Never Have I Ever - ɢᴀᴅʀɪ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴛɪᴏɴ

chapter 2

                                              𝐆𝐀𝐕𝐈

— Mas que porra?

Fechei a porta do meu quarto e esfreguei a mão no rosto.

O que diabos me deu para admitir aos meus colegas de casa que eu ainda era virgem?

Eu estava um pouco tonto por causa da cerveja, mas não muito. Não bebia com frequência, mas uma cerveja não era suficiente para me afetar.

Tinha que ser o jogo estúpido.

Tirei meu telefone do bolso e fiz uma ligação FaceTime para meu irmão, sem me importar que era sexta-feira à noite e ele provavelmente estava fora.

Esperei pacientemente para ver se ele responderia.

— E aí, maninho? — O rosto de Dex preencheu minha tela.

— Eu sou um idiota.

— Isso não é exatamente uma notícia de última hora. — Ele sorriu.

— Cale-se. Estou falando sério. — Deixei-me cair dramaticamente na cama.

Sua expressão mudou para preocupação.

— O que aconteceu?

— Meus colegas de quarto me pediram para jogar Eu Nunca com eles.

— E?

— E jogamos umas dez rodadas e eu não bebi. Depois fizemos a rodada relâmpago e bebi três vezes.

— Você vai ter que me dar algum contexto aqui. Estou tendo problemas para conectar os pontos.

— Eles ficavam dizendo todas essas coisas malucas, e na maioria das vezes pelo menos um deles bebia, e eu ficava ali sentado como o pequeno nerd que sou.

— Você me disse que seus colegas de quarto são festeiros. Faz sentido que eles façam merdas estúpidas.

— Eu acho.

— E essa rodada relâmpago? Eu nunca ouvi falar disso.

— Era apenas uma maneira de eles tomarem alguns shots antes de saírem.

— Ainda não vejo como você é um idiota.

Suspirei.

— Eu meio que admiti algumas coisas embaraçosas.

— Como o que?

— Como eu ainda sou virgem.

Ele torceu o nariz.

— O irmão mais velho em mim está muito desconfortável com esse assunto.

— Acho que já não nos sentimos mais desconfortáveis falando sobre nossas vidas sexuais, considerando quantas vezes eu encontrei você em vários estágios sendo sortudo.

— Logicamente, você está certo. Mas ainda assim. Você é meu irmãozinho.

Dex era quatro anos mais velho que eu, mas sempre agiu mais como pai do que como irmão.

— Eu tenho vinte. Idade suficiente para votar. Para ir para a guerra. Eu não sou uma criança.

— Eu sei. — Ele inclinou a cabeça para o lado.— Por que você acha que disse isso a eles?

— Não sei.

— Acho que você sabe.

— Você está jogando sua merda de psiquiatra em mim?

— Talvez. — Ele sorriu. — Tenho que colocar meus mestres para trabalhar.

— Não vou chamá-lo de médico quando você fizer seu doutorado, para sua informação.