08 - Esperança

10 1 11
                                    

— É amigo do Nicholas Ramsey, tem certeza? — perguntou a funcionária do hospital, olhando para a lista de visitantes. — Não consta nenhum Austin Moore na lista. Vou ligar para o quarto.

— Por favor, moça. Sou amigo dele, pelo menos era. — A voz de Austin estava embargada. — Eu sei que o pai dele, o Robert, não permitiu minha entrada, mas ontem eu estive aqui.

— Eu lembro, você passou correndo. Mas, infelizmente, não posso permitir sua entrada dessa vez. Sinto muito. — A funcionária explicou com pesar.

Austin finalmente cedeu. Ele deixou a recepção, estava prestes a jogar o buquê de flores no lixo quando, rapidamente, ouviu seu nome. Reconheceu a voz. Era Melinda, a governanta da Casa Moore. Ele a viu sentada numa poltrona e caminhou até ela.

— Oi — ele disse. — Você é Melinda, estou certo?

Ela assentiu.

— Eu me lembro de você. É o Austin Moore, Nicholas chegou a falar sobre você — um pequeno sorriso surgiu no rosto de Austin. — Eu posso me odiar depois disso, mas ficaria feliz se você fosse ao quarto do meu menino enquanto resolvo alguns probleminhas lá fora.

Austin pareceu elétrico.

— Eu... Eu agradeço. Preciso muito conversar com ele, senhora Melinda.

Melinda confirmou.

— Venha, meu rapaz. Venha!

A distância até o quarto onde Nicholas estava em observação era no segundo andar. Robert Ramsey já era rico antes de vir de Gales, com terras, joias e uma empresa lucrativa. Há sete anos, fundou o Hospital Ambrose Ramsey, o maior centro de recuperação da América do Norte, com milhares de leitos e médicos de todo o mundo. Além disso, era um Hospital Universitário com um Campus de Medicina e um laboratório influente. Em parceria com Paul Trabelsi e Julian Moore, deram início a uma corrida bilionária.

Austin caminhava pelos corredores do hospital com passos rápidos e determinados. O eco dos seus sapatos ressoava nas paredes brancas e impessoais do corredor, enquanto passava por enfermeiras e médicos ocupados, pacientes sendo empurrados em cadeiras de rodas e familiares ansiosos aguardando notícias.

Ele seguia as placas indicativas, desviando-se habilmente do movimento constante ao seu redor. Seu rosto tenso refletia a preocupação que sentia pelo amigo Nicholas. Ao alcançar o segundo andar, Austin avistou o quarto de Nicholas no final do corredor. Com o coração acelerado, ele se aproximou da porta e hesitou por um momento, olhou Melinda e engoliu em seco.

— Ele não vai guardar rancor para sempre.

— Mas e se ele nunca me perdoar? — ele indagou. Melinda sorriu.

— Veja bem, o Nicholas precisa de alguém resiliente e que realmente se importe com ele para enfrentar os desafios que estão por vir.

— Desafios? Quais? — Ele franziu a testa.

— Não me peça para prever o futuro. Apenas entre lá e não seja um covarde.

Com um suspiro resignado, Austin assentiu e empurrou a porta do quarto suavemente. Nicholas estava deitado na cama, olhando para o teto com uma expressão cansada. Seus olhos se encontraram, e Austin sentiu um nó se formar em sua garganta.

— Como você está? — perguntou Austin, tentando quebrar o gelo que pairava entre eles.

Nicholas deu de ombros e respondeu com voz fraca:

— Poderia ser melhor.

Austin se aproximou da cama e sentou-se na cadeira ao lado. Ele sabia que as palavras de Melinda ainda ecoavam em sua mente: ser forte e estar lá para Nicholas, independentemente das turbulências que estavam por vir. Era um lembrete constante do papel crucial que ele desempenhava na vida de seu amigo.

No Limite de Dois Corações - Livro 2 da trilogia Escolhas - Parte 2 - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora