— É amigo do Nicholas Ramsey, tem certeza? — perguntou a funcionária do hospital, olhando para a lista de visitantes. — Não consta nenhum Austin Moore na lista. Vou ligar para o quarto.
— Por favor, moça. Sou amigo dele, pelo menos era. — A voz de Austin estava embargada. — Eu sei que o pai dele, o Robert, não permitiu minha entrada, mas ontem eu estive aqui.
— Eu lembro, você passou correndo. Mas, infelizmente, não posso permitir sua entrada dessa vez. Sinto muito. — A funcionária explicou com pesar.
Austin finalmente cedeu. Ele deixou a recepção, estava prestes a jogar o buquê de flores no lixo quando, rapidamente, ouviu seu nome. Reconheceu a voz. Era Melinda, a governanta da Casa Moore. Ele a viu sentada numa poltrona e caminhou até ela.
— Oi — ele disse. — Você é Melinda, estou certo?
Ela assentiu.
— Eu me lembro de você. É o Austin Moore, Nicholas chegou a falar sobre você — um pequeno sorriso surgiu no rosto de Austin. — Eu posso me odiar depois disso, mas ficaria feliz se você fosse ao quarto do meu menino enquanto resolvo alguns probleminhas lá fora.
Austin pareceu elétrico.
— Eu... Eu agradeço. Preciso muito conversar com ele, senhora Melinda.
Melinda confirmou.
— Venha, meu rapaz. Venha!
A distância até o quarto onde Nicholas estava em observação era no segundo andar. Robert Ramsey já era rico antes de vir de Gales, com terras, joias e uma empresa lucrativa. Há sete anos, fundou o Hospital Ambrose Ramsey, o maior centro de recuperação da América do Norte, com milhares de leitos e médicos de todo o mundo. Além disso, era um Hospital Universitário com um Campus de Medicina e um laboratório influente. Em parceria com Paul Trabelsi e Julian Moore, deram início a uma corrida bilionária.
Austin caminhava pelos corredores do hospital com passos rápidos e determinados. O eco dos seus sapatos ressoava nas paredes brancas e impessoais do corredor, enquanto passava por enfermeiras e médicos ocupados, pacientes sendo empurrados em cadeiras de rodas e familiares ansiosos aguardando notícias.
Ele seguia as placas indicativas, desviando-se habilmente do movimento constante ao seu redor. Seu rosto tenso refletia a preocupação que sentia pelo amigo Nicholas. Ao alcançar o segundo andar, Austin avistou o quarto de Nicholas no final do corredor. Com o coração acelerado, ele se aproximou da porta e hesitou por um momento, olhou Melinda e engoliu em seco.
— Ele não vai guardar rancor para sempre.
— Mas e se ele nunca me perdoar? — ele indagou. Melinda sorriu.
— Veja bem, o Nicholas precisa de alguém resiliente e que realmente se importe com ele para enfrentar os desafios que estão por vir.
— Desafios? Quais? — Ele franziu a testa.
— Não me peça para prever o futuro. Apenas entre lá e não seja um covarde.
Com um suspiro resignado, Austin assentiu e empurrou a porta do quarto suavemente. Nicholas estava deitado na cama, olhando para o teto com uma expressão cansada. Seus olhos se encontraram, e Austin sentiu um nó se formar em sua garganta.
— Como você está? — perguntou Austin, tentando quebrar o gelo que pairava entre eles.
Nicholas deu de ombros e respondeu com voz fraca:
— Poderia ser melhor.
Austin se aproximou da cama e sentou-se na cadeira ao lado. Ele sabia que as palavras de Melinda ainda ecoavam em sua mente: ser forte e estar lá para Nicholas, independentemente das turbulências que estavam por vir. Era um lembrete constante do papel crucial que ele desempenhava na vida de seu amigo.
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No Limite de Dois Corações - Livro 2 da trilogia Escolhas - Parte 2 - CONCLUÍDO
Teen FictionNo Limite de Dois Corações é a segunda parte de Na Intensidade do Coração e segue a vida conturbada do quase adulto Nicholas Ramsey que lida com a sexualidade e a paixão platônica por Austin Moore. Neste segundo capítulo, Nicholas tenta se aproximar...