IV. Pétalas e Velas

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Acho que ela era louquinha de pedra. Você precisava ver! — Amy dava boas risadas com o técnico, conversando a respeito da vendedora que vira há alguns minutos. — Disse para eu pedir a Sonic morangos bem específicos... Morangos... Morangos... — Colocou um dedo sobre os lábios, tentando buscar na memória. — Morangos... jóia branca! E se Sonic trouxesse a fruta, seria a prova de que me ama — balançou a cabeça negativamente, incrédula.

— Caramba. — O ouriço quase se engasgou com a água que bebia do copo. Tossiu, rindo. — Morangos jóia branca? Lembro de ter comido alguns deles na minha infância, mas são bem caros e difíceis de encontrar. Até que ela falava alguma coisa com sentido.

— Ela é maluquinha, ainda assim. Talvez só não mais que a própria Lana Stewart. — Amy levantou-se da banqueta à cozinha e deixou o copo na pia. — Se precisar de alguma coisa, estarei no meu quarto.

— OK. Assim que resolver o problema da água, subo lá pra terminar de instalar a internet. — Sorriu, carismático.

Amy dirigiu-se ao andar superior, atravessou o corredor e adentrou o quarto. Analisou brevemente o cômodo de princesa e abriu a passagem do closet aos fundos, procurando por mais satisfação. Então, entrou no pequeno e organizado corredor de roupas. Seus olhos se iluminaram às sandálias e sapatilhas. Soltava um suspiro realizado a cada vestido e demais vestimentas que tirava das gavetas e dos cabides.

Ao fim do corredor, parou para se avaliar num espelho integrado à parede. Deixou as mãos correrem por entre as mechas. Finalmente amava a si mesma. Estava feliz e, ao jogar os cabelos para trás, lembrou-se de que tinha alguém para amá-la, igualmente. Pensou em uma das situações com Sonic àquela manhã, após ele apresentar todos os cômodos da casa.

— Sente-se. Tenho uma coisa para você.

Sonic fez um aceno para o banquinho sob a penteadeira do quarto.

Ela se sentou defronte ao seu reflexo, quando Sonic retirou, do bolso de sua camisa xadrez, uma caixinha almofadada. Abriu-a.

— Uau... — fez a rosa.

Era um brinco em formato de pérola. Discreto, mas muito bonito. O ouriço inseriu-o em uma das orelhas da amada.

— Como prova do nosso amor — informou ele, romântico. — Para que nunca nos separemos novamente.

A rosa viu-se brincando com o brinco, grata. Colocou-o de volta ao lugar quando ouviu barulhos no quarto. Era o técnico.

— Resolvi o probleminha da torneira — contou o preto. — Nada demais, só uma válvula dos canos fechando sozinha, aparentemente.

Amy franziu o cenho.

— Ah... Como se alguém tivesse feito isso? — indagou a rosa.

Ele entortou a cabeça.

— Exatamente — confirmou. — Mas por que alguém, em sã consciência, o faria? Não tem ninguém aqui além de eu e você. E eu só quero ir pra casa mais cedo, descansar.

— Não. Não pense que estou julgando você. De forma alguma.

Parando para pensar, Rose também não sabia o porquê de ter feito aquela teoria tão de repente. Talvez porque a situação estava exigindo isso, devido aos últimos eventos. Sua pergunta não fazia sentido, ainda assim. Bom, como muitos outros acontecimentos não estavam fazendo.

— Apenas esqueça, nada a ver. — Ela forçou um riso. Ele permaneceu inflexível. — Posso fazer mais alguma coisa pra ajudar você? Não querendo encher seu saco, mas estou entediada sem Sonic por perto.

A Última Gravação (Sonic)Onde histórias criam vida. Descubra agora