Fogo do ciúmes

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Fernando Fontes

Um dia após o show de talentos...

O sol mal havia tocado o horizonte quando meus olhos se abriram. Desço e preparo nossa refeição. O cheiro de café fresco permeia a casa, um aroma que me trazia conforto e familiaridade. Acordo às crianças com um sorriso no rosto, ansioso para começar o dia com elas. Essa casa tem um ar de familiaridade, que faz meu coração se aconchegar.

Na cozinha, preparei panquecas e chocolate quente, enquanto as crianças brincavam na sala. O riso deles era música para meus ouvidos, e eu me sentia abençoado por tê-los em minha vida. Depois do café da manhã, decidimos ir ao parque com a mais nova integrante da família, a cachorrinha Conchinha.

O parque estava movimentado, com famílias aproveitando o domingo ensolarado. As crianças correram pelo playground, enquanto Conchinha perseguia uma borboleta com entusiasmo. Eu observava a cena com um aperto no coração. A felicidade deles era contagiante, mas eu não podia deixar de pensar em Olivia.

Peguei meu celular e disquei o número dela. Mais uma vez, a caixa postal. A frustração me consumiu. Eu precisava falar com ela, explicar o que aconteceu, pedir desculpas novamente pelo meu enorme erro. A amnésia me tirou a memória, mas meu coração sempre pulsou de amor por ela.

No caminho de volta para casa, sugeri passar na doceria da Olivia. Era uma chance de vê-la, mesmo que por alguns minutos. Mas, ao chegarmos, o local estava fechado. A decepção me deixou cabisbaixo.

Em casa, preparei as crianças para o churrasco na casa da minha irmã Carol. Eu não estava no clima para festas, mas sabia que precisava fazer um esforço para manter a família unida.

Ao chegarmos, Carol me recebeu com um abraço frio. Ela também estava chateada comigo pelo pedido de divórcio. No meio da resenha, tentei novamente ligar para Olivia, sem sucesso. Carol percebeu minha frustração e, com um sorriso irônico, me disse.

- Olivia estava no autódromo assistindo a uma corrida com Sebastian Gutierrez, um piloto amigo dela da época de kart.

- Olha postaram uma foto dela no instagram da Stock Car, olhem! Gaia, esposa de Felipe, diz com sorriso irônico.

- Olha postaram uma foto dela no instagram da Stock Car, olhem! Gaia, esposa de Felipe, diz com sorriso irônico

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-Ela está linda! Está na pista! Victor diz me provocando.

- Não tem ninguém na pista, deixa de ser otário, Victor. Me levanto saindo da área de churrasco.

- Cuidado, maou! Você vai explodir de ciúmes. Victor fala. Escuto todos rirem.

Meu coração está pegando fogo, nunca me senti assim. O ciúme me consome como um incêndio. Sem pensar duas vezes, peguei minha Harley Davidson na garagem da casa dos meus pais e rumei para o autódromo. A adrenalina pulsava em minhas veias enquanto eu acelerava pelas ruas da cidade. Eu precisava ver Olivia, precisava saber se ela ainda me amava.

Ao chegar ao autódromo, não consigo entrar. Fico aguardando no estacionamento.

Quando ela sugere ao lado de Sebastian

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Quando ela sugere ao lado de Sebastian. Ela estava linda, com um sorriso radiante no rosto. Meu coração está queimando. Eu a havia perdido. Finalmente ela percebe minha presença.

-O que está fazendo aqui, Fernando.

- Preciso conversar com você. Digo olhando o homem ao seu lado.

- Deixa eu te apresentar, esse Sebastian Gutierrez. Esse é o pai dos meus filhos.

- Pai dos seus filhos? Eu sou seu marido.

- Não, esqueceu que você pediu divórcio.

- Podemos conversar em particular, posso te deixar na doceria.

- Não, vou com Sebastian. Vamos, querido. Ela segura nos braços dele.

- Foi um prazer, Fernando. Vamos, querida!

Ela entra com ele no carro, me deixando sozinho no frio do estacionamento do autódromo. Não consigo acreditar que ela está falando sério.

Maldita amnésia! Se não fosse por você, isso não teria acontecido.

A moto roncava como um animal selvagem enquanto eu percorria o caminho de volta para casa. A raiva e a frustração consumiam meu corpo como um ácido. Eu não podia acreditar que Olivia estava na companhia de outro homem. A amnésia me tirou a memória e também a capacidade de raciocinar. Não consigo compreender esses sentimentos, mas tenho uma certeza, Olivia é uma das pessoas que amo.

Na garagem, desci da moto e chutei o cavalete com força. O som metálico ecoou pelo silêncio da noite, mas não foi suficiente para aliviar a dor que sentia. Entrei em casa e me joguei no sofá, com a cabeça entre as mãos. Ligo para minha irmã pedindo para ficar com as crianças. Ela prontamente aceitou.

As imagens de Olivia com Sebastian não saíam da minha mente. O sorriso dela, o brilho nos seus olhos. Ela estava feliz, e eu não era parte da sua felicidade.

Levantei-me e fui até o armário, procurando uma bebida forte. Na parte mais alta encontro. Abri a garrafa de whisky e servi um copo generoso. O líquido quente desceu pela minha garganta como um rio de fogo, mas não anestesiava a dor.

Sentei-me na varanda e olhei para o céu noturno. As estrelas piscavam como se estivessem zombando de mim. Eu estava sozinho, perdido em um mar de dúvidas e incertezas.

O que eu faria agora? Como reconquistaria Olivia? A amnésia era uma barreira intransponível entre nós?

As perguntas se acumulavam em minha mente como nuvens carregadas de chuva. Eu precisava encontrar respostas, precisava de um caminho para sair desse labirinto.

Fechei os olhos e respirei fundo. A noite era silenciosa, apenas o vento sussurrava entre as folhas das árvores. Naquele momento, uma única coisa era certa: eu não desistiria de Olivia. Eu não me lembrava da nossa história passada, mas meu coração com certeza a amava, e lutaria por ela até o fim.

ALGEMADO EM VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora