11 - Lago Washington

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O Lago Washington, imponente em sua serenidade, repousa como uma joia cintilante no coração de Nova Iorque, banhado pela luz dourada do sol poente que dança em suas águas calmas. Suas margens, adornadas por uma profusão de árvores majestosas e arbustos verdejantes, criam uma moldura natural que parece ser esculpida pela própria mão da natureza.

As águas do lago exibem uma tranquilidade hipnótica, refletindo fielmente o céu vasto e azul que se estende até o horizonte distante. Em seus recantos mais ocultos, onde a vegetação se adensa, segredos antigos parecem espreitar, convidando a mente curiosa a desvendar seus mistérios.

À medida que o dia avança, o lago se transforma, capturando as nuances das estações e das mudanças climáticas. No inverno, seus contornos são emoldurados por uma fina camada de gelo, enquanto no verão, a vida floresce em suas margens, ecoando com os sons alegres de pássaros e risadas distantes.

Os que têm a sorte de contemplar o Lago Washington são transportados para um estado de contemplação serena, onde o tempo parece desacelerar e os problemas do mundo se dissipam na brisa suave que acaricia suas margens. É um lugar onde a simplicidade e a beleza se unem em uma harmonia perfeita, lembrando-nos da extraordinária magia que a natureza tem para oferecer. Austin escolheu esse lugar porque era o único, em toda Nova Iorque, que conseguia acalmar seus nervos e observar Nicholas encarando toda aquela magnificência o fazia abrir um sorriso.

— É lindo — disse o rapaz, os olhos brilhando em harmonia. — Obrigado por me trazer aqui, Austin.

O rapaz, outrora sentado sobre as relvas, erguera-se. A calça moletom foi rapidamente limpa e ele caminhou para o lado de Nicholas e apontou para um casal num barquinho em formato de pato.

— É aquilo que eu quero para a minha vida — Austin disse, sua voz saiu com uma profusão de detalhes. — E desejo que seja com você, Nicholas.

Nicholas olhou para a muleta e depois, repentinamente, passou a mão sobre o peito esquerdo e sentiu o coração pulsando, cada batida um eco diferente e ele tinha quase certeza que Austin escutava os batimentos, aquela intensidade julgada lentamente.

— Eu tenho medo — o menor confessou. — Não medo de magoar você, medo de vê-lo sofrer.

Austin ficou na frente dele, os olhos passando de um lado para outro e, então, segurou firmemente as mãos suadas de Nicholas.

— Se eu pudesse, eu tiraria qualquer dor de você e passaria elas para mim — confessou. Nicholas abriu um tímido sorriso. — Mas a gente pode se amar nas limitações da vida, existe um limite que pode ou não ser ultrapassado. Se formos quebrar, que seja juntos.

Nicholas desviou o olhar.

— Eu posso morrer hoje ou amanhã...

— Ou daqui a cem anos. Não seja pessimista, Nicholas. Pense positivo, tudo vai dar certo.

— E se não der?

— Foda-se o destino, a gente luta contra ele. Eu só não quero vê-lo e não poder te tocar. Não o abraçar, não dividir a carga — Austin se aproximou sorrateiro, segurou o queixo de Nicholas suavemente, inclinou a cabeça, os lábios a milímetros de se tocarem. — Eu te amo — ele sussurrou.

Seus lábios se tocaram lentamente, como se estivesse a explorar um terreno áspero e sem vida para encontrar refúgio e abrigo de uma tempestade derradeira. Quando afastaram-se, Austin ainda sorria, sorria ansioso para ter Nicholas sempre ao seu lado, mas Nicholas parecia distante, uma rocha incomum em meio a milhares de adversidades.

— Está ficando tarde — Nicholas avisou. — Tenho que voltar para casa, tomar banho, os remédios e... puta merda, meus amigos — ele lembrou.

Austin ergueu uma sobrancelha.

No Limite de Dois Corações - Livro 2 da trilogia Escolhas - Parte 2 - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora