Quando eu finalmente acordei

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Rio de Janeiro, Brasil, 01 de outubro de 2023, 4h55.

~Alex's Pov:

Abro os olhos, não suportando a claridade do lugar. Olho para os lados, tentando identificar onde estou. A única coisa que reconheço é um "bip" infernal de um aparelho medindo meus batimentos cardíacos.

Eu estava respirando com ajuda de aparelhos. Sinto uma dor no abdômen, não tão forte. Tento raciocinar o que aconteceu até chegar aqui; Lívia e eu fomos atacados pelo Pedro, briguei com ele, consegui esfaqueá-lo e mantê-lo longe da minha princesa. Mas eu tomei uma facada antes, e acabei desmaiando nos braços de Lívia.

Me sinto cansado, e afundo a cabeça no travesseiro, resmungando de dor. Então, olho pro lado e vejo a mulher mais importante da minha vida, dormindo sentada numa poltrona, apoiando o rosto em sua mão.

- Lívia?

Ela não acorda de imediato.

- Livliv?

Abre os olhos, que quase saltam de seu rosto ao me verem.

- Ai meu amor, graças a Deus! – corre até mim, me dando um abraço.

- Você tá bem? – pergunto, a analisando atentamente.

- Eu quem deveria estar te perguntando isso! – chora abraçada a mim, aliviada – Nunca mais me dê esse susto, ouviu? – me dá um tapa no ombro, ainda chorando.

- Olhando pra você, me dei conta que morrer é mais fácil que viver sem você, amor.

- Se você morresse, eu morreria junto – acaricia meu rosto, e limpo suas lágrimas.

- Já tá tudo bem agora. Quanto tempo eu fiquei assim?

- Dois dias. Agora são 4h55 da manhã do dia 01. Você teve três paradas cardíacas nesse tempo, e eu quase te perdi – me dá um beijo casto, porém demorado.

Caramba...

- Eu quero ir pra casa logo... – digo, suspirando.

- Você ainda está se recuperando de três cirurgias, Alex. Só vai ter alta depois – ia falar, mas sou interrompido – E não seja um bode teimoso achando que consegue suportar a dor.

- Aff... – ela dá uma risadinha anasalada e um beijo em minha testa.

Só então, me ocorre de perguntar.

- Amor... e o Pedro?

Ela fica imóvel, e suspira pesadamente.

- Chamaram uma ambulância pra ele, ele foi atendido e tals... mas a profundidade da facada que você deu alcançou justamente a veia que por pouco, ele não te acerta. E você girou a faca duas vezes, então... ele morreu após cinco minutos a caminho do hospital.

Arregalei os olhos, chocado que eu... matei alguém.

- Será que a polícia sabe que eu matei ele em legítima defesa?

- Eu dei meu depoimento ontem, e eles anotaram. Vão querer o seu agora, meu amor. Mas só quando se sentir melhor. Vou chamar a enfermeira.

Aperta o botãozinho e em um minuto, a enfermeira chega.

- Veja só! Você foi muito forte esses dias todos, sabia? – vejo em seu crachá que se chama Juliana – Aparentemente está tudo bem com você, mas vou chamar o doutor só pra ter certeza.

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- Você está fora de perigo, garoto – diz e todos na sala suspiram aliviados – Nunca mais se meta em confusões dessas, hein. Sua namorada quase infartou de desespero.

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