Shades of Cool (Adaptação)

High by the beach

vim mais cedo porque já tinha o capítulo pronto! talvez a noite tenha mais um ;)

#ForaBuda pelo amor de deus, é a chance de salvarmos a Yas!!!

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Alane Dias

Naquela noite dormi extremamente bem, o cansaço devido ao sexo com Yasmin, somado ao aconchego de seu corpo, me renderam gostosamente aos braços de Morfeu. Meu despertar fora lento e preguiçoso, meu corpo reclamava, espreguiçando-se, meus braços esticaram até o topo da cama e meus pés se curvaram, fazendo-me ronronar.

Virei-me para o lado ainda de olhos fechados e senti o vazio, estiquei-me o suficiente para senti-lo completamente, a procura da loira, mas tudo que encontrei fora o frio. Forcei meus olhos a abrirem-se e aos poucos os mesmos se acostumaram com a luz que invadia o cômodo. Ela não estava. Suspirei profundamente e ainda sonolenta, sentei-me. Coloquei as pernas para fora da cama e me levantei, caminhei até o banheiro e abri a porta vagarosamente, colocando a cabeça entre a fresta.

– Yasmin? – Chamei seu nome na esperança de que respondesse, mas não obtive nada além de silêncio.

Forcei-me a não pensar, ao menos naquele momento. Soltando a respiração que prendera, passei para dentro da porta e fui direto para o chuveiro, um desespero começava a crescer em meu âmago e a água era como a ilusão de um afago. As gotas rolavam por meu corpo, morrendo ao toque de minhas mãos que deslizavam espalhando a espuma, demorei mais que o necessário.

Totalmente desperta, abandonei o chuveiro e me dediquei à minha higiene matinal, logo após, vesti uma roupa qualquer, basicamente um jeans e uma blusa regata, os cabelos ficaram molhados, presenteando-me com a sensação gostosa de frescor.

Meu peito estava apreensivo, como uma dor aguda que nunca sentira antes, teria medo de infarto se não tivesse admitido totalmente para mim o que estava sentindo. De fato doía, talvez até mais do que ouvi dizer.

Yasmin ainda estava tão presente em mim, as memórias frescas, as marcas, os sabores, os toques, as palavras ditas... Cada canto daquela casa me fazia pensar nela e que fora ali, onde tudo se desenrolara, ao menos parte do que eu precisava resolver.

Me ocupei com um vasto banquete para a primeira refeição diária, não comeria sequer metade de tudo aquilo, mas apenas fazia, me distraindo ao máximo com cada feito. Cada simples cortar de alimento era refúgio para meus pensamentos tão desconcertados e incertos.

Por quê ela se fora? Desejava ficar, havia sentido em todos os momentos que a imensidão do que eu sentia, era compartilhada por ela também. Talvez tivesse acontecido algo, mas não, ela me avisaria. Ainda poderia avisar! Era cedo... Mas não, a quem queria enganar? No fundo eu sabia, aquela fora sua resposta, um "não", dera passos para longe e eu estava incerta se desistiria.

Poderia insistir mesmo com sua recusa? Seria errado, ou não? Minha mente dava voltas, me afundando num vasto mundo interior, como se eu o trilhasse pela primeira vez.

Tivera Yasmin completamente e sentia como se tivesse sido apenas aperitivo para tudo que desejava e novamente a velha história de querer sempre mais. Fodida, eu estava fodida! Maldita, como eu a queria.

Tentei comer um pouco do prato que preparara, mas apenas o baguncei, desistindo do mesmo. Uma grande bagunça se apoderou da cozinha, o que não era ruim, não naquele momento, outra coisa com a qual eu poderia me manter ocupada e assim foi. A manhã transcorrera lenta e pesada, o peso das dúvidas não me abandonavam um segundo sequer, se apaixonar era aquilo? Anseios e mais anseios? Qual graça teria num sentimento tão agoniante? Mas que pergunta tola, eu havia conhecido toda sua graça.