Capítulo 14- Um menino se afoga

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Respiro fundo com os olhos fechados, me concentrando para a luta que eu teria que enfrentar. Abro os mesmos e vejo Chris vindo em minha direção. Relaxei no segundo seguinte.

Ele vinha correndo e parou assim que me viu. Seu rosto era confuso, como se não esperasse que me viria ali.

— O que está fazendo aqui?— ele perguntou com os olhos semi serrados

— Luke mandou que eu ficasse aqui. Disse para não deixar ninguém passar!

O garoto balançou a cabeça de um lado para o outro, não gostando do que ouvira.

Eu sabia que Luke tinha me colocado aqui para que eu não participasse da captura da bandeira.

— Vem comigo. Temos que chegar até a bandeira, os outros estão ocupados demais. O caminho mais rápido, é pela praia. Vamos!!!

Corremos em direção à bandeira adversária, passando por dentro da floresta. Algumas vezes, fomos atacados pelo outro time. Tivemos algumas dificuldades em parar alguns no meio do caminho. Chris me guiou muito bem, sobre como lutar e atacar os adversários. Me senti uma verdadeira guerreira.

Passamos pela praia e fomos parados por dois campistas do time vermelho. Cada um possuía uma espada nas mãos.

Eram dois meninos. Um era provavelmente da minha idade, enquanto o outro parecia mais velho que eu.

— Eu cuido do mais velho!— Chris disse e eu assenti

No segundo seguinte, os dois garotos correram em nossa direção. O da minha idade, me fuzilava pelos olhos com um sorriso de como quem diz "você já era".

Assim que ele me atacou, me abaixei numa rasteira, o fazendo tropeçar em mim e cair no chão, mas rapidamente se levantou, tirando areia de seu ombro.

Abri um sorriso de deboche para o menino, que ficou com mais raiva ainda e voltou a me atacar.

Lutamos espada contra espada, por um tempo, até o garoto de cabelos pretos, com olhos castanhos claros e bem mais alto que eu, investir contra a minha armadura e acabou errando. Me dando a oportunidade de ganhar dele.

Dei um soco em seu rosto, o fazendo cair no chão e me olhar incrédulo.

— Se renda logo e acabe com isso!— falei sem paciência

Olhei para o lado e Chris estava se saindo bem, mas a luta não parecia nem um pouco fácil. O garoto com quem lutava, não dava trégua.

— Me rendo— o moreno no chão falou e socou a areia.

— Não adianta ficar bravinho não... aceite a derrota! Agora, tenho que ajudar meu amigo!

Corri até a luta dos outros dois e entrei, na maior cara de pau.

Enquanto Chris cuidava dele pela frente e eu cheguei, dando um chute na lateral da sua armadura.

Por ele não esperar isso, caiu no chão e me olhou assustado. Colocou as mãos para cima, como ato de redenção. Rodriguez me olhou num susto também.

— Obrigado—ele falou

— De nada! Agora precisamos ir, temos uma bandeira para pegar!

— Vamos!!!—ele passou na minha frente e começou a correr, mas algo me fez parar

— Chris!!! Está vendo aquilo?—apontei para a água

— O que?— ele voltou e olhou para onde eu apontava— meus deuses. É uma pessoa?

— Eu não sei. Parece que sim!

No fundo da água, tinha uma pessoa tentando não se afogar, jogando os braços para cima, como se pedisse socorro ou até mesmo não afundar.

Os dois garotos que tínhamos derrotando, logo se juntaram à mim e Chris. Eles rapidamente olharam para onde olhávamos

— O que ele está fazendo ali??— o moreno disse

— Não sei! Mas precisamos tirar ele dali. Ele vai se afogar logo, logo!— O outro garoto disse

— Vamos chamar Percy!— falei

— Não dá tempo— o do soco respondeu— precisamos nós mesmos ajudar ele. Vamos!

Arregalei os olhos por ter que entrar na água, mas os segui rapidamente.

Corremos até um bote que tinha perto e logo o colocamos na água. Os remos estavam dentro dele e começamos a remar em direção ao menino que se afogava.

Apesar de estar morrendo de medo por estar dentro d'água, recolhi tudo isso e transformei em força. Aquele menino precisava da nossa ajuda e isso era muito maior do que meu medo.

Os meninos faziam força para ir o mais rápido possível. Rodriguez e o menino do soco— como o batizei, já que não sabia seu nome— remavam com muita rapidez. Eu e o outro garoto, ficamos encarregados de ajudar o menino à subir no bote.

— Essa é uma boa hora para dizer que eu não sei nadar?— perguntei

— Não é a melhor hora, mas fique longe da borda então!!— Chris falou

— Está bem!!

Uns minutos depois, chegamos até onde o menino estava afogando, mas já não estava mais na superfície. O garoto tinha afogado.

Entramos em desespero, tentávamos ver de cada lado do bote para achar o garoto, mas nada dele. Um de nós precisava mergulhar e procurá-lo.

O garoto com quem Chris tinha lutado, se voluntariou para entrar na água, já que sabia nadar e ninguém se opôs. Mas quando o menino do soco foi colocar o remo dentro do bote, acabou me acertando com o mesmo, me jogando dentro d'água com tudo.

A partir desse momento, eu sabia que não só o menino, mas eu também me afogaria e morreria.

Que morte interessante... afogada.

De todas as mortes que pensei que teria, afogada seria uma das menos prováveis. Afinal, eu não entrava no mar por eu não saber nadar e por que minha vó não deixava.

Mas quando abri meu olhos, eu não estava morta, apenas parada. Vejo o garotinho afundando cada vez mais e começo a bater meus pés em sua direção.

Eu não sabia nadar, mas tinha a noção de que para sair do lugar, eu precisava bater meus pés.

Eu precisava tirar ele dali.

Na verdade, não era que eu não sabia nadar, era mais um medo que eu tinha. Quando minha vó era criança, ela acabou se afogando em uma piscina e quase morreu. Isso acabou gerando traumas, e claro, ela me passou esse medo.

Mas pelo visto, eu conseguia nadar.

Pego o menino, que aparentava ter uns dez anos e subo até a superfície, vendo o bote e os meninos loucos me procurando.

— Gente!?— eles olharam para baixo— peguem o menino!— empurrei o garoto para cima, até que os outros o puxaram. Ele estava desacordado.— agora me ajudem!!

Eles fizeram o mesmo comigo, me colocando para dentro do bote.

— Você não disse que não sabia nadar???— Chris perguntou confuso

— Pois é. Também achei isso, mas...— sou interrompida

— Acho que isso, explica muita coisa— o menino do soco aponta para cima de mim e eu acompanho seu dedo

Uma espécie de tridente azul brilhante, estava sob a minha cabeça. Era como algo mágico, como uma força muito maior do que qualquer um conhecia.

— É o seu pai...— o outro cara disse— Poseidon é seu pai!

É O QUE???

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Oieee meu povo!!! Desculpa a demora pra postar os capítulos.

Agora a história vai realmente começar e espero que estejam preparados kakakakaaka

Deixe uma ⭐️ pra mim! Ajuda dms!!!

Espero que estejam gostando da história.

A luta da minha vida: Penelope VendiseOnde histórias criam vida. Descubra agora