Dentro da sala de aula
O sinal bateu mais uma vez chamando a atenção de todos os alunos que ainda não tinham entrado para suas salas, Adrien entrou primeiro do que as meninas que acabaram ficando conversando um pouco pelo caminho, o que resultou na demora delas para chegar na sala mas quando finalmente chegaram e entraram, sua professora Caline Bustier apontou pra que as duas ficassem do lado de fora enquanto puxava o rapaz loiro pelo braço, a expressão de irritação no rosto dela já dizia o que iria acontecer.
— Olha crianças isso está começando a virar um problema, não é a primeira vez que vocês estão chegando atrasados e já falei com vocês várias vezes a respeito disso, de verdade eu não sei nem como vocês conseguem chegar atrasados sendo que o senhor agreste sempre chega à escola pontualmente e vocês garotas também são até bem pontuais na maioria dos dias, então eu acho que alguma coisa tem acontecido pra vocês estarem demorando tanto pra chegar em na sala de aula, quem gostaria de me explicar o que aconteceu, se é que aconteceu alguma coisa? – A professora cruzou os braços e fitava cada um dos jovens com seu olhar mais determinado.
— Desculpa professora – Adrien foi o primeiro a falar – Eu tive uma pequena mudança de rotina nas últimas semanas sabe, conversei com meu pai e agora tô fazendo um pouquinho mais de exercício e tem dias que minha perna direita fica doendo bastante, então eu acabo realmente me atrasando um pouco pra vir a sala de aula por que eu paro ali e espero a dor passa sabe, mas não é nada muito complicado eu já conversei com o médico da família e parece tá tudo bem, eu só vou ter que me acostumar com a nova rotina, mas de todas as formas eu peço desculpas e vou tentar ser mais pontual daqui em diante.
—Entendi Sr Agreste – A professora relaxou um pouco a sua feição, aquela resposta parecia tê-la satisfeito – mas e vocês garotas, qual a desculpa de vocês.
—Bem professora – Alya toma a dianteira e começa a falar – a gente não tem uma boa desculpa, é que nesses últimos dias eu ia Marinete estamos trabalhando em alguns looks juntos, eu ajudo com umas ideias e ela acaba fazendo alguns exemplos de modelos de vestidos mas nada muito exagerado por enquanto.
— Entendi mas não é certo vocês chegarem tão tarde assim, a partir de agora eu quero que vocês priorizem a escola, sei que às vezes jovens como vocês poderiam estar fazendo coisas mais divertidas porém a educação deve sempre ser a prioridade, então caso esses atrasos se repitam, irei eu mesma ter uma palavra com os pais de vocês pra saber o real motivo desses atrasos.
Claramente não dava pra ganhar nela no argumento, querendo ou não ela estava certa nessa questão, afinal de contas é o trabalho dela educar essas crianças e está fazendo o melhor que pode, mesmo que para isso tenha que dar um belo puxão de orelha. Os jovens não tinham mais nada a falar, apenas assentiram com a cabeça.
— Ok, bom… vamos entrando – ela estende o braço e faz um gesto com a cabeça para eles entrarem.
Rapidamente eles foram para seus respectivos lugares e quando Adrien se sentou ao lado de Nino, seu grande amigo, ele ergue o punho para cumprimentá-lo e Nino o cumprimenta de volta.
— E aí cara, você chegou um pouco atrasado dessa vez, aconteceu alguma coisa? – Nino perguntava curioso, o rapaz gosta de saber desses assuntos que são referentes ao seu amigo.
— A nada demais cara, tipo o trânsito tava bem complicado agora pouco e não deu pra chegar mais cedo, aí acabei conversando com a Marinete e a Alya e isso me fez perder um pouco mais de tempo também. Mas deixando isso de lado, tá experimentando um estilo diferente, nunca te vi usando uma jaquetinha de couro como essa.
Nino já abre aquele sorrisinho maroto, segura nas golas de jaqueta e levanta elas.
—Que bom que notou, por que agora eu só vou vir pra aula com essa jaqueta linda – ele diz isso com muito orgulho.
—Huh… Ok, porque?
—Por que o que?
—Por que o que o que?
—Sai fora mane, tá achando que eu vou cair nessa hahaha – Nino dá um soquinho de leve no ombro de Adrien, que faz uma expressão de dor enquanto ri, mas a felicidade dura pouco quando a professora Caline manda um “Cof Cof” e os dois meninos rapidamente já corrigem a postura e abrem os cadernos em páginas aleatórias. A professora se satisfaz mais ou menos com a atitude dos dois e volta com a sua aula, enquanto os dois dão risada mas bem baixinha pra ela não notar.
—Mas falando sério agora – Indagou Adrien, susurrando para o seu amigo – por que você só vai vir com essa jaqueta?
—Lembra da minha Tia Sandra, aquela motoqueira maluca?
—Não! Eu lembraria de ver uma motoqueira maluca parecida com você.
—Bom ponto, bem, ela veio visitar a gente e me deu essa jaqueta massa, de verdade cara, melhor presente que eu já ganhei na minha vida – ele diz isso com muito entusiasmo.
—Eh… beleza cara, se você tá feliz, eu fico feliz.
—Valeu cara, mas agora me conta aí, o que aconteceu contigo, veio pra cá com as roupas antigas, tá sem a jaqueta branca, blusa toda amarrotada e até com calça rasgada na perna.
—Ue? E qual o problema cara?
—Relaxa mano – Nino ergue o braço pro alto, em sinal de trégua – não to criticando nem nada, é só que é diferente saca, ce parece mais relaxado.
—Hum… você acha, na moral eu me sinto só bem, não vejo tanta diferença, então isso é estar relaxado?
—Não sei qual a sua definição de relaxado mas independente do que deva ser, talvez seja o estado “relaxamento” – ele termina essa frase fazendo mãozinhas de jazz.
—Ah vai se ferrar hahaha – Adrien ri bastante, mas dessa vez ele enrigesse um pouco sua face, como se ele estivesse com vontade de cagar mas não pode e olha pro seu caderno – Nino, vamos prestar atenção na aula se não a professora vai jogar um giz na gente.
O rapaz bronzeado olha pra frente e vê sua professora enfurecida e emanando uma aura assustadora. Ele rapidamente abaixou a cabeça e começou a olhar fixamente pro seu caderno.
—Aí aí, esses garotos – mais uma vez ela respira fundo e volta a dar aula.
Enquanto isso, Adrien puxa seu braço que carrega o seu anel para escorar em sua cabeça, através dessa posição, ele consegue ouvir a voz de seu Kwami dentro de sua cabeça.
“Tá afim de confusão né moleque”
“Como assim, eu não fiz nada, só tava conversando”
“Em sala de aula é complicado viu, mas deixando isso de lado, vamos focar nas suas "lições extras” ”
“Ok”
Então ele vai passando as páginas até chegar em uma específica, onde estava sendo escrito o alfabeto normal com as letras de forma diagonal como uma coluna, e logo do lado tinha letras completamente diferentes que se assemelhavam muito a letra que os egípcios usam, mas com um toque ligeiramente diferente, como se fosse algo mais antigo.
Nino percebeu o que seu amigo estava fazendo e observou, aquilo era estranho e ele não entendia o que aquilo significava, mesmo se esforçando para tentar se lembrar se já tinha visto aquelas letras estranhas. Porém Adrien percebe seu amigo xeretando e olha direto em seus olhos, Nino se surpreende com o olhar feroz de Adrien e preferiu não emitir nenhuma palavra quando viu seu amigo levando a caneta até os lábios e fazendo um pequeno sopro.
Ali ele entendeu que tinha que ficar quieto e pelo restante da aula, o próprio não quis voltar a trocar olhares com seu “amigo”.
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Miraculous: Vamos Recomeçar
FanficAs vezes as pessoas que você ama se tornam pessoas conhecidas, que já não estão com você, mas cabe a você seguir em frente com sua vida e aproveitar o que te resta ou ir atrás dessas pessoas. Adrien tomou a decisão dele e vamos ver que consequências...