Capítulo 16- Uma conversa com meu irmão

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Entrei pela porta do chalé três, de Poseidon e Percy estava me esperando.

Eu estava totalmente apreensiva com toda essa situação. Nosso primeiro contato, não foi um dos melhores, além de que do nada, descobrimos que somos irmãos por parte de pai. Isso era loucura.

O chalé de Poseidon era grande, mas baixo. Suas janelas era todas de frente para o mar. Tinham corais e conchas espalhados por todo lugar, como se tudo tivesse sido recolhido do fundo do oceano, só para ficar no chalé do deus. O cheiro de praia e mar, era tão forte e tão bom, que me faziam lembrar da minha infância no Brasil. As paredes dele eram brilhantes. Talvez pela mistura do sol e água. Tinham seis beliches espalhados pelo quarto, me fazendo pensar se Poseidon tinha mais semideuses como filhos.

Era bem legal. E vazio.

— Oi— falei sem jeito

— Oi!— ele respondeu— pode escolher qualquer cama de baixo, mas te aconselho à escolher qualquer uma, menos aquela— apontou para um beliche do meio, onde claramente a madeira estava cedendo aos poucos—Tyson é bem grande e seu colchão afunda bem, quando está deitado.

— Quem é Tyson?— perguntei confusa. Achei que éramos só nós dois aqui.

— É meu... nosso irmão. Ele está no palácio do nosso pai— fez uma pausa— Ah, ele é um ciclope.

— Um o que?— juntei minhas sobrancelhas

— Ciclope! Aquela criatura que só tem um olho.

— Ah...— fiquei sem palavras— pensei que só pessoas podiam entrar aqui.— me referi ao acampamento— Então ciclopes também podem?

— Não. Tyson foi uma excessão. Ele é do bem!

— Ciclopes são ruins?— ele assentiu

Não falei mais nada. Desisti de tentar entender as coisas desse lugar.

Coloquei minhas coisas numa cama do canto, provavelmente a que ficava na área mais escura do quarto. Lá me dava a visão completa do quarto.

Uma coisa passava na minha cabeça,  era realmente muito estranho. Essa coisa de irmãos que não se conhecem é muito estranho e complicado.

Me sentei na cama e o colchão era bom. Macio, do jeito que eu gostava.

— Percy, preciso da sua ajuda! Ainda não sei bem como funciona essa coisa toda. Se é que tenho algum poder feito você, preciso aprender a controlar. Além de que ainda não sei exatamente o motivo do colar de proteção e toda essa história. Queria muito que você me ajudasse!

— Claro que te ajudo! Também quero entender toda essa história. Do motivo de você ter aparecido só agora e qual o seu propósito aqui.— fez uma pausa— podemos tentar conversar com papai. Talvez agora, com você sendo reclamada, ele dê alguma resposta!— deu um sorriso acolhedor

— Espero!— sorri de volta

Algo me incomodava à uma semana. Ouvi tantas pessoas falando sobre Luke, como se ele tivesse feito algo absurdo. Muitos aqui tem um respeito enorme por ele. Mas não é como o respeito que todos tem por meu irmão. Era mais como um medo. Eu precisava entender isso.

— Percy, o que Luke fez? Por qual razão todos são tão... tão... ariscos com ele?

De repente, seus olhos se tornaram frios e escuros, como se ele carregasse uma grande dor em seu peito.

O garoto respirou fundo, mas foi mais como um suspiro controlado.

— Não posso falar sobre isso, Pen!— ele se aproximou de mim— esse assunto é proibido aqui no acampamento. Os novos campistas, como você, nunca poderão ficar sabendo do que aconteceu com Luke. O que aconteceu no passado, ficará no passado!— soltou um suspiro— sei que naquele dia da praia me escutou falando sobre ele, mas o que aconteceu entre nós foi extremamente pessoal. É só isso que posso te dizer! Não confie cem por cento em Castellan, as vezes, ele pode se mostrar... de formas que você não esperava. Mas não o trate com indiferença. Ele errou, mas se redimiu... como deu.

A luta da minha vida: Penelope VendiseOnde histórias criam vida. Descubra agora