A caveira

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Pietro Amorim

- Abre a boca.

Enviou o cano da 9 mm na sua garganta. Ele pede misericórdia. Atiro.  O sangue jorra no meu rosto.

- Executaram todos? Pergunto.

- Sim, senhor. Um dos soldados responde.

- Queimem tudo.

Estou vestindo uma roupa camuflada com capuz. Me sento enquanto eles queimam a casa do homem e seu bando que atacou a família de Diogo. Não faço isso por amor a ele, mas pelo simples fato de ter nas minhas veias a adrenalina de matar. Eu sou um mostro, e adoro essa fama. A única que nunca me olhou assim e a Olívia, mas não posso tê-la, porque ela me vê com irmão. Agora a dor tomou mais conta do meu coração, ela está com o único homem que não consegui eliminar. Saber que ela está feliz com ele e a única coisa que me mantém minhas mãos abaixadas com relação a Fernando Fontes.
Chegamos no alojamento, Diogo Alves comemora a execução do serviço com êxito. Tomo um banho, nenhum aroma e capaz de eliminar o cheiro de sangue do meu corpo. Me enxugo e visto uma calça e uma camiseta. Olho para minha lua. E a foto de Olívia que tenho no teto do meu quarto. Diogo Alves entra. Pego um garrafa de uísque e viro direto no gargalo. Ele não para de falar da negociação em Brasília. Ele ainda não percebeu que será eliminado logo depois de finalizar, o grande chefão não vai mais precisar dele. Ele olha a foto da Olívia e diz.

- Essa é a mulher que você está todo fundinho por ela, que mulher horrorosa. Minha arma está embaixo do traseiro. Pego e me levanto. Coloco a arma no meio da testa dele.

- Repete, Diogo. Vou ter o prazer de explodir seus miolos, seu desgraçado.

- Que isso, Sombrio. Não falei por mal, ela não e meu tipo de mulher.

- Não perguntei sua opinião, você não digno nem de olhar a foto dela, seu merda! Aproxima vez não vou pensar duas vezes.

- Tudo bem, Sombrio. Ela deve ser muito boa para você, eu hein.

Aperto mais o cano da arma, na sua testa.
- Você está testando minha paciência? Quer morrer, Diogo?

Mas não dou oportunidade, miro no pé e atiro. Ele caia no chão, com as mãos coberto de sangue, ele geme de dor. Abaixo e digo.

- Você acha que estou brincando,  quando digo essas coisas, aproximo arma na sua testa.

- Você é muito louco, como pode fazer isso comigo,por causa daquela vagabunda.

Me viro enfio a arma na boca dele e quando vou puxar, ele diz.

- Desculpa, Sombrio.

- E sua última chance, na próxima amanhã irão ao seu velório.

Chamo o médico do alojamento. Eles levam o Senhor das Armas. Observo treinamento dos homens, Diogo me olha com ódio da sua sala, teve sorte que mirei em lugar inofensivo, mas não ligo, amanhã será minha última operação pela facção, depois disso vou desaparecer do mapa. Ainda tenho pensamento de levar minha lua, mas ela não me pertence. Hacker (vulgo Gustavo) chega da rua, ele acha que não sei que é um agente federal infiltrado, mas não eliminei, pois sei que está aqui sobre as ordens de Fontes. Eu o chamo na sala de computadores.

- Sim, Sombrio. Precisa de alguma coisa.

- Amanhã vamos juntos para Brasília, então arruma suas coisas, sairemos bem cedo. Antes da equipe.

- Mas, porque tenho que ir contigo?

- Preciso que faça algo para mim.

- Entendido. Vou me preparar.

Como acordo anteriormente, irei na frente para analisar todo perímetro do local de encontro. Tenho certeza que eles irão me executar como farão com otário do Diogo, mas esse terei o prazer de enviar direto para o inferno. Tento dormir, mas fico inquieto com possibilidade de rever Olivia. Durmo apenas 45 minutos, o suficiente para levantar, recolher tudo. Pego roupas, computador, fotos, cadernos e qualquer coisa que me remetente a esse lugar. Vou até o fundo do prédio, queimo tudo. Pego minha mochila contendo, apenas três mudas de roupa, soco inglês, algumas facas pequenas, duas granadas, celulares descartáveis, pouco dinheiro e foto da minha Olivia de quando éramos crianças.
Retorno ao alojamento e me encontro com Hacker, mas antes vou até a sala do Diogo. Ele não está com cara de bons amigos.

- Seu pé está melhor? Ele aponta uma arma para  mim.

- Seu infeliz, posso te matar agora. Me aproximo do cano do revólver.

- Atira, vamos! Estoura meus miolos. Começo a gargalha.

- Você é louco! Ele guarda arma. Neste momento, passo por cima da mesa, e agarro seu pescoço e aperto. Ele arregala os olhos.

- Você precisa ser muito homem para tentar me matar, você é um bundão. Presta atenção! Estou indo para preparar a entrega, então faça a única coisa que faz bem, fingir que o Senhor das armas, guarda sua raiva e vamos finalizar tudo bem bonitinho. Eu solto sua garganta.

- Você é louco, Pietro. Ele fala com dificuldade. Caminho em direção a porta.

- Eu adoro ser sombrio. Tiro uma faca perna e lanço, passa pelo seu corpo e cava no quadro atrás dele. Neste momento, ele cai no chão, com pequeno corte na orelha.

- Acho melhor você não brincar comigo, Diogo Alves. Estou indo. Te aguardo amanhã em Brasília. A segunda feira começou bem para Senhor das armas, otário! Saio do seu escritório, dá para ouvir os palavrões.

- Vamos Hacker! Temos muito o que fazer.

Vamos em um vôo comercial, devido algum problema tivemos que pousar em Belo Horizonte, então está atrasado. Acabamos de chegar no aeroporto de Brasília, já está anoitecendo, pegamos um táxi, quando chegamos no hotel de quinta na área mais afastada do centro. Antes de sairmos, digo ao motorista.

- Espere, ele vai voltar.

- Sombrio, porque eu não vou ficar?

- Presta atenção, Gustavo! Ele se assusta. Você é um agente infiltrado, sempre soube, nunca te vê como X-9, pois você é um cara diferenciado e me lembra do único amigo que eu tive. Então, vou te dar a chance de prender com todos, inclusive eu. Toma esse pendrive, consta tudo sobre a facção e seus chefões, toda as operações ilegais. Somente daqui, entrega para delegado Fernando Fontes, diga a ele para vir atrás de mim, estou esperando por ele.

- Por quê está fazendo isso?

- Por Olivia Lopes, a única pessoa capaz de tirar a escuridão do meu ser. Fale para ele agradecer a ela. Vai embora, Gustavo.

Ele entra no táxi, parte em direção lago sul. Entro na recepção e pego as chaves do meu quarto. Me sento na cama, com uma única certeza, que logo estarei frente a frente com Fernando Fontes.

 Me sento na cama, com uma única certeza, que logo estarei frente a frente com Fernando Fontes

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