Estou voltando pra casa

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Essas são músicas que definem o retorno de Fernando.

Fernando Fontes

- Não aguento mais essa tocaia. Diz o Policial CMA.

- Já fazem 25 dias que estamos nessa,esse informante é uma furada. O agente federal Luiz fala.

- Fiquem atentos. Eu digo.

Recebemos a informação que será hoje transporte das mulheres e crianças, estamos aguardando. Como indicado pelo informante, um barco para em frente ao casebre, eu e mais dois agentes estamos localizado nos fundos do local, enquanto dois na lateral direita, dois da esquerda e três em duas canoas no rio em frente a residência. Potiguar desce da embarcação e entra na casa. Esperamos uns minutos, quando o líder CMA faz o final. Estamos com uniformes camuflados, coletes a prova de bala, touca ninjas e máscaras de proteção, lançamos as granadas de fumaça e depois arrombamos a porta do fundos. 

O corredor está com pouca visibilidade, algumas mulheres saem correndo de uns quartos, mas observamos algumas pessoas  subindo para o pavimento de cima, três agentes sobem enquanto retiramos as mulheres e crianças, sinto algo diferente no piso, mesmo com a fumaça consigo puxar e uma entrada para o subsolo da casa. Eu e mais alguns agentes adentramos com armas ao punho, antes de terminar de descer as escadas seus comparsas começaram a atirar, retiro as máscaras de proteção para fumaça, percebo que eles estão com três adolescentes com reféns. Ele está com quatro homens em sua volta com as meninas na frente. Eu grito.

- É melhor você se entregar, a casa caiu, Potiguar.

- Quero um acordo?

- Você terá um belo acordo. Abaixa as armas, agora. 

Neste momento os dois homens que o protegem apontam armas diretamente para Potiguar. Eram agentes disfarçados.

- Traidores! Ele grita.

Todos se entregam e prendemos o grande traficante de mulheres e crianças. Em poucos minutos já estamos com barco da marinha dando suporte para transporte das vítimas e dos presos. Potiguar é foragido da polícia, sendo assim, sua prisão foi decretada por juiz federal, ele será levado para penitenciária de segurança máxima em Campo Grande no Mato Grosso do Sul. Eu e os demais delegados vamos levá-lo diretamente para lá, devido ao risco de tentativa de resgate. Entramos no avião das forças armadas com Potiguar. Estou muito cansado da missão e com muita saudade da minha pestinha. Serão cinco horas de voo, estou ao lado do preso. Potiguar começa a dizer:

- Vou me vingar de cada um, pode ter certeza.

- Cala a boca, Potiguar. Luiz fala

- Eu não posso ir preso, logo agora que iria ganhar uma grana com leilão das virgenzinhas, vocês atrapalharam tudo!

- Me levanto, tiro a touca e paro de frente a ele, pego minha arma e coloco na sua testa. Ele arregala os olhos e nítido que ficou assustado.

- Presta atenção, Potiguar. Terei melhor prazer de enviar uma bala na sua testa, se você não calar a sua maldita boca. E agora você é virgenzinha no presídio. Cuidado com seu banho de sol, seu desgraçado.

Ele se cala,  e seguimos viagem tranquilamente. Realizamos a entrega do preso e vamos para o quartel do exército. Finalmente banho quente e uma cama. Uns dos soldados se oferece para cortar meu cabelo e fazer minha barba. Tomo banho e vamos para um alojamento vazio, a cama não é a melhor, mas não aguento mais dormir na barraca. Somos convidados para jantar, assim que terminar decido voltar para o alojamento.  As roupas que estou usando está que cheiro desagradável, todas as minhas roupas estão sujas, revirou minha mochila e encontrei no fundo da bolsa uma calça de moletom e uma blusa de algodão branco do ursinho Coração valente.

- Isso é coisa da peste da Olívia.

- Namorada preparou uma surpresa para você, Fontes. Luiz pergunta.

- Típico dela, pior que vai me salvar, não tenho mais roupa limpa.

- Elas sempre nos salvando. Ele sorri e se deita.

Troco a roupa e me deito, meu celular está desligado a mais de vinte dias. Quando eu ligo, uma chuva de mensagens, mas me chama atenção as de Olívia. Ela me enviou mais de 30 mensagens. Começo a ler, ela me conta que resolveu seguir a orientação da psiquiatra e internou sua mãe, que estava com saudades, sobre conclusão do curso de gastronomia, que não ficou na casa da minha irmã e maioria dizendo que estava com muita saudades. Resolvo responder.

- Saudades pestinha, chego amanhã.

Não passa um minuto quando o telefone toca.

- Alô, Superman.

- Oi, pestinha. Escuto o choro.

- Estou com tanta saudades de você, porque não respondeu minhas mensagens antes, fiquei apavorada de você encontrar uma Amazonas e desistir de mim. Ela diz.

- Sério isso? Prefiro minha pestinha.

- Você está bem? Machucaram você? Me responde, Fernando.

- Estou ótimo, ainda mais agora ouvindo sua voz. Sabe quando observa o céu na beira do rio, sempre me lembrava dos seus olhos de jabuticaba.

- Você me perdoa? Ela fala.

- Pelo o que está pedindo perdão?

- Por que a situação com minha mãe, fez você ter crise de pânico? Victor me contou.

- Aquele fofoqueiro. Retruco.

- Sabe, você tinha razão, minha mãe está doente, não deveria ignorar os fatos, mas ela foi uma boa mãe, sei que essa não é ela, mas agora ela está em tratamento e estou curatela dela, então não vai mais ficar com raiva de mim, vai?

- Nunca fiquei com raiva, desculpa se você interpretou dessa forma, mas tive medo dela conseguir tirar você de mim. Esse o pesadelo que constantemente percorre meus pensamentos é perder novamente uma pessoa que amo.

- Então, quer dizer que você me ama.

- Você acredita que não? Não sei quando começou, mas está aqui dentro de mim, como pode viver sem te conhecer todo esse tempo.

- Aí!

- Olivia, o que aconteceu?

- Tropecei, no banco da cozinha, então você me ama?

- Amo com toda força, estou  absolutamente apaixonado por você.

- Fala sério, Fernando! Que melação da porra é essa? Cara tem 25 dias que não sei o que uma noite de sono digna, deixa a gente dormir, amanhã vou se declara pessoalmente para  sua garota. O agente Luiz grita.

- Acho melhor eu deslizar, amanhã a gente se ver quando chegar em casa, tá bom?

- Sim, Superman. Eu te amo!

- Eu também! Antes de deslizar, escutou ela comemorando.

- Fernando Fontes, pelo amor de Deus, deixa a gente dormir, que melação não acabava mais, depois de 25 dias de tocaia na mata, dá um tempo, coração carente. Todos no alojamento caem na gargalhada.

- Vai se lascar, Luiz. Me viro e logo durmo.

Continua...

ALGEMADO EM VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora