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Coringa

- Solta a voz filha.

- Não está acontecendo nada - Jimin suspirou limpando seu rosto - é só os hormônios da gravidez.

- Tu prenha do pela saco do Livinho - rir debochado cheio de ódio - na moral mermo? tu num vale nada.

- Tu que não vale - murmurou me olhando com raiva - você é um escroto! foi um babaca comigo, te quero bem longe de mim.

- Jae pô, vô descer e te deixar aí - disse indo pra moto porém a morena me puxou, olhei com um sorriso cínico pra ela.

Me sentei ao lado dela na mesa, Jimin suspirou, parecia inquieta.

- Livinho tá te batendo?

- Não.

- Se tu mentir pra mim vai ser pior.

- Você é ridículo! - disse com raiva ajeitando os cabelos - sim, ele me bate quando está drogado e me trai com Deus e o mundo.

Filho da puta.

- E por causa de que tu num mete o pé na bunda dessa marica? tu tá prenha mas num significa que cê precisa ficar no laço com esse medonha não pô.

Toda vez que Jimin alisava a porra da barriga, que já estava com uma protuberância, me subia um calor de raiva por saber que o pai da criança não era eu, apesar de termos feito vários planos.

- Eu gosto dele - disse me fazendo assentir, sentindo uma pontada no peito, mó parada - e tenho medo dele fazer algo contra nosso bebê.

- Pô, ai eu entro na parada - disse sem pensar - tipo.. no morro num pode essa covardia não tá ligada? isso que quis dizer - cocei a nuca desconcertado fazendo a diaba rir.

- Entendi marrento - riu toda linda me fazendo ficar mais puto.

Na moral, quando dei liberdade pra Jimin não fazia ideia que a mulher ia deixar uma puta saudade.

- Bora, vô te levar pra casa, lugar de mulher buchuda é em casa pô, num é balançando o cuscuz no samba não - disse colocando o capacete na mulher que revirou os olhos fazendo bico deixando maior do que já era.

- Cuida da tua vida bofe!

- Bofe é meu piru.

Descia varado pra casa de Jimin, a mulher gritava para eu ir devagar, mas tava com a cabeça a mil.

- Obrigada - pediu com as bochechas coradas - de verdade mesmo.

- Demora pô - disse olhando para a boca rosinha que parecia me chamar.

Ficamos papo de minutos parados olhando um pro outro, como quem queria avançar e beijar tá ligado? mas é aquilo, não sou de voltar atrás.

Jimin entrou e fui igual bala pra pracinha, já tava mó festa, fui numa direção certa, Livinho dançava com uma loira sarrando enquanto levantava o copão, nem pensei muito, já fui dando um soco na cara do homem fazendo ele cair.

- Cofoi Coringa?! - me olhou assustado do chão.

- Cofoi o caralho seu pau no cu - disse pegando ele pela blusa e dando um soco no nariz do arrombado, a cabeça foi direto no chão fazendo ele gritar.

Ninguém nem chegava perto, peguei na corvadia mesmo, mas homem que bate em mulher quer levar porrada em dobro.

- Tá bom chefe - a voz de PH soou por trás de mim - vai matar ele pô.

- Quero que se foda - murmurei descendo só socão na barriga - da próxima vez que tu levantar a mão pra Jimin, eu vou cortar teu pau e fazer tu comer - sussurrei no ouvido dele.

Levantei e tirei minha blusa suada pra limpar minha mão machucada e com sangue.

- Tira ele daqui e começa a vender essas porra - disse puto apontando pra Dadinho e PH - quero dinheiro no meu bolso, caralho!

Sai saindo cheio de raiva, cheguei em casa e vi Carmen na cozinha, a mulher cozinhava rebolando minimamente, já fui pegando pela cintura.

- Amor, o que aconteceu? - me olhou preocupada.

- Tira a roupa vai - pedi beijando o pescoço dela.

- Tá drogado?

- Tô com tesão pô - disse fazendo ela rir.

Carmen tirou o pijama e já foi deitando na mesa me chamando com aquela cara de vadia pedindo pica.

- Filha da puta - suspirei caindo de boca na buceta da mulher.

Jimin

Coloquei algumas fraldas no armário enquanto escutava poesia acústica.

- Amiga!

Me assustei ao ver Babi chegando igualmente uma tartaruga, a barriga estava grande, linda demais.

- Quer me matar de susto?

- Coringa foi preso.

Senti tudo parar em volta, Babi se sentou na cama suspirando aliviada, e eu sem conseguir assimilar.

- Preso?! como?

- Mona PH me disse que fizeram uma emboscada pro chefe lá no morro do Cerol, foi pra Bangu 1.

Senti meu coração apertar só em imaginar o homem naquele lugar.

- Agora quem tá no comando é teu macho.

- Livinho?! - arqueei a sobrancelha achando suspeito.

- E tem mais e não tô sabendo?

Revirei os olhos jogando uma almofada nela e minha mente logo voou para Coringa.

- Eu preciso ver ele amiga.

- Você precisa é se cuidar e andar na linha com Livinho - disse séria - Coringa não vai te proteger dele estando lá dentro, então anda na linha.

Assenti sentindo uma enorme vontade de chorar por todo o caos.

Amante Fiel | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora