Quando tudo fez sentido!

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Rio de Janeiro, Brasil, 9 de junho de 2029, 18h30.

~Alex's Pov:

Faltam dois meses pra esse garoto nascer, e Lívia parece estar uma pilha de nervos a cada dia que passa. Tem dias que ela está de bom humor, dias que ela está querendo me esfaquear, outros em que ela se sente gorda e feia, outros em que ela se sente a mulher mais gostosa do planeta. Também há aqueles dias em que ela está que não se aguenta, e que pra cessar fogo só com extintor, e aqueles dias em que ela parece um zumbi de tão cansada.

Não sei como não surtou.

Agora, voltando pra casa, lhe trouxe um ramalhete de rosas brancas e comprei algumas coisinhas que faltam pro quarto do bebê. Precisei comprar o bercinho do menino, porque a gente não tinha encontrado um que fosse do gosto dela. Que foi? Achou mesmo que eu teria opiniões vigentes na montagem do quarto? Claro que não, isso fica pra grávida, e aí de mim se não achar lindo o que ela escolheu.

No fundo, ela é melhor que eu pra essas coisas.

Quando abro a porta de casa, a encontro no sofá da sala assistindo alguma série. Ela me vê e sorri, se levantando com calma e vindo até mim me dar um abraço.

- Ainda bem que chegou, eu estava com saudade de você – ela me diz, enquanto afago seus cabelos ondulados que tanto amo.

- Eu também estava com saudade de você, amorzinho. Olha o que eu te trouxe – mostro as flores pra ela, que sorri abertamente pra mim e me dá um beijo.

O beijo foi ficando mais intenso, mais intenso, mas tão intenso que eu jurei que iríamos nos engolir na sala e... do absoluto nada ela sai de perto de mim, saltitante com as flores.

- Comprou o bercinho? – pergunta, como se nada tivesse acontecido na sala há meio segundo atrás.

Eu fiquei imóvel, tal qual uma pedra, raciocinando o que acabou de acontecer ali.

- C-comprei...

Ela estava sorridente, animadinha e completamente alheia a tudo. Colocou as flores num vaso com água e deixou na mesa da sala. Passou por mim e me deu um selinho longo, voltando a sentar no sofá.

Resolvi tomar um banho pra ver se encontro o rumo da minha vida depois desse balde de água fria. Saí do banheiro só com a bermuda, porque não sou muito de usar camisa em casa. E claro que atraí a atenção da minha esposa. Resolvi provoca-la e brincar, lhe dando uns beijinhos. Sentei-me ao seu lado no sofá, lhe dando carinho. Ela parecia estar se rendendo aos poucos, e quando eu jurei que ia fazer o gol da vitória... bateu na trave. Ela se afastou do nada e foi pro quarto. Oscilações de humor... de novo. 

Ela tá me deixando louco.

Fiz o jantar para ela, que já não tem mais tanta disposição pra ficar em pé. Levei a comida até ela, que ficou feliz com meu ato. Ganhei um selinho de agradecimento e fiquei ao seu lado, a observando comer.

- Não está com fome? – pergunta, devorando sua sopinha.

- Por enquanto não. Quero que se alimente direito, depois eu me preocupo comigo.

Ela continuou comendo, enquanto assistia jornal na televisão. Quando terminou, peguei seu prato e lavei, colocando no escorredor. Fui para o escritório terminar de trabalhar na oficialização de divórcio. Já é o décimo quinto que recebo esse mês, e realmente me assusta a ideia de que as pessoas não conseguem manter um casamento. Em média, os relacionamentos conjugais duram 20 anos. Cara, meus avós paternos têm 47 anos de casamento. Os maternos já fizeram 52 esse ano. Meus pais estão juntos há 25 anos, os meus sogros há 24. Hoje em dia as pessoas parecem não suportar mais uns aos outros, de tal modo que optam por se separar depois de tanto tempo juntos.

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