Fotos - Cap. 18

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Assim que terminei de contar tudo pra Changbin, minha mãe caiu no choro, ela se culpava por ter me deixado em casa naquele dia e por ter falado aquilo no carro.
Meu pai tava saindo do escritório e foi amparar a minha mãe. Mesmo estando chorando e tremendo, eu fui tentar ajudar.

S/n: mãe, olha pra mim. Não foi culpa sua, ele era seu irmão e mesmo com todo os problemas que ele tinha, você confiava nele.

S/p: sem contar que seus pais estavam lá. Amor, a culpa foi inteiramente dele, não se martilize por isso.

Abraçamos ela e aos poucos ela foi se acalmando.
Na época, minha mãe também teve que fazer terapia pois se culpava muito por tudo isso. Mesmo sendo criança eu tentava fazer ela não se preocupar tanto comigo, era forte e conseguia esconder minhas emoções e traumas. Aos poucos ela foi aceitando que não tinha culpa de nada, mas ainda entrava em pânico quando eu tinha meus pesadelos.

Meu pai deu comprimidos para ela se acalmar e a levou para o quarto. Changbin estava de pé na sala observando tudo e tentando assimilar a história, levantei e fui ao seu encontro. Ele me abraçou tão forte que não conseguia respirar, e eu precisava daquilo.

S/n: você... Pode dormir aqui hoje?

Ele soltou um pouco e beijou minha testa acenando com a cabeça.

Fui até o quarto dos meus pais e minha mãe já estava dormindo, meu pai estava na sacada falando com alguém no telefone. Pedi a ele uma calça e uma blusa emprestado pra Changbin.

O levei para o meu quarto e entreguei a roupa e logo em seguida ele foi para o banheiro. Sentei na cama imaginando como seria a minha vida agora, eu rezava como nunca para que a polícia achasse ele o mais rápido possível.

Me assustei com a mão Changbin no meu ombro.

Changb: ei, pode ir tomar banho.

S/n: ah, sim. Já estou indo.

Peguei meu pijama tomando um banho rápido pois eu só queria me jogar na minha cama dormir e no dia seguinte alguém me falar que foi apenas um pesadelo.

Saí do banho e Changbin estava secando seu cabelo com a toalha. Peguei o secador na gaveta e fui secar pra ele. Depois de seco ele fez o mesmo com o meu. Nós dois não falávamos nada, ele com receio de perguntar alguma coisa e eu sem saber o que falar.

Guardei o secador e deitamos. Ele me aconchegou em seus braços e acariciou meus cabelos. Eu não conseguia pregar os olhos.

Changb: S/n... Você está bem?

Leventei o rosto pra olhar seu rosto já com os olhos marejados.

S/n: não, eu não estou bem.

Eu tentei me segurar o máximo possível, mas eu não consegui, não quero preocupar ninguém.
Changbin sentou com as costas na cabeceira e me pôs entre suas pernas me abraçando de lado. Ele ficou quieto apenas me aconchegando enquanto eu molhava toda sua camisa.
Depois de muitos minutos colocando tudo pra fora, eu me ajeitei em seus braços e abracei ele.

Changb: como se sente?

S/n: melhor, obrigada por estar aqui.

Changbin: amor... Eu sempre vou estar aqui quando você precisar, não esconda seus sentimentos de mim. Eu percebi que você estava tentando ser forte pra não preocupar seus pais, mas comigo você pode se abrir, chorar, rir, ficar brava, ficar com saudades. Eu quero que você se apoie em mim sempre precisar. Estamos entendidos? - aceno com a cabeça - seus olhos estão muito inchados, vamos lavar o rosto e dormir.

Ele me levou até o banheiro e lavou meu rosto como se eu fosse uma criança, eu particularmente gostei muito de todo esse cuidado dele. Fomos até a cama novamente ele deitou e me puxou pra deitar em seu peito. Por incrível que pareça eu dormi bem aquela noite.






×∆ 2 meses depois ∆×

Meus pais tinham tirado férias do trabalho para cuidar de mim, eu estava estudando em casa pois era o mais recomendável a fazer. Todos os dias Changbin vinha aqui em casa e dormia nos finais de semana. O fato dele estar sempre comigo impediu que eu caísse na depressão novamente, posso dizer que ele tem me salvado nos últimos meses.

A polícia não tinha ideia do paradeiro do meu tio, eles desconfiaram até da vovó, que foi morar com a irmã após o vovô falecer 3 anos atrás, já que o Seungho sempre corria pra ela quando precisava, mas essa suspeita logo foi descartada com as investigações.

Meu pai fazia milhares de ligação para encontrar o paradeiro do meu tio, sem sucesso. A polícia achava que ele tinha saído da Cidade e até do país, mas eu discordavam. Eu tinha arrepios algumas vezes, como se estivesse sendo vigiada, não contei isso pra ninguém pois não queria preocupa-los.



Era domingo à tarde, ou seja, meu amorzinho tinha que voltar pra casa.

S/n: mas já?...

Changbin: eu também não quero ir, mas amanhã eu tenho aula. Semana que vem eu trago meu uniforme e meu material e durmo aqui, pode ser? - mesmo não sendo o que eu queria, acenei com a cabeça - não faz essa carinha vida, que eu fico mal em te deixar assim...

O acompanhei até o portão mas não queria soltar ele, ficamos abraçados na frente do portão por uns minutos até o carro do pai dele chegar e ele ir.
Assim que o carro deu partida eu senti aquele arrepio de novo e rápidamente voltei pra casa.


Já era noite e já estava na cama conversando com Changbin. Do nada meu celular foi bombardeado com dezenas de imagens de um número desconhecido.
Eu pensei em chamar meus pais antes de abrir mas pela hora eles já estavam dormindo.

Ainda estava com um certo medo mas abri mesmo assim. E foi um choque, foi como se cravassem mil facas no meu peito e passassem uma corda pelo meu pescoço.
Tinha fotos de todos, dos policiais no meu portão, doa meus pais, da minha irmã, minhas... Mas a grande maioria era o Changbin, tinha fotos dele chegando e saindo da escola, chegando na casa dele e na minha, e a última foto era a gente se abraçando no portão hoje.

Ele estava na cidade, ele sabia onde eu morava, ele sabia onde eu estudava onde meus amigos estudavam e onde Changbin morava. Um último "ding" de notificação fez com que eu me sentisse pior do que um lixo.



"Ou você segue minhas ordens, ou eu mato um por um. Começando pelo seu namoradinho, aguardo resposta até amanhã. Do seu querido tio, Seungho."

Destined - Seo ChangbinOnde histórias criam vida. Descubra agora