𝗠𝗘𝗟𝗔𝗡𝗖𝗛𝗢𝗟𝗜𝗔 ; tsu'tey ✓

cap.003; amigos e não amigos

  O vento balançou as roupas extra grandes no corpo de Darion, movendo seu braço ele trouxe sua mão para frente de seus grandes olhos.
  Azul.
Uma grande mãe azul em volta de listras em tons mais claros, mãos azuis ao qual o faziam se sentir estranhamente acolhido em todo seu corpo.
  A dor em sua cabeça havia sumido, o projétil da arma não machucava aquele corpo, era como se ele nem existisse, como se aquele tiro nunca tivesse ocorrido.
  Horas atrás Dorian era um homem vestido de pijama médico, com seus 1,80 de altura.
Agora ele era um Avatar, um corpo não humano e nem Na'vi, um ser de 2,80 de altura ao qual era coberto de uma pele azul, orelhas pontudas para uma boa audição e uma cauda longa que o fazia se equilibrar.

Dorian amava o seu corpo novo.
  Ele se sentia livre de dor, escoriações e até mesmo livre de todos os problemas de seu antigo corpo.

E enquanto ele andava um pouco mais atrás de Grace ele não podia deixar de observar as grandes árvores que os cercavam, sua curiosidade era maior que seu medo e ele tocava em plantas que jamais tinha visto, observava as coisas que jamais poderia ver em sua casa na Terra.
Era tudo tão verde e tão cheio de vida, diferente de onde ele vinha.
  E aquela vida o fazia querer experimentar outras mil vidas ali.

-- Temos uma escola não muito a frente. _ Grace explicou quando andava - Você vai me ajudar com os alunos.

-- Me chamo pra ensinar? _ tirou sua atenção de um pequeno animal que pulava de galho em galho e a encarou com ceticismo.

– Você? Ensinar? Nunca! _ riu. - Eu chamei você pra aprender. Meu ex marido disse que você sabia mais que Pandora do que aqueles idiotas em uniforme que deixamos lá atrás.

-- HEY! Respeite o uniforme. _ apontou acusatório.

- Você respeita aquilo? _ o encarou por cima do ombro.

-- Eu usei aquilo por anos. _ balançou a cabeça. - É meio parte de mim, sabe? Você deixa o uniforme, mas o uniforme não deixa você… algo assim.

– Hm. _ negou. - Eu odeio aquele uniforme.

– E eu odeio ir pra onde não sei. _ olhou ao redor. - Tem certeza que é perto?

  Grace parou os passos, as mãos na cintura enquanto se virava para ele.
  Grace também estava azul, um lindo azul que a fazia parecer o céu, porém ela ainda continuava sendo a Grace.

– Se comporte. _ apontou de modo firme.

– Sim, mãe. _ concordou.

  Grace rolou os olhos enquanto voltou a andar, Dorian olhou ao redor e a seguiu.
  Os seus passos foram parados rapidamente quando ele avistou uma cabana, seus olhos se arregalaram levemente e ele observou cada pequeno detalhe do local.
  Grace estava rindo com as damas do local, umas mais lindas que as outras, com seus corpos esbeltos e juvenis.

Pandora era rica em belezas, tanto naturais quanto do povo, e Dorian estava encantado com aquilo.

– Esse é Dorian! _ Grace apontou para o mesmo que estava parado de modo desajeitado no local. - Meninos, façam ele se sentir bem vindo.

  Grace falará em uma língua diferente, algo que Dorian não compreendia, mas que fez os garotos correrem até ele, o tocarem de modo curioso e conversarem entre si.

– Ele é pateta.

– Nunca vai correr como nós.

– Um completo idiota!

– Não dou dois dias, e você Tsu'tey?

   Os garotos riam enquanto observavam o garoto mais velho, esse que circulou Dorian como se fosse um estranho, o que ele era.
  Dorian era um forasteiro em suas terras, um homem sem voz.
  O dito Tsu'tey puxou sua calda, algo que o fez pular com o toque repentino, logo depois com seus quatro dedos - pois os Na’vi só possuíam quatro dedos em vez de cinco - ele cutucou cada músculo e pele que ele conseguia ver.