Quando eu te vi

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Rio de Janeiro, Brasil, 01 de janeiro de 2023, 00h10.

~Alex's Pov:

Já era o primeiro dia do ano. Meus pais resolveram fazer uma festa de fim de ano e chamaram alguns amigos com suas famílias. Estava bem agradável; gente batendo papo, observando a queima de fogos, crianças brincando e adolescentes fazendo nada, como de costume.

- Filho, por que você não toca pra gente?

Minha mãe, Laura, é a que mais me incentiva a cantar e tocar. Toco violão e piano, e desde pequeno a música é minha companheira. Mas não é sempre que estou disposto a tocar pra meio mundo de gente ouvir, até porque, eu realmente não gosto. Não é que eu seja tímido; só sou... reservado.

- Sério, mãe? – faço careta, e ela me lança a carinha pidona que me amolece o coração.

- Por favorzinho... você é o filhinho mais lindo do mundo...

- Tá, tá, eu toco! – ela dá pulinhos de felicidade, e eu dou risada de sua alegria tão espontânea.

Vou ao meu quarto, pego o violão e volto pra sala de estar, o pondo em cima da minha perna.

- Toca aquela que eu gosto, por favor – mamãe pediu, e eu sorri, assentindo.

Pigarreei, já dedilhando as cordas. Um silêncio se faz presente na sala, só para me ouvirem cantar.

(Música na mídia)

Me Namora – Gabriel Elias

"Lembro que te vi caminhar
Já havia um brilho no olhar
E junto com um sorriso seu
O teu olhar vem de encontro ao meu

E o meu dia
Se fez mais feliz
Mesmo sem você perto de mim
Mesmo longe de mim

Eu fico o tempo todo a imaginar
O que fazer quando te encontrar
Mas se eu fizer o que vai dizer
Será que é capaz de entender

Mesmo se não for
Eu vou tentar
Vou fazer você me notar
Por isso eu vim aqui te dizer..."

E enquanto cantava, corri meus olhos aleatoriamente pela sala, até fixá-los em uma menina que eu nunca tinha visto antes, mas que me olhava com atenção na mesma proporção que eu.

Uau.

Tentei manter o foco, senão eu errava, mas era a menina mais linda que eu já vi. Seus cabelos eram longos, ondulados e castanhos. Os olhos escuros, que me hipnotizaram por completo. Seu rosto era perfeito, lindo. Acho que nunca vi alguém como ela. Estava em um vestido branco, longo. Desviamos o olhar ao mesmo tempo. Mas depois, a olhei novamente, hipnotizado com ela.

"Me namora, pois, quando eu saio sei que você chora
E fica em casa só contando as horas
Reclama só do tempo que demora
Abre os braços vem e me namora

Eu quero dar vazão ao sentimento
Mostrar que é lindo o que eu sinto por dentro
Beleza essa que eu te canto agora
Abre os braços vem e me namora..."

Quando cantei a música toda, ela estava me olhando com um sorrisinho. Aplaudiu, como os demais, e eu larguei o violão no sofá com cuidado. Eu quero falar com ela, mas não sei nem como puxar papo. Admito que sou horrível nisso. E se ela me achar maluco? Ou estranho? Ou sem graça?

"Para de ser bundão"

Tá, só respirar fundo e ir logo.

Ela estava mexendo no celular, sentada em uma das poltronas lá fora. Fiquei parado atrás dela, sem saber o que fazer. Então criei coragem para me sentar ao seu lado, chamando sua atenção.

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