Quando eu quase te perdi

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Rio de Janeiro, Brasil, 29 de setembro de 2023, 12h30.

~Lívia's Pov:

Depois daquele incidente com o Pedro, nunca mais o vi, mas senti que estava próximo de mim. Por mais que o final da minha noite tenha sido incrível... não deixei de pensar no que teria acontecido se Alex não tivesse chegado a tempo. Venho recebendo ligações de números estranhos ultimamente, e quando atendo, ninguém fala nada. Após um tempo, passei a não atender mais, mas sempre que as vejo, meu coração dispara. Acabei escondendo isso de Alex, para não o deixar ainda mais paranoico e preocupado. Só contei para meus pais, que estão me vigiando também.

Perguntei ao Patrick se ele havia voltado para São Paulo, e sua resposta deu a entender que Pedro ainda estava aqui no Rio. Desde então, nunca mais saí sozinha. Alex estava comigo o tempo inteiro, já que sua aula no cursinho é de manhã, e o local fica a dois quarteirões da minha escola.

O sinal da aula acabou de tocar, e eu arrumei minhas coisas para ir embora. Minhas amigas Lorena e Ana Laura me acompanham até a saída, e logo vejo meu namorado encostado no capô de sua BMW preta e com os óculos de sol apoiados em sua cabeça. Sorri com a imagem e fui correndo abraça-lo.

Alex me ergue em seus braços e me põe sentada no capô do carro, nem me dando tempo pra raciocinar quando me dá um beijo apaixonante.

- Que saudade de você – me dá um abraço, afundando seu rosto em meus cabelos.

- Amor, foram só cinco horas... não seja tão dramático!

- Cinco horas que mais parecem uma eternidade sem você – ri e lhe dei um selinho longo nos lábios.

- Vamos? Tô morrendo de fome!

- Hoje quem vai cozinhar sou eu.

- Ah, é? – se eu não morrer é lucro.

- Que cara é essa? – abre a porta do carro pra mim.

- Nada não, vida. O que tá pensando em fazer?

- Coisa básica que qualquer pessoa consegue cozinhar.

Vai dirigindo, contando sobre como o dia dele foi "entediante e sem graça" sem mim. Fazia carinho em sua nuca, enquanto estava concentrado na estrada. O clima agradável logo pesou quando tocou em um assunto sensível.

- Tem notícias do Pedro? – olha pra mim de relance, e notei que esse assunto o incomodou.

- Nenhuma... – digo, suspirando com pesar – Ele não apareceu mais no condomínio, nem procurou a tia. Aquela velha nem deve saber do que aconteceu.

- Por um lado, fico aliviado de que ele não esteja aparecendo. Mas por outro, me preocupo de te deixar andando sozinha por aí. Você deveria ter dado queixa na delegacia.

Eu tenho medo, amor! E se ele souber e vier se vingar de mim?

- Eu vou estar aqui pra te proteger, linda. Depois da surra que ele tomou, duvido que ele tenha coragem de chegar perto de novo.

- Aí é que tá: ele tem até demais. Já seguiu minha van escolar até minha casa, já ficou me vigiando saindo com minhas amigas. Ele é um psicopata, um cara que não supera nunca. Eu tenho medo de que ele acabe machucando você também.

- Eu sei me defender, Lívia. Vai ficar tudo bem.

Beija minha mão e continua a dirigir. Alex é um verdadeiro príncipe: me defende, cuida de mim, me respeita, me dá amor. E ele pode ser um homem enorme, forte e bem treinado... mas não é dois. E isso que me preocupa. Ele me diz o tempo todo que vai ficar tudo bem, que nada de ruim vai acontecer comigo, nem com ele.

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