a caderno em uma bancada próxima.– Os outros estão ajudando com os destroços da explosão.

Logo depois do que ela disse uma voz feminina chama por ela e a outra vai correndo se encontrar com quem tinha chamado. Estava novamente sozinho na sala de enfermagem com Leiftan e a minha preocupação com a loira me deixa aflito, querendo andar por ai e fazer alguma coisa para encontrar o paradeiro dela e espero que o que estou pensando não seja verdade. Me levanto com cuidado da maca.