Capítulo 13- A captura da bandeira

25 3 0
                                    

Na parte da tarde, todos já sabiam do episódio do refeitório. Ou melhor, o segundo episódio do refeitório.

Por onde eu passava, as pessoas olhavam para mim e sussurravam coisas. Achei que já estaria livre de problemas, depois de uma semana aqui, mas eu estava bem errada.

Estávamos nos preparando para a captura da bandeira. Annabeth montava estratégias para ganhar, enquanto Percy olhava se estava tudo certo entre os semideuses, se tinham colocado a armadura corretamente e se estavam confortáveis com suas armas.

Nunca pensei que pensaria isso, "se estavam confortáveis com suas armas" que loucura.

Eu estava no meu canto, arrumando minha própria armadura e tentando colocar meus pensamentos no lugar. Não queria me meter em mais confusões, pelo menos não durante uns dias.

Depois de alguns minutos, Annabeth nos chamou para passar o plano. Estava ansiosa para isso, talvez se eu lutasse junto à ela... seria incrível.

Eu ficaria com Luke

Assim que falaram que iria ficar com ele e mais alguns campistas, minha vontade foi de voltar imediatamente para o chalé e dormir.

E quem sabe gritar "INFERNO, INFERNO, INFERNO" para que todos me ouvissem.

Mas eu tinha me comprometido à participar da captura da bandeira, então continuei firme, com a coluna ereta, fingindo nem ligar.

— Certo. Quem estiver no meu pelotão, venham comigo. Vamos por dentro da floresta.— Castellan disse em voz alta para que todos ali escutassem.

Eu e os outros semideuses que éramos comandados por Luke fomos atrás dele.

O garoto era um líder nato. Ele sabia exatamente o que fazer e como fazer. Provavelmente já havia participado de muitas como essa. Luke guiava de uma forma incrível o nosso time e isso me fez o odiar menos, talvez ele nos faria ganhar. Até que:

— Penelope, você fica aqui. Não deixe ninguém passar dessas pedras!

Ele se virou para ir embora, mas rapidamente falei:

— O que? Como assim? Sozinha? E se tiverem reforços? Deixe Kate comigo, pelo menos!— abaixei a espada que me deram para o jogo.

— Algum problema?

— Todos? Se chegarem mais de dois por aqui, não vou conseguir pará-los. Não sozinha!— falei como se fosse óbvio

— Para arrumar confusão e problemas, você faz sozinha, não é? Mas para fazer algo que preste...—não deixei que ele terminasse e avancei até ele, parando bem perto ao seu rosto, apontando o dedo na sua cara.

— Escuta aqui, garoto. Eu não sou uma planta, que não faz nada direito. Você vai me respeitar nem que seja a última coisa que eu faça. Não fale dessa forma de novo comigo, entendeu?

Castellan já estava me dando nos nervos. Não gosto de pessoas como ele, que se acham melhor que todos em sua volta.

O canalha apenas solta uma risada filha da puta e abaixa sua cabeça, para olhar nos meus olhos. O fato de eu ser bem menor que ele, nunca me impediu de bater de frente. Tem algo de errado comigo?

— Me faça te respeitar. Quem sabe eu pego leve com você, Nervosinha!— empurrei seu ombro com força

— Já mandei parar de me chamar de Nervosinha, cafajeste!

— Será que dá para você parar de bater em meu ombro?—colocou a mão no local atingido

— Pare de ser um idiota e "quem sabe eu pego leve com você!"

Ele se aproximou de mim, ficando a centímetros do meu rosto, coberto por aquele capacete esquisito que obviamente eu não sabia o nome.

— Não brinque com quem não sabe brincar, Vendise. Não sabe do que sou capaz de fazer!

Tombei minha cabeça para o lado e abri um sorriso de quem apronta

— Também não sabe do que sou capaz Castellan, eu posso ser seu pior pesadelo

Ficamos nos encarando com os olhos estreitos. A qualquer breve movimento, poderia ser travada a terceira guerra mundial.

Mas por sorte um barulho ecoa pela floresta inteira, o fazendo afastar imediatamente.

— O jogo começou! Faça o que mandei. Se perdermos por sua causa...—deixou para que eu imaginasse o que ele queria dizer.

Luke se virou descendo o barranco e me deixando sozinha.

— Filho duma quenga!—reclamei sozinha

Logo me recompus do meu ódio repentino e rapidamente me pus em formação. Já que eu ficaria sozinha ali como uma espécie de vigia, iria fazer o meu melhor. Eu era ótima lutando e se tivesse que por em prática, ótimo! Já estava na hora.

Se Castellan achava que eu iria me sair mal por ficar sozinha, ele estava errado. Tenho capacidade o suficiente para parar alguns semideuses que tinham mais treinamento e habilidades que eu.

Fácil.

Fiquei ali parada durante mais de uma hora. Ninguém tinha passado por aqui. Ninguém. Estava começando a achar que Luke tinha me posicionado aqui para me tirar da captura.

Tinha a sensação de que se eu saísse daqui, iria me deparar com uma grande confusão. Geralmente eu gostava de uma boa confusão, um bom problema, afinal, eu sempre fui impertinente o bastante para me dar bem com eles, mas dessa vez, algo me dizia que se eu entrasse, não iria sair facilmente. Além de que não queria cruzar com Clarisse. Não depois do que disse para a filha de Ares.

Por um segundo, me senti aliviada por Luke ter me tirado do caminho. Acho que se cruzasse com a pessoa errada... provavelmente teria grandes problemas. Relaxei por um tempo. Tirei o capacete esquisito— que eu não sabia o nome— e deixei a espada brilhante um pouco afastada e me sentei no chão, encostada num tronco grande que tinha ali.

Durante o tempo que fiquei ali, pensei em todas as coisas que tinham acontecido comigo durante essas últimas semanas.

Esse negocio de semideus, pais deuses, lutas com espadas e arco e flechas, essas armaduras e capacetes esquisitos... essa nova vida era simplesmente maluca. Algo que nunca pensei que iria viver na vida.

Se eu tivesse escolha, eu não gostaria de viver isso.

Eu não queria ser uma semideusa.

Mas já que não tinha escolha, aqui estava eu lutando num rouba bandeira extremamente elaborado e perigoso.

Sou tirada dos meus pensamentos, quando escuto um barulho de folhas sendo amaçadas. Rapidamente me levanto e pego minha espada—emprestada— e fico de olho para quem estava vindo em minha direção.

A luta da minha vida: Penelope VendiseOnde histórias criam vida. Descubra agora