A verdade. - 17.5

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- Então, a princesa tomou o cafézinho, tentou omitir a verdade pra mim umas 10 vezes, e aí, tá pronta pra abrir boca? - Gojō e Yumiko já tinham saído do lugar em que estavam, vulgo cozinha, e foram para o dormitório de Gojō,  que coincidentemente o bastante, foi arrumado recentemente, mesmo que esse cômodo não fosse mais utilizado por ambos, por motivos óbvios.

A morena se sentou sob a cama e apoiou sua cabeça na parede, mastigando o interior da própria boca enquanto olhava para cima e às vezes para o albino a sua frente, do qual estava sentado ajoelhado, virado em sua direção.

- Ow, sem morder a boca, a gente já conversou sobre isso também! - disse o albino beliscando as bochechas da garota a sua frente. - qualé, você sabe que isso não é bom pra ti, nada disso! Só fala logo Yu! Não vai dar nada, é sério. - prosseguiu, pegando nas mãos levemente frias da namorada, as segurando com firmeza.

- Certeza?

- Absoluta.

- Vamos lá... Sabe... Aquela parte, que eu não consegui terminar de te contar, quando... Eu fui desabafar com você? Depois de descobrir que o... Como era que eu tinha chamado ele mesmo? Ah sim, H. Bem, na época meu mental já não estava bom, eu tinha passado por vários e vários abusos, como você sabe... Quer dizer, não é bom ficar relembrando disso... Enfim, agh! Tô me perdendo, desculpa. - a de cabelos escuros balançou a cabeça de maneira um pouco desesperada para tentar reorganizar seus pensamentos, e assim que "conseguiu", continuou. - E quando eu descobri que ele tinha me traído com a minha única amiga... Eu... Quei-.... - silêncio. - eu não queimei a escola... Eu... Perdi o controle. - Suas mãos trêmulas lentamente afundaram as unhas nas de Satoru, algo que provavelmente o machucaria se já não fosse treinado, pelo o menos, para o básico e o além do básico.

- Calma, respira, tá tudo bem, ok? É como eu disse, não vai dar nada de ruim, você só precisa me contar certinho, tá? - disse o outro, acariciando as mãos levemente calejadas da garota, enquanto lhe entregava um sorriso confortante.

- Eu... - Yumiko respirou fundo e se ajeitou na cama, ainda meio ansiosa. - eu tenho uma maldição no meu corpo, na minha cabeça, tudo.

E agora tudo fazia um pouco de sentido, até demais. Era por isso que Gojō ficava com uma leve dor de cabeça ao olhar por horas seguidas para a namorada, sua energia amaldiçoada excessiva para alguém de grau 1, e possivelmente, a resposta para os vultos.

- Oh... Merda.. - O sorriso do rapaz se desfez lentamente, enquanto algumas informações passavam por sua cabeça. Tentou se recompor rápido o suficiente para não assustar a garota, engolindo o fato em seco, quase que arranhando sua garganta ao pensar sobre tal.

- Você... - Mas a morena notou o olhar chocado daquele a sua frente, o olhar de alguém que provavelmente iria deixá-la depois de descobrir aquilo e mais um bocado de coisas dali a algumas poucas horas, abandona-la assim como já fizeram antes. - Já... Ouviu falar do incidente numa escola de jujutsu em Kyoto, né? - e sem aguardar por alguma resposta, prosseguiu. - Fui "eu" também. Como eu estava dizendo, depois de descobrir da traição, de dizerem na minhs cara que eu nunca tinha feito o suficiente mesmo depois de me esforçar tanto para dar o meu melhor, ignorando dores, desconfortos ou coisas que ultrapassavam meu limite... C-como.. a...buso...- Ao mesmo tempo em que gostaria de soltar suas mãos da de Satoru, não conseguia, pois era por causa das mãos reconfortantes do namorado que estava conseguindo se expôr daquele jeito. - E eu me desestabilizei, dando a primeira brecha para que a coisinha que vive no meu corpo tomar posse. E ela atacou todo mundo daquela escola, queimou, bateu, destroçou... Só Deus sabe quem saiu vivo de lá.

Quando Yumiko terminou, um silêncio desconfortável pairou entre os dois, até a morena finalmente soltar das mãos de Satoru, procurando uma rota de fuga para sair da frente dele e se esconder talvez no seu quarto, talvez nums floresta no fim do mundo, ou talvez parar de existir.

- M-me desculpa, agora eu estraguei tudo e você vai ir embora e- merda... Desculpa Sator-

- Cala a boca. - disse o platinado puxando o braço da moça para perto de si mesmo, a abraçando. - só fica quieta por uns minutinhos, não quero ouvir você se desculpando. - tal afagou os cabelos escuros da garota, deixando-a msis próxima do seu peito. - não é sua culpa, você sabe disso. Eu vou te ajudar a lidar com essas coisas.

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Uhuuuu, capítulo super miúdo porque eu precisava colocar coisas que se eu colocasse no capítulo 17 ia ficar muito maçante, ebaaaaaaaa

Enfim, considerem isso só uma continuação que eu achei melhor deixar separado, espero que, mesmo sendo curtinho (761 palavras pra quem quer saber), tenham gostado do capitulinho S2

Um beijão na bunda e

Anna se despede

Memórias de um futuro distante - Jujutsu KaisenOnde histórias criam vida. Descubra agora