𝐏𝐄𝐃𝐑𝐈
— Está aberta. — A voz abafada de Ferran entrou pela porta.
Empurrei para abri-la.
— Ei.
Ele estava deitado na cama, olhando para o telefone.
— Ei — disse ele, com os olhos cautelosos e a expressão estranhamente vazia.
— Posso pegar seu carro emprestado hoje à noite?
— Você vai sair?
— Sim.
Ele jogou o telefone de lado, levantou-se e foi até sua mesa.
— Deixe-me pegar minhas chaves.
Encostei-me no batente da porta.
— Encontro quente? — Ele se virou para mim, com as chaves na mão.
— Não. Apenas saindo com algumas pessoas.
Ele agarrou as chaves com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.
Ele estreitou os olhos.
— Sério?
Huh. De onde veio isso?
Ferran era um cara tranquilo. Ele poderia ser um pouco louco, mas não era uma pessoa raivosa.
Esse tipo de reação não era típico dele.
— Você realmente vai ficar aí parado e mentir na minha cara.
— Eu... eu não sei do que você está falando — gaguejei.
Meu coração batia forte, o 𝑡𝑢𝑚, 𝑡𝑢𝑚, 𝑡𝑢𝑚 muito alto e um barulho, como o do oceano, encheu meus ouvidos e fez minha cabeça girar.
— Sério? — ele repetiu, sua voz alta e afiada como um chicote.
— Você vai ficar aí e me dizer que se cortou ao fazer a barba? — Ele apontou para meu pescoço. — Você pode querer receber algumas dicas de maquiagem de suas irmãs porque esse pequeno chupão está dizendo tudo que sua boca não diz.
Bati com a mão na marca de mordida que Gavi me deu outra noite.
A maior parte havia desaparecido. Agora, apenas alguns pontos cor-de-rosa em um formato suspeito pontilhavam minha pele, mas a marca estava escura e irritada no dia seguinte. Tentei esconder com um moletom, mas Ferran obviamente tinha visto.
— Eu...
— O que? Você vai dizer que ficou com alguém com fetiche por vampiros?
— Você é mesmo do tipo que julga o que alguém gosta na cama, considerando o tipo de merda que você gosta? — eu rebati.
Eu me senti encurralado e meu modo padrão quando entrava em pânico era ser cruel.
— Eu não dou a mínima se você gosta de ser mordido ou mijado ou qualquer outra coisa que te deixe feliz. Eu me importo que meu amigo, a pessoa que considero meu melhor amigo, esteja me evitando e mentindo para mim há semanas!
— Não estive. — Minha raiva se dissipou.
Ele estava certo. Eu tinha sido um péssimo amigo para ele, tudo porque era covarde demais para dizer a ele que era bi.
Ele jogou as chaves sobre a mesa e cruzou os braços.
— Quanto tempo mais vamos fazer essa dança?
— Que dança?
— Eu sei. — Sua voz era baixa e derrotada.
— O que você sabe? — O zumbido em meus ouvidos ficou mais alto à medida que minha visão ficou embaçada.
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Never Have I Ever - ɢᴀᴅʀɪ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴛɪᴏɴ
Fiksi PenggemarPor que não consigo parar de pensar no meu colega de quarto depois de encontrá-lo "cuidando dos negócios"? O que deveria ter sido uma experiência humilhante para nós dois acaba sendo o início de uma das melhores amizades que já tive. Gavi é intelige...