Capítulo 4 - A Raiva que Irradia

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Enya

Chego em cara encharcada, a chuva me pegou de jeito, quando adentrei a estrada pela floresta a chuva caiu sem hesitar e meu celular descarregou me impedindo de ligar para Emily. 

Abri a porta com força, fazendo com que ela batesse na parede arrancando um pouco de tinta. Minha mãe estava na sala em um sofá e tio Markus em outro, eles conversavam casualmente o que me deixou mais puta de raiva. 

- Você por acaso não pensou em me procurar nessa porra de chuva? -gritei nervosa para Emily que me olhou assustada, deixando de lado o seu copo de café. 

- Você me mandou mensagem avisando que estava tudo bem -Emily falou rápido -Esta tudo bem querida?

-Fora o fato de que minha mãe me abandonou em uma cidade estranha e eu peguei maior chuva! -gritei nervosa. 

- Eny, querida fica calma - mamãe me olhou no fundo dos olhos, chegando mais perto aos poucos. Nesse momento não me importei de ver onde estava meu tio. 

Comecei a hiperventilar, uma raiva descontrolável, eu queria bater e quebrar algo. Me encolhi quando mamãe colocou as mãos em meus braços, me abraçando devagar, sem se importar de eu estar toda molhada e pingando. 

- Ela esta bem? - escuto uma voz as minhas costas, meu tio falava baixo e calmo. 

Me virei rápido, mostrando os dentes. 

- O que diabos você esta fazendo aqui ?? -gritei irritada. 

Percebi ele olhando de relance para minha mãe, que apenas assentiu para ele, como se disse que eu estou sob controle. Senti meu rosto queimar, minhas pernas tremerem e minha cabeça girar. Isso era raiva? Ou cansaço? Ou talvez a chuva fosse me deixar gripada. 

Não sei o que esta acontecendo e infelizmente deixei sair uma ou duas pequenas lagrimas. Minha mente nebulou e sinto que desmaiei, mas não desmaiando. Como se eu vivesse sob a tela de uma televisão, eu tomei banho, almocei, deitei e dormi, acordei e jantei, tudo muito rápido, como se o dia tivesse acabado ali. 

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Acordei assustada, o sol passava pela minha janela indo direto em meus olhos. 

Bocejo calmamente, olho em volta e vejo a porta do quarto fechada, meus livros espalhados pelo chão. Pego meu celular em baixo do travesseiro, já com bateria.  Ao lado da cama um copo de água e alguns comprimidos, pego todos e tomo de uma vez. Possivelmente remédios para resfriado, depois da chuva. 

09 AM. (manhã)

Me estico, sentindo uma dormência nos braços e pernas, hoje decido tomar um banho pela manhã. Um longo banho. Encho a banheira, jogo uns aromatizantes um sabão para fazer espuma e entro na banheira. 

Cell não ligou mais e isso me deixava preocupada, afinal ela era mestre em entrar em encrencas. Aquele do qual não podemos o nome pronunciar não tentou mais contato comigo, na verdade não tem como eu saber, afinal bloqueei o contato dele. A escola começava em dois dias e eu não estava preparada para aturar um monte de pessoas curiosas e irritantes. Eu claramente não era mestre em fazer amizades. 

Depois de pelo menos meia hora, vejo que meus dedos já estão enrugados e decido sair.

Coloco um vestido e uma meia calça por baixo, assim como uma jaqueta por cima. Eu estava sem paciência para escolher uma boa roupa. A meta hoje era ficar em casa e ler meus livros velhos. 

Desço para cozinha mas não vejo ninguém em casa, na geladeira apenas um bilhete : 

'' Fui concluir sua matricula na escola local, tem café e torradas prontas no microondas. Beijos te amo.'' Sorri com o bilhete delicado e no final assinado com 3 pequenos coraçãozinhos. 

The Red Awakening - O Despertar VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora