chapter 5

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                                              𝐏𝐄𝐃𝐑𝐈

— O que você respondeu no número sete? — Ferran perguntou enquanto esperávamos na fila do The Daily Grind, uma das cafeterias do campus.

— Eu não faço ideia. Eu meio que bloqueei tudo depois do cinco.

Ferran e eu compartilhamos uma aula neste semestre:

macroeconomia. Nós dois éramos especialistas em administração, mas ele estava se concentrando em finanças. Eu odiava finanças e só tinha feito as aulas necessárias para a graduação, então não tivemos tantas aulas juntos ao longo dos anos.

Eu deveria saber que odiaria essa aula, considerando o quanto tive dificuldade com microeconomia no ano passado.

Tivemos nosso primeiro teste do ano naquela manhã e eu tinha certeza de que tinha fracassado.

— Foi apenas o primeiro teste. Conta apenas cinco por cento.

Balancei a cabeça severamente. Se o primeiro teste tivesse sido tão difícil, eu só poderia imaginar o quão difícil seria o resto da aula.

Eu era um bom aluno C, com ocasionais B. Não é que eu não tenha tentado. Mais que me faltava motivação para me esforçar mais. Eu não estava planejando fazer pós-graduação, então um C era tudo que eu precisava para me formar.

A pessoa à nossa frente afastou-se para o lado e Ferran foi até o balcão.

— Oi, o que posso servir para você? — perguntou a barista, lançando-lhe um sorriso de um milhão de watts.

Ela era linda e nova. Eu teria me lembrado dela.

— Pode me dar um mocha gelado de chocolate branco e uma bebida gelada de caramelo salgado? Ambos grandes.

— É pra já. Gostaria de adicionar um cookie hoje? Eles estão frescos.

— Estão? — Ele se encostou no balcão enquanto ela escrevia seus pedidos em dois copos.

— Eles estão. Eu mesma assei. — Ela corou lindamente.

Revirei os olhos atrás de suas costas.

— Bem, então definitivamente terei que tentar um. Qual é seu favorito?

— Adoro os de veludo vermelho.

— Soa perfeito. Você pode adicionar dois ao meu pedido?

— Claro que posso. — Ela digitou alguma coisa na caixa registradora e leu o total para ele.

Ele tirou a carteira enquanto ela se dirigia à vitrine cheia de vários doces.

— Posso colocá-los em dois sacos? — Ele ergueu seu cartão.

— Claro. — Ela apertou um botão na caixa registradora. — Deve estar pronto para você em um segundo.

Ele pagou e guardou o cartão.

— Aqui está.

— Posso pegar seu marcador emprestado? — Ele pegou dela os sacos de papel.

— Claro. — Ela entregou a ele, uma expressão curiosa em seu lindo rosto.

Enquanto ele escrevia algo em uma dos sacos, olhei por cima do ombro dele, mal reprimindo uma risada.

Ele escreveu seu nome e o número de telefone que usava quando estava interessado em alguém.

Ferran era o único cara que eu conhecia que tinha dois telefones.

O principal e um telefone descartável cheio de números aleatórios. Muito poucos aleatórios foram adicionados ao seu telefone principal. Isso era um sinal de que ele estava falando sério sobre elas, e Ferran nunca levou ninguém a sério.

Never Have I Ever - ɢᴀᴅʀɪ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴛɪᴏɴ Onde histórias criam vida. Descubra agora