Capítulo 21- A fuga

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Era madrugada e eu não tinha pregado os olhos ainda. Teria que estar pronta às três, para me encontrar com Jess.

Tinha separado uma mochila com algumas coisas importantes para a viagem, mas estava muito ansiosa, tinha a sensação que iria esquecer metade das coisas para trás.

Me levantei. Não aguentava mais ficar deitada sem conseguir dormir, estava ansiosa demais. Fui até o banheiro e joguei uma água em meu rosto, tentando me fazer relaxar um pouco.

Saí de lá e vejo Jess do outro lado da janela. O garoto fez um gesto para que eu fosse encontrar com ele do lado de fora.

Peguei minha mochila e a dependurei em meu ombro, amarrei meu cabelo o mais forte possível, fazendo meus fios se eriçarem e respirei fundo. Olhei para o lado e Percy dormia calmamente, nem parecia que provavelmente estava tendo um pesadelo.

— Volto amanhã, por favor, não surte quando eu chegar!— falei bem baixinho para ele não me escutar.

Saí pela porta da frente e Mason já estava lá me esperando, com os braços cruzados e aqueles olhos frios e distantes.

— E então? Como saímos daqui?— Perguntei ansiosa

— Primeiro, precisamos ver se alguém está de vigia. Como na noite passada, era Luke, acredito que não seja ele essa noite. Talvez seja Chris.

Assenti.

Quantas vezes, Jess tinha feito isso antes? Era perceptível o quanto ele entendia e sabia o que estava fazendo!

— Antes, você precisa levar uma arma, algo para se defender. Não tem mais proteção, esqueceu?— seu tom foi tão frio que me assustou.

Tinha me esquecido que antes de eu vir para cá, os monstros não me perseguiam por causa do meu colar, mas agora caí completamente na real de que estou por minha conta.

— Claro!— falei um pouco atordoada

— Talvez tenha um arco sobrando no campo de treinamento, se quiser...— o interrompi

— Não! Usarei o meu.

Entrei novamente no chalé, fazendo o possível para não fazer barulho e peguei em cima de uma prateleira, a maleta onde meu arco estava guardado. Pego-o e o tiro de lá de dentro. Volto para fora e fecho a porta atrás de mim.

— Seu arco é para humanos, não vai funcionar— falou como se fosse óbvio

— As flechas são divinas!— o meu arco era retrátil, então se eu fizesse o movimento certo, ele abriria, dobrando de tamanho. E foi o que eu fiz. O garoto em minha frente se assustou e eu relevei— Então sim, ele irá funcionar muito bem.

— Eu sabia disso!

— Claro que sabia...—revirei os olhos— será que podemos ir?

Ele assentiu rapidamente e começou a andar em direção à casa grande, que ficava do outro lado do acampamento, mais afastados dos chalés destinados aos deuses.

Mason andava em passos rápidos, mas leves, não queria fazer barulho, afinal, não sabíamos quem estaria de vigia.

— Estamos indo para a casa grande? Por qual motivo?— perguntei o mais baixo que conseguia

— Lá tem o quadro de vigia. Vou ver quem estará, para saber exatamente como lidar com a situação...

— Isso tudo por causa de um cigarro?

O garoto me olhou com uma cara que eu não sabia se era sarcasmo ou raiva. Decidi ficar calada e continuar apenas o seguindo e observando.

Entramos pela janela que estava aberta e passamos pela sala de jogos, onde acontecia as reuniões recorrentes— que eu era louca para saber os assuntos— onde os supervisores chefes sempre discutiam com Quiron situações importantes.

A luta da minha vida: Penelope VendiseOnde histórias criam vida. Descubra agora