chapter 10

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                                            𝐆𝐀𝐕𝐈

Joguei um pouco de água no rosto e olhei no espelho enquanto as gotas deslizavam pela minha pele.

O que diabos aconteceu no Prism?

Pedri e eu não apenas dançamos, como DANÇAMOS, mas também nos beijamos.

Pelo que eu sabia, caras heterossexuais não dançavam de forma erótica com seus amigos e depois os beijavam no corredor do banheiro.

O que isso significa?

Fui o experimento bicurioso de Pedri?

Talvez eu fosse aquele amigo seguro com quem ele poderia brincar, sabendo que isso não significava nada.

Mas essa era a questão.

Isso significava alguma coisa.

Para mim, pelo menos.

Ele esperava que as coisas voltassem ao normal? Isso foi uma coisa única? Ele foi arrebatado no clube, e por acaso eu estava disponível para ele se envolver em uma pequena ação homem com homem?

— Porra, — eu murmurei e peguei um pedaço do papel do dispensador de papel toalha. Limpei meu rosto e depois minhas mãos. Quanto tempo eu poderia ficar aqui até que Pedri viesse me procurar?

A porta se abriu e dois homens de meia-idade entraram no banheiro.

Tomando isso como sugestão para sair, saí apressado do banheiro e caminhei até o bar.

Pedri estava encostado nele, com metade do que parecia ser uma Coca-Cola na frente dele, em um copo.

— Melhor? — Ele empurrou o copo em minha direção quando eu parei ao lado dele.

— Muito. — Peguei e tomei um gole, tentando não pensar na sensação dos lábios dele contra os meus momentos atrás.

Ele tirou o telefone do bolso.

— Devíamos sair quando você terminar para não perdermos nosso carro.

Engoli o resto. Merda, eu não deveria ter feito isso. Bolhas ficaram presas no meu peito e eu limpei a garganta, forçando um arroto de volta.

Pedri parecia estar a um milhão de quilômetros de distância quando eu discretamente limpei a garganta e engoli a bolha.

Quando saímos, outra rajada de ar frio nos atingiu, mas não foi tão ruim quanto quando saímos do clube lotado.

Pedri manteve os olhos na rua, e eu me encostei na parede do pub, tentando parecer casual e alegre e nem um pouco como se estivesse enrolado em um milhão de nós e surtando silenciosamente.

Pedri seria capaz de voltar disso?

Por mais que fosse uma droga, eu poderia fingir que nada tinha acontecido e guardar as memórias se isso significasse que ainda poderíamos ser amigos.

Sua amizade era mais importante para mim do que o quanto eu gostei de senti-lo contra mim. Quão duros estávamos enquanto dançávamos. A maneira como suas mãos vagaram por mim, confiantes, buscando e hesitantes, tudo ao mesmo tempo.

E seu beijo.

Minhas bochechas esquentaram. Aquele doce deslizamento de sua boca contra a minha, sua língua me provocando e me provando. Os pequenos sons que eu fiz como excitação e necessidade tomaram conta de mim em partes iguais, e seu gemido de resposta quando eu assumi e o beijei exatamente do jeito que eu queria.

— Está aqui.

Eu pulei ao ouvir a voz de Pedri.

Um carro preto estava estacionado em fila dupla na frente dele.

Never Have I Ever - ɢᴀᴅʀɪ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴛɪᴏɴ Onde histórias criam vida. Descubra agora