Capítulo 10- Briguei desarmada

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Eu estava muito nervosa com essa história dos irmãos Stoll. Apesar de eu já ter ganhado deles uma vez, algo me dizia que eles iriam me fazer de idiota e acabar com a minha raça.

Talvez nem fosse em uma luta, igual tivemos naquela loja. Mas sim, uma pegadinha que acabaria com a minha sanidade.

Não consegui ver a luta das meninas até o final. Não conseguia ficar ali com aqueles dois me encarando como se a qualquer momento, fossem me enterrar viva. Disse para Jess que iria tentar encontrar Kate, que não tinha visto desde o incidente do pesadelo. O garoto continuou assistindo as garotas, sem mesmo prestar atenção no que eu dizia.

Fui até o treino de espadas, onde geralmente ela estava, e não a encontrei.

Apesar de Kate ser muito tímida e ter poucos amigos, ela fazia questão de lutar bem e ter um bom desempenho. Apesar de tudo, a garota não tinha sido reclamada por sua mãe ainda, então, qualquer esforço era pouco.

Eu entendia totalmente o que ela sentia, afinal, estávamos no mesmo barco. Com a diferença, de que Kate já estava aqui há mais tempo do que eu.

Procurei a garota no refeitório e nada, na casa grande, onde vi Rachel Dare— o oráculo— ela falou que a garota poderia estar no chalé de Hermes, ou até mesmo na praia, tirando um tempo para ela.

Decido ir até o chalé, já que era mais próximo. E ela estava lá. Chorando.

— Kate? O que aconteceu?—pergunto, assim que a vejo naquele estado.

— Não é nada. Na verdade... eu fui reclamada, Pen.

— Isso é uma coisa boa, Kate! Muito boa!!!-coloquei minha mão em seu ombro— quem é sua mãe?

— Afrodite! Olha como estou arrumada!—me afasto um pouco e percebo a garota com um lindo vestido cor de rosa e seus cabelos loiros, estavam arrumados em uma trança. Seu rosto, estava maquiado. Ela estava realmente linda.

— Porque está chorando então? Não queria que Afrodite fosse sua mãe?

— Não é isso...—ela fungou— mas parece que agora que em sei quem é a minha mãe, tudo o que fiz durante todo esse tempo... eu não preciso fazer mais, sabe? Se eu quiser parar de lutar, de me esforçar, eu posso. Não sei o que devo ou não fazer!

— Entendi.—fiz uma pausa— sabe o que eu acho? Você devia fazer o que tem vontade de fazer! Se quer treinar, treine, se quiser ficar só relaxando no sol, fique, se quer dormir o dia todo, durma. Faça o que tiver vontade, Kate. Você não está mais presa naquela caixinha de "descobrir quem é meu pai ou minha mãe"— fiz aspas

— Está certa, mas... será que as filhas de Afrodite, digo, minhas irmãs, vão me aceitar bem?

— Se não aceitarem, meta o cacete em todas! Aposto que é mais forte do que qualquer um lá!— ela riu, o que me deixou mais tranquila

— Obrigada por ser minha amiga, Pen!

— Eu que tenho que agradecer por você ser minha amiga. Sei que teve uma infância difícil nessa questão de amizades... se depender de mim, você sempre terá amigos.— Kate finalmente sorriu e me abraçou— agora posso falar uma coisa?!— ela assentiu— Garota, você está lindíssima, que vestido maravilhoso é esse?! Será que Afrodite me dá um também?

— Magia de Afrodite!—ela se levantou e rodopiou mostrando seu vestido.

— Linda!!—fiz uma pausa— o que acha de irmos treinar um pouco, antes que eu tenha que voltar para a cozinha?

— Claro!

— Mesmo com o vestido e todo esse... fru-fru?

Ela olhou para si mesma e depois deu de ombros.

A luta da minha vida: Penelope VendiseOnde histórias criam vida. Descubra agora