11 - Tio? Que tio?

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-AMEN!- dizem aquelas velhas fofoqueiras que vão à igreja só pra falar dos outros, também conhecidas com beatas.

-Que Deus acompanhe vocês!- Diz Harry sorrindo

Umedeço os lábios. Ele conseguiu ficar ainda mais gostoso de ontem pra hoje ou é impressão minha?

Ando por entre os fieis em direção ao altar onde se encontra o padre Harry de costas pra mim olhando pra uma imagem de nossa senhora do sei La o que. O que é? Nunca fui boa com santos. Olho ao redor e vejo que a igreja esta completamente vazia, exceto por nós dois. Sorrio.

Me aproximo dele sem fazer barulho e o abraço por trás.

- Meu Deus Lilith, que susto!- ele exclama tentando se desvencilhar de mim.

-Como sabia que era eu?- sussurro em sua orelha e chupo seu lóbulo fazendo ele arfar

-Quem mais me agarraria?- ele pergunta se soltando de mim com dificuldade

-Fico feliz em saber que o senhor só se agarra comigo padre.- digo com um sorriso malicioso e ele cora.

-Não foi que eu quis dizer!- ele diz nervosamente e se afasta de mim

-Ah, não?- pergunto me aproximando e colando nossos corpos

-Lilith, por favor... - ele começa, mas o interrompo

- Vamos terminar o que começamos ontem padre.

- Lilith...- ele começa novamente, mas dessa vez perco a paciência e o beijo.

Ele parece sobressaltado, mas seguro sua nuca e invado sua boca com minha língua, seu gosto é fresco e maravilhoso.

Começo a sugar sua língua, Harry tenta se afastar, mas não deixo. Sinto suas mãos em minha cintura, tentando me afastar, mas fico com a boca colada a dele ate que o ar se faz necessário e me afasto puxando seu lábio inferior.

Ele geme baixo e vejo que seus olhos verdes parecem rutilar.

-Me deixe em paz Lilith!- ele pede em um sussurro.

-Me dê o que quero e te deixo em paz.- falo roçando os lábios nos dele, mas ele segura meus pulsos com força e me afasta.

-Não posso! Você não entende?- ele grita e me sacode violentamente- eu sou um padre!- ele grita novamente

O encaro assustada e ele me olha parecendo perceber o que fez

-Me desculpe.- ele sussurra soltando meus pulsos, onde ficaram as marcas de seus dedos- me desculpe Lilith, eu...

-Tudo bem Padre. Não é a primeira vez e não será a ultima que um homem me machuca.- falo com um pouco de amargura na voz e ele me olha com preocupação.

-Alguém já bateu em você?- ele pergunta e eu baixo os olhos

-É impossível esquecer das surras que levei do meu tio.- sussurro

-Seu tio batia em você?- pergunta Harry me puxando para que eu sente em um banco

-Batia!- aceno em concordância- quando eu tinha treze anos ele me violentou numa rede de pesca.- sussurro levantando o olhar pra ele

-Que coisa horrível!

-Eu adorei.- falei com sinceridade e ele me olha chocado- só não gostava das surras que vieram depois.

- Lilith eu...

-Eu morava numa vilazinha que vivia da pesca.- conto enquanto olho fixamente para um ponto qualquer- adorava ir ver o mar, minha mãe sempre me levava, mas ai ela sumiu, me deixando com meu tio. E eu comecei a ir sozinha para a praia.

-Lilith...

-Uma noite, meu tio me levou. Ele disse que era mais bonito ver das redes de pescas do seu barco, e eu fui.

- Lilith eu...

-Meu tio era um homem muito bonito, e foi carinhoso comigo, lembro das mãos grades dele em meus seios recém formados.

- Lilith...

-De seus lábios em meu pescoço.- passo as mãos na pele arrepiada do meu pescoço e fecho os olhos

-Lilith, pare!

-De seus dedos me estimulando.- mordo os lábios e rebolo no banco sentindo minha intimidade ficar molhada- igual você fez comigo ontem Harry.

-Lilith!

- Lembro de como ele me penetrou lentamente, doeu um pouco, mas logo depois eu estava gemendo e pedindo por mais.

-Pare!

-A cada entocada dele eu gemia mais alto.- falo me voltando pra Harry que morde os lábios- ele sugava meus seios.- falo apertando os seios por cima do vestido que usava- então ele se sentou e me colocou em seu colo, me mandando cavalgar!- digo e sento no colo de Harry, com uma perna de cada lado de sua cintura.

-Lilith, não!- ele diz tentando me afastar mais rebolo em seu colo

-Eu quero ser sua, Harry. Me faça gemer!- sussurro em seu ouvido

Beijo seus lábios e, pra minha surpresa, ele corresponde com vigor. É um beijo sôfrego. Muitos dias de espera estavam contidos nesse beijo. Uma onda abrupta de desejo invadiu meu corpo. Nos beijamos ate nos machucarmos.

-Desculpe.- sussurrou Harry quando nos afastamos

-Não peça desculpas Harry, não pense. Sinta.- sussurro pronta para voltar a colar nossos lábios, mas ele me afasta com delicadeza de seu colo e se levanta.

-Eu sou um padre Lilith, você deve entender isso!- ele murmura cabisbaixo

Bufo e me levanto arrumando meu vestido.

-Você será um padre ate quando eu quiser, Harry!- o viro de frente pra mim- você sente algo por mim, admita!

-Sinto desejo, Lilith. Isso não é o bastante pra me fazer desistir do celibato.

- Argh! Você é um...

- Sou um padre Lilith, respeite isso!

- Não vou respeitar!- falo me aproximando dele- vou conseguir o que quero Harry!

-Boa sorte, então!- ele fala e pela primeira vez ouço um tom de deboche em sua voz.

Afasto-me dele e me viro em direção a saída da igreja.

-Lilith!- Harry me chama e olho pra ele por sobre o ombro

-Que?

-Seu tio existiu?- ele pergunta e eu sorrio.

-Tio? Que tio?

- Foi o que eu pensei.

Salmo 129Onde histórias criam vida. Descubra agora