Ajuda - Cap. 21

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3 semanas se passaram depois que minha vida voltou ao normal. Eu esperava me sentir bem, eu falava para todos que estava bem. Todos agiam como se nada tivesse acontecido, por um lado isso era bom, mas tinha horas que me incomodava pois eu conseguia ver os olhares de pena. Preferia que eles viessem até mim e perguntassem como eu estava ao invés de me olharem como se estivesse sofrendo. De fato eu estava, mas não queria preocupar ninguém.
Eu não tinha mais medo de sair na rua mas eu não sentia vontade de fazer isso, diversas vezes Changbin me chamou para sair mas eu apenas queria ficar no meu quarto dormindo, lendo, editando fotos... Qualquer coisa que ocupasse minha mente.
Ele dormia aqui as vezes e nós fazíamos muitas coisas, ele o tempo todo tentando me animar. Amava tudo aquilo mas eu não conseguia me divertir como antes, sei que tem algo errado comigo, mas não sabia o que.


Esse final de semana foi aqueles que meu pai teve um pico de energia e resolveu fazer um churrasco e limpar a piscina por conta do calor. Changbin e seus pais também vieram. O dia foi muito agradável, eu, minha mãe e a senhora Seo conversamos muito sobre muitas coisas, inclusive sobre o aniversário das gêmeas de nome que curiosamente nasceram no mesmo dia.

Como todo verão, sempre têm aquele dia no qual faz tanto calor que acaba chovendo durante a noite, e era esse dia. Tivemos que encerrar rapidamente antes que o vento e a chuva levasse tudo. Continuamos dentro de casa, à tarde os pais e a irmã de Changbin voltaram para casa, ele ficou pra dormir como na maioria dos finais de semana.

Mais a noite já estávamos nos preparando para dormir, já tinha tomado meu banho e estava esperando Changbin pra gente deitar.
Desde então a chuva não parou, eu não estava com medo, mas ela ainda me incomodava muito. Não sei por quanto tempo fiquei encarando a janela mas fui tirada do transe quando senti Changbin me abraçando pela cintura e colocando seu rosto no meu pescoço me fazendo sentir sua leve respiração.


Changb: ta tudo bem?

S/n: sim... Vamos deitar?

Changbin: claro.

Deitamos e com poucos minutos ele já estava dormindo, eu demorei um pouco mais porém consegui pegar no sono, acordei poucos minutos depois com o clarão entrando pela janela. Continuei deitada e encarei a janela por longos minutos, provavelmente eu estava ficando maluca porque por alguns segundos eu vi o rosto de Seungho na janela.
Confesso que fiquei um pouco assustada mas sabia que aquilo não era real, não tinha a possibilidade de ser.

Mesmo eu falando isso pra mim mesma meu cérebro não conseguia associar. Levantei da cama tentando fazer o menor barulho possível pra não acordar o Changbin e desci as escadas até a sala.







P.O.V Changbin

Escutei um estrondo forte e logo me dei conta de que estava trovejando muito. Passei a mão ao meu lado na cama procurando por S/n, a ausência dela me fez dar um pulo da cama, olhei ao redor e nada fui até o banheiro e estava tudo escuro. A porta do quarto estava aberta então sai pelo corredor esperando encontrá-la na cozinha talvez. Cheguei na cozinha e a mesma estava vazia, começo a me desesperar com o que poderia ter acontecido, vou até a sala encontrando a porta totalmente escancarada.

O desespero tomou conta de mim então sai correndo até o portão mas o mesmo estava trancado com cadeado, isso significa que ela não tinha saído, pelo menos não por ali. Não consigo encontrar ela na frente da casa então vou procurar nas outras partes da casa, vou direto para a área da piscina não obtendo sucesso. Passo pelas laterais da casa e meu corpo tenso logo relaxou, ela só estava parada olhando para a janela do seu quarto, como se estivesse hipnotizada.

Cheguei devagar e seguro seu ombro, ela estava muito gelada, seus lábios estavam roxos e seus olhos vermelhos tanto pela chuva quanto pelas lágrimas.


S/n: eu vi ele.

Changbin: ele quem?

S/n: Seungho.

Changbin: S/n... ele está morto

S/n: e mesmo assim ele ainda me atormenta.


Seguro seu rosto fazendo ela olhar nos meus olhos.


Changb: eu estou aqui, então por favor... Me conta como você se sente, não se esconda de mim.

S/n: ... E-eu não estou bem, preciso da sua ajuda, por favor.


Abracei seu corpo gelado como nunca tinha abraçado antes, ver seu rosto choroso e sua busca por ajuda foi como um soco no estômago pra mim.

Ela se agarrou à minha camisa e afundou o rosto no meu peito chorando como nunca, eu conseguia sentir a dor dela através daquele choro. Ficamos alguns minutos assim, quando ela se acalmou um pouco peguei ela no colo a levando para dentro.

A levei direto para o banheiro e fui encher a banheira com água morna, o tempo todo com ela agarrada ao meu pescoço. Tentei fazer ela entrar na banheira mas ela não queria me soltar, a única opção foi entrar com ela. Ficamos ali em silêncio até a água esfriar, só então consegui convencê-la a me deixar pegar uma troca de roupa já que as nossas estavam completamente molhadas. Coloquei um conjunto de pijama na frente da porta para ela e peguei um pra mim indo para o banheiro do corredor, quando voltei ela estava sentada na cama olhando para o nada. Seu cabelo estava pingando molhando toda sua roupa então pego uma toalha e o secador.
Enquanto secava ela não disse uma palavra, mas desde o começo ela ficou segurando a barra da minha camisa.


S/n: posso secar o seu?

Changbin: claro meu amor.


Sento no chão de costas para ela, ela passa o pente tão suavemente pelo meu cabelo que me dá uma vontade absurda de dormir, o secador passando lentamente trazia uma sensação tão boa que eu daria tudo pra não sair daquele momento. Quando ela acabou, levantei e coloquei as coisas na penteadeira.

Voltamos para a cama já era quase 4h da manhã, S/n se aconchegou nos meus braços e se agarrou em mim que achei que iriamos nos fundir ali, beijo o topo de sua cabeça e acaricio seus cabelos.
Sinto seu rosto, que antes estava no meu peito, se levantando, olho para ela e encontro seus lindos olhos me encarando como se fosse uma criança olhando para um doce.


S/n: Eu te amo.

Changbin: eu também te amo, te amo muito.

Distribuo beijos pelo seu rosto e pescoço arrancando dela uma risada baixa, o que pra mim foi como ganhar na loteria.
Voltamos a nos deitar e só então, dormimos calmamente durante o resto da noite.


Destined - Seo ChangbinOnde histórias criam vida. Descubra agora