Shades of Cool (Adaptação)

Shades Of Cool

Chegamos ao último capítulo! Antes de tudo, gostaria de agradecer a quem tirou seu precioso tempo para ler a história. Obrigada por comentarem nos capítulos, isso foi o que mais me incentivou. Espero encontrar vocês novamente em outras Fanfics.

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Histórias eram construídas a todo instante, pintadas em suas gamas únicas de cores, compostas por um milhão de acontecimentos, momentos que somam na construção de relacionamentos, sonhos, destinos... Aquela era mais uma. Uma entre bilhões e merecia ser contada. Merecia ser apreciada. O amor de duas mulheres tão diferentes que encontraram um caminho para compartilhar. A vida distinta, cedendo partes para que se tornassem apenas uma; dividindo a criação de um pequeno rapazinho que parecia abrigar o mundo em seu peito.

Theodore era de longe a maior surpresa, nem mesmo se apaixonar parecia tão absurdo quanto à maternidade. Essa era a verdadeira aventura. Alane afundava-se em pensamentos enquanto preparava a lancheira do garoto, de seu filho. Seu filho com ela. Perguntava-se se um dia pararia de pensar, de refletir, de revirar todos os pontos e se surpreender com o rumo que tomou, com as escolhas maravilhosas que fez. Era tudo tão doméstico. Os saltos de Yasmin no banheiro após um longo dia, os brinquedos de seu filho espalhados pelo cômodo, a lista de compras colada na geladeira, o chá que tomavam toda manhã quando ela chegava da boate e sua namorada à esperava antes de sair para sua própria rotina. A felicidade era dolorida, como um lembrete de que estava viva, mais viva do que nunca.

Gratidão passou a ser um sentimento comum, presente em todos os passos que dava na direção de seu próprio destino. Ela possuía uma família; namorada, filho, sogros, melhor amiga, uma nova amiga. Luna também estava inclusa, como uma irmã mais velha e sábia o bastante para ter os melhores conselhos e lhe conceder folgas extras para se dedicar à criação de Theo junto à Yasmin.

De início fora complicado, o horário inverso a tirava de casa cedo e devolvia tarde. A loira dormira muitas noites sozinha e o pequeno perguntava a razão de Alane não estar lá para ler para ele. Foi um arranjo difícil. Aos poucos, ela conseguiu um equilíbrio, apenas duas das noites trabalharia no período noturno, o restante de sua carga horária seriam completadas por trabalhos diurnos envolvendo toda gestão e organização.

Ela e sua sócia optaram por contratar um assistente que aprendeu tudo muito bem, dando assim espaço para que Anny encontrasse seu próprio caminho e se engajasse em seu futuro, nas coisas que desejava realizar. Para ela também não estava sendo fácil, a situação com Enny era complicada, mas obtinha tanta paciência e amor... Tudo que ela precisava era de acompanhamento médico, do apoio de sua nova família e oportunidades. Pouco à pouco ela foi se habituando e envolveu-se em serviços na nova casa de Alane e Yasmin, inicialmente sendo a almocista do vigilante e zeladora que haviam contratado para segurança privada. Depois, se sobressaindo e assumindo o cargo como tal, trazendo mais conforto para a família por ser alguém conhecido. Ela estava feliz, estava lutando e sóbria há muitos meses.

Alane não podia deixar de sentir receio, um medo que pinicava algum canto de sua pele, lembrando-a que pessoas mal intencionadas existiam; Jade, Evandro... Ainda que estivessem longe e fossem cartas fora do baralho, não deixava de incomodá-la a ideia de que sua família poderia ser perturbada. A felicidade era tão constante que possuía medo de perdê-la, todavia, nada que a tirasse de seu juízo. Alguns acontecimentos pareciam fazer tanto tempo e era esse o local onde tais coisas deveriam ficar, no passado.

Braços envolveram sua cintura, estalando um beijo morno na lateral de seu pescoço. Yasmin nunca enjoaria. Amava deliberadamente quando sua namorada dormia em casa e estava lá para o chá na primeira hora da manhã, sabendo que elas poderiam se estender alguns minutos antes que a loira precisasse sair. Silenciosamente a observou terminar a lancheira de Theo e passar a bebida quente, servindo duas canecas, afinal já haviam dispensado as xícaras. Houve um silêncio demorado, quase incômodo, Alane mergulhada em devaneios e Yasmin atenta como se pudesse adivinhar no que ela pensava. As sobrancelhas levantadas enquanto sorvia o chá e franzia o nariz para o modo como Alane sorria vez ou outra como se estivesse alheia.