O Remédio. - 22

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- E.i.t.a porra. Ok. Isso é muuuuuita informação.

- Se é muita informação pra você, imagina para mim

- É, realmente... Mas, deixa eu ver se eu entendi, a sua maldição, aquela que você tinha me contado antes... É seu irmão, morto? - Satoru, sem esperar uma resposta, suspirou tentando pensar numa maneira de manejar a situação. - Você... Quer tentar esquecer isso? Posso te levar pra tomar um sorvete... Ou... Sei lá, a escolha é sua, tudo que eu preciso fazer é dar um bolo em qualquer missão que os superiores me passarem...

- Esquecer como? Não acho que isso vá sair da minha cabeça tão cedo... Além disso... Parece meio egoísta, sabe? Haha...

- Relaxa que nisso aqui eu tenho o dom~ Vou fazer você esquecer até que veio aqui hoje! E que mané egoísmo! Eu to cuidando da minha mulher! Eu em...

- Se você diz... - Yumiko arrancou uma lágrima que surgiu de seu canto por conta própria assim que sentiu o carro dar partida novamente e começar a sair dali.

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Depois de um sequestro com consentimento até uma sorveteria e um parque, uma bandeja de conversa jogada fora e beijinhos vindo de Satoru, Yumiko não conseguia dizer se sua energia estava renovada ou não. Estava com a mesma sensação mórbida da qual sentiu horas atrás.

Ainda no parque do qual o albino havia escolhido, sentados no gramado recém cortado, Satoru puxou o seu telefone do bolso e pressionou o botão de ligar, iluminando a tela para avaliar o horário.

- Ih carai, hora de buscar as crianças... Vamos?

- Uh... Quer saber de uma coisa? Pode ir lá, eu vou... Vou pra casa mais tarde. Daqui até a nossa casa não deve demorar mais de 15 minutos.

- Ué, mas porquê?

- Só... Sinto que eu preciso pensar um pouquinho. E não é qualquer coisa que você poderia ajudar, se é isso que está pensando, pode ir tranquilo.

- Você tem certeza?

- Absoluta. Talvez eu precise lidar com os meus demônios por mais um tempinho.

- Você realmente não conseguiu esquecer, né? Achei que eu tinha conseguido..

- Você deu o seu melhor, querido, e eu aprecio muito isso. Mas é uma informação muito pesada pra eu esquecer.

- Faz sentido. - Mesmo assim, Gojō parecia meio decepcionado consigo mesmo, mas se esforçou para não demonstrar. - Enfim, eu preciso ir, não posso abandonar os pirralhos lá na escola. Se cuida, viu? Eu te amo, muito. - então, o mais alto se levantou com rapidez e passou a mão nos cabelos escuros e rebeldes da amada, que deu um leve sorriso em resposta puxando a mão do outro para dar um beijinho.

- Também te amo.

E assim, Yumiko fitou enquanto Satoru se distanciava, indo para a entrada do parque onde estava estacionado o seu veículo. A morena ficou no mesmo lugar sentada por mais alguns minutos, observando o céu antes claro ir se avermelhando, indicando que as seis horas da tarde estavam mais do que próximas.

Com os arredores vazios, apenas com sons distantes de crianças brincando em balanços ou escorregadores locais, a moça finalmente fechou os olhos e jogou seu corpo para trás, deitando-se na grama, que era, até certo ponto, confortável, tirando algumas pontinhas mais rebeldes que insistiam em pinicar sua pele.

Memórias de um futuro distante - Jujutsu KaisenOnde histórias criam vida. Descubra agora