West Coast

472 46 8
                                    

Alane Dias

Eu estava inerte ao som das batidas que ecoavam a boate, embriagada pela combustão deliciosa que era dançar até os pés cansarem. Meu corpo suado e agitado sentia a eletricidade deliciosa correndo por minhas veias, causando-me frissons. O corpo de Luna estava colado ao meu, conduzindo-me no ritmo da música, fazendo-me rebolar contra ela, nos esfregando deliciosamente.

A essa altura eu já não sabia mais onde encontrar Marcus, se perdera na vastidão do local, Bin e Diana estavam próximos, também envolvidos na dança, Yasmin e Evandro um pouco a frente, de alguma forma ela o convencera a ficar, já havia passado duas horas, não somente uma. Neste tempo, eu e Lu pudemos conversar sobre tudo que ocorrera nos longos anos que se passaram e aproveitávamos como na primeira vez em que nos vimos.

A situação era quase a mesma, o que nos deixava nostálgicas, totalmente entregues ao momento. Suas mãos apertavam minha cintura com posse, puxando-me contra ela, forçando nossos corpos a roçarem sensualmente, rebolávamos numa sincronia perfeita. Minhas mãos foram para sua nuca, lancei a cabeça para trás, deitando em seu ombro.

– Que fome de você, Dias. – Ela disse alto o suficiente para que eu pudesse ouvir e mordeu a cartilagem de minha orelha, deslizando a língua até o lóbulo.

Meu corpo retesou deliciosamente, dando indícios da excitação que se apoderava de mim. Nada disse, apenas deixei-me envolver, sentindo suas mãos correrem do meu quadril aos seios, os apertando sobre o tecido fino da blusa que usava. Soltei um gemido inaudível e fechei os olhos por alguns instantes, ao abri-los deparei-me com pares de amêndoas me encarando profundamente. Sorri para provocá-la.

Yasmin dançava nos braços de Evandro, requebrando como uma gata selvagem, contorcendo-se, deslizando e encaixando-se ao corpo dele. Aquilo estava me levando a loucura. Ele não era tão solto quanto ela, mas a conduzia muito bem. Seus olhos não abandonavam os meus, já não estávamos tão distantes e nos procurávamos a todo momento, necessitando do contato visual.

Os toques de Luna, a música eletrônica, a visão infernal de uma Yasmin Brunet despudorada, estavam roubando-me o juízo. A ruiva virou-me de frente para ela e sorri ao fitar seus lábios perfeitos, que sorriso maravilhoso ela possuía. Continuamos a dançar, trocando carícias, apertos e provocações. Eu latejava de vontade, desejo. Meu corpo implorava por sexo tórrido, que acabasse comigo. Forte o suficiente para fazer-me esquecer de todos os tormentos.

Um homem aproximou-se de nós duas e chamou-a para resolver algo, suspirei frustrada e me juntei a Bin e Diana. A morena era extrovertida e rapidamente me cativara, trocamos uma ou duas palavras, mas a energia que emanava dela me contagiava, fazendo com que me sentisse a vontade. Com o canto do olho vi Yasmin deixar Evandro e caminhar na direção do bar, discretamente me afastei do casal, seguindo sorrateiramente os passos da loira .

Antes que a mesma chegasse ao balcão, puxei-a pelo braço, a conduzindo para uma parte completamente escura da boate, ficava próximo aos estofados reservados para casais empolgados, num canto a deriva, onde a luz não nos alcançaria. Encostei-a contra a parede e não dei-lhe tempo de dizer nada, assim que resmungou, tomei seus lábios num beijo voraz, chocando nossas bocas abruptamente, torcendo os lábios quase que desesperadamente, serpenteando as línguas com toda sede que sentíamos.

Não houve resistência de sua parte, talvez as taças de vinho que a vi tomar, tivessem somado para sua compostura mais leve. Ao contrário do que imaginei, ela segurou meus ombros, fazendo-me sentir o aperto de suas unhas mesmo por cima do tecido. Nossos corpos se esfregavam com tamanha vontade, nossas pernas estavam encaixadas, subíamos as coxas e pressionávamos nossas bucetas, as roçando por cima de nossas roupas. Não era possível ouvir seus gemidos, mas eu podia imaginá-los e me fodiam no mesmo nível.

Shades of Cool (Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora