𝐀quela foi a pior tortura que Amy já teve que se submeter. Manteve-de acordada durante horas, refletindo sobre o que mal sabia. No início, teve no que pensar. Imaginou quem poderia ser o técnico, não chegando a uma boa solução em nenhuma das hipóteses. Refletiu sobre a visita de seu quarto e não conseguiu imaginar o porquê da maquiagem.
A conversa que a mulher teve com Sonic foi bastante misteriosa. De que situações eles falavam? Rose lembrava-se de ouvir Sonic citar um nome: "Knux". Knuckles? O que ele tinha a ver com tudo aquilo? E... remédios? Sonic nunca precisou dar remédios à ouriça rosa, eles mal ficavam próximos um do outro. Ela refletiu sobre possibilidades bastante sombrias, mas não tão distantes. Mas não queria acreditar. Primeiro, era cedo demais para dizer algo. Segundo, não aceitaria nenhuma das possibilidades de bom grado.
Depois do nó bem dado na própria cabeça, a rosa mergulhou nas profundezas de sua mente, perguntando-se se fez a escolha certa, do porquê de estar ali... Ela tinha medo, e não era irracional, afinal não estava mais segura. Dormia com um homem que nem poderia confiar novamente. Evitava fechar os olhos. Apesar das pílulas ajudarem, eles já estavam pesando. Duas pessoas já lhe alertaram para que ela não caísse no sono, e ela precisava se agarrar a suas únicas esperanças de saber toda a verdade.
Observou as paredes do quarto passarem de um azul da meia-noite a um rosa alaranjado, e então a um azul claro, no que pareceram dias. Torcia para que a maquiagem escondesse as olheiras que imaginava já ter, quando o alarme tocou mais uma vez.
Um lampejo e Sonic estava ao seu lado, desligando-o. Amy fingiu ter acabado de abrir os olhos.
— Ah... Sonic-
— Hehe, foi mal... — Coçou a cabeça, aparentemente desconcertado. — Esqueci de desativar o alarme.
Não...
Aquela era a exata fala da manhã do dia anterior. O mesmo horário ao despertador, o mesmo erro, a mesma coçada na nuca. Então...
— Sonic, pensei que já tinha ido para...
Ela forçou surpresa com o quarto. Levantou-se da cama, fingindo distração. Estratégica, virou a cabeça de modo que ele não pudesse ver sua expressão de tensão e analisou o cômodo, indo em direção à varanda. Começou a tentar buscar cada uma de suas falas na memória, e não lhe pareceu tão difícil.
— Eu preciso de uma explicação, mocinho. — Voltou para dentro do cômodo, decidida a enganá-lo até que fosse o momento certo.
— Nossa nova casa!
Ela sorriu, mas seus olhos estavam esbugalhados.
— Não pode estar falando sério.
— Eu estou. Mas você não viu nada ainda!
O vulto azul passou pelos seus olhos e a assustou mais que o normal. Fingiu outra expressão de surpresa quando desceu as escadas. Tentou buscar as outras falas na memória, mas simplesmente não conseguia se recordar. O nervosismo varreu a situação de seus pensamentos.
— Um pouco exagerada ou está ótimo? — questionou o ouriço, e Amy agradeceu ao universo por não se lembrar daquela fala.
Mas pensou que, se aquilo fizesse parte de um outro roteiro planejado, poderia ser uma armadilha. Então deu a resposta mais genérica que encontrou:
— Os dois. — E virou-se para assistir a reação do ouriço.
Felizmente, Amy parecia ter acertado em cheio. Ficou em silêncio, não querendo arriscar.
— E então...? — Sonic incentivou.
— Ah! É incrível, Sonic. Mas como... conseguiu tudo isso, em tão pouco tempo?
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A Última Gravação (Sonic)
FanfictionDepois de ir morar com Sonic, Amy se depara com acontecimentos e comportamentos muito estranhos dentro da casa.