chapter 12

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                                            𝐆𝐀𝐕𝐈

— Ei.

Sentei-me no assento em frente a Anna no ateliê de cerâmica onde combinamos de nos encontrar.

— Ei. — Ela não tirou os olhos do prato em que estava trabalhando. — Tenho um carinha para pintar.

Uma pequena estatueta alienígena estava no jogo americano à minha frente.

— Já está aqui há algum tempo? — perguntei enquanto ela usava uma agulha para passar um pouco de tinta no prato à sua frente.

— Eles me deixaram vir mais cedo. Achei que teria uma vantagem inicial.

— Fazer projetos de arte com uma artista de verdade vai me deixar complexo. Você sabe disso, certo?

— Não é minha culpa que você seja competitivo e não consiga admitir a derrota. — Ela olhou para mim, seus olhos castanhos brilhando de tanto rir.

Anna era formada em artes plásticas e sua paixão era desenhar histórias em quadrinhos. Ela era incrivelmente talentosa e sempre me fez sentir como se estivesse de volta à primeira série, tentando colorir as linhas sempre que nos encontrávamos e fazíamos algo artístico.

Coloquei um pouco de tinta verde na bandeja à minha frente e selecionei um pincel.

— Como foi a noite passada? — ela perguntou, olhando novamente para o prato.

— Divertida.

—Sério? Sua primeira vez em uma boate, e isso é tudo que recebo?

Por mais que eu amasse Anna e confiasse nela, não poderia contar a ela sobre Pedri. Não era meu segredo revelar.

— Eu dancei com dois caras.
Isso eu poderia contar a ela.

— Tipo, dançou ou DANÇOU com eles?

—DANCEI com eles. Ao mesmo tempo.

Sua mão arrastou a agulha de tinta pelo prato enquanto ela olhava para mim, com o queixo caído.

Coloquei a mão sobre a boca para abafar o riso.

— Você deveria ver seu rosto agora.

— Preciso que você desembuche. Agora.

— Não é tão escandaloso quanto você pensa. Dançamos em trio por algumas músicas.

— Eu entendi isso. Quero ouvir sobre as coisas boas.

— Eles eram gostosos e suados.

Ela torceu o nariz.

— Sim, eu sei que você não entende. Mas caras suados são sexy.

— Vou acreditar na sua palavra.

— Eles me mantiveram entre eles e dançamos.

Seu queixo caiu.

Dei de ombros e olhei de volta para minha pequena figura alienígena.

— Acho que eles eram um casal. Ou talvez amigos que compartilham porque sabiam o que estavam fazendo.

— Uau.

— E conheci algumas pessoas.

— Precisamos voltar a toda aquela coisa de ‘casal procurando um terceiro ou amigos que compartilhem’. Você acha que eles fazem sexo a três? — Ela baixou a voz e sussurrou a última palavra.

— Não posso ter certeza, mas acho que sim. A menos que dançar seja suficiente para eles. Talvez seja tudo o que eles fazem juntos.

— Uau. Não acredito que esse tipo de coisa acontece na vida real. Por que nunca conheci casais assim?

Never Have I Ever - ɢᴀᴅʀɪ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴛɪᴏɴ Onde histórias criam vida. Descubra agora