Superiores. - 14

11 3 6
                                    

Depois de ter contado tudo sobre o passeio com Shoko, ambas darem alguns gritinhos felizes e fofocarem um pouco mais, Yumiko foi para o seu dormitório, tomando um banho rápido e se jogou na cama.

Os dias passaram mais rápido do que a morena esperava, fazendo algumas missões pequenas ali e aqui, aulas, treinos, que às vezes faziam a garota ter que dar uns socos de Satoru ou nos alunos do primeiro ano, nada muito diferente do comum.

Mas algo parecia estranho; Geto. Depois da missão de escolta da garota Riko Amanai, ele não parecia o mesmo.
O rosto do rapaz parecia mais abatido a cada dia que passava e ele parecia cansado. Gōjo e Shoko pareciam não ver muito disso, mas a morena viu, e se sentou ao lado do rapaz de cabelos escuros assim que pode.

- ei, Geto, tá tudo bem? - perguntou de maneira sútil, se sentando ao lado do rapaz; estavam no campo de treino, sentados nas escadas do local, um pouco distantes de Satoru e Daiki, que estava se reabilitando a lutar com apenas um braço.

- ah. Oi, Yu. Acho que tá sim - era fácil dizer que o de olhos escuros tinha ficado meio alarmado quando a moça falou com ele, talvez porque sua mente estava muito distante dos outros ali, ou alguma coisa do tipo. - porquê da pergunta?

- sei lá, você parece meio... Uh... Como eu posso explicar. - ela posicionou dois dedos na frente de sua boca, o indicador e o do meio, fazendo quase um sinal de que Geto estava fumando ou algo assim, e depois assoviou.

- tá dizendo que eu pareço drogado???

- por aí, mas não dizendo que você tá afogado na verdinha ou algo assim, longe disso amigo, mas... o que anda passando na sua cabeça? - a Ze'nin colocou seu cotovelo apoiado no seu joelho, e assim, fez sustento para sua cabeça, ainda olhando para Suguru, mas algumas vezes olhando rapidamente para Gōjo, que estava defendendo-se do rapazinho mais novo e explicando algumas coisas para o mesmo sobre luta.

- as coisas não parecem tão certas quanto deveriam. - o estudante disse, mastigando o interior da boca. - não depois daquela missão.

- não parece certo como?

- eu não sei, ainda não sei te explicar mas... Sabe, não faz sentido a gente quase se matar pra salvar uns... Civis. Tipo, nós deveríamos ser superiores, mas no fim, ainda "trabalhamos" pra eles. Esses não-feiticeiros só criam os problemas que a gente tem que resolver! - Geto fechou os punhos com força, batendo as duas mãos contra as pernas, demonstrando estar estressado. - olha, o que eu estou tentando dizer é que; sem não-feiticeiros, sem maldições, e sem maldições, nós poderíamos viver como pessoas normais!

- olha... - depois de ficar um tempo quieta raciocinando, a jovem estralou o pescoço para organizar sua linha de pensamentos e montar uma frase que faria sentido - se for assim, eu já teria sido morta, porque a minha técnica inata só foi despertar quando eu tinha 10 anos, uns 5 anos a mais do que o "comum". - a estudante fechou os olhos e aproveitou o quentinho do Sol que estava batendo na sua cabeça. - pensando no que você diz, até que faz sentido, mas às vezes não. Por exemplo, se não tivesse as maldições, os feiticeiros jujutsu não teriam que aprender a manipular a energia amaldiçoada deles, assim, eles iriam virar quase como "não-feiticeiros", e então voltaria ao começo, um ciclo, sabe? Pra mim faz sentido. - mordiscou o interior da boca (algo que Satoru já tinha a repreendido por fazer, mas mesmo assim, a teimosia prevaleceu.) - Dá pra pensar que as coisas são como são porque tem que ser assim, sabe?

Memórias de um futuro distante - Jujutsu KaisenOnde histórias criam vida. Descubra agora