Fagiljker

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As sombras da noite dançavam à medida em que o céu perdia o brilho das luzes. Mais uma vez a noite surgia em um reino tirano, que deixava cair suas máscaras junto à calada noturna. Os lobos apareciam, os monstros sorriam, o brilho prateado das espadas resplandeciam e, então, só ouviam-se os gritos de mais uma guerra.


Fagiljker estava em guerra. Essa afirmação era constante em uma recorrência cansativa decenária. As pessoas enfraqueciam e morriam à medida em que anos e anos passavam-se, mas, em compensação, o reino expandia cada vez mais.


Riqueza, fama e poder; um reino de nome forte e status elevado, assentado sobre a miséria e podridão que deixou seu povo. A fome era como uma ceifeira, que atacava o estômago daqueles que não se comportavam nas sombras noturnas. O frio era como um assassino silencioso, esperando a hora exata para dilacerar e destruir cada fibra de seu alvo, antes mesmo que ele grite por ajuda.


Um reino manchado em sangue, mas glorioso em suas conquistas; Este era o reino de Fagiljker. Naquela noite, a guarda real juntou-se de forma desesperada para defender o palácio real. Eles foram invadidos. Não era novidade nenhuma serem tratados como vilões pelos reinos vizinhos. As invasões eram constantes, mas sempre saíam vitoriosos.


Rapidamente, espadachins experientes se colocaram em posição para o ataque, junto aos arqueiros, lateralizados e a infantaria com lanças enormes e prontas para matar. Homens jovens e sedentos por sangue, acreditando serem uma raça revolucionária de um reino glorioso. Eles não ligavam para a morte; não quando em suas mentes haviam a certeza de nascerem no único reino digno de pisotear e governar o mundo.


Prontos para o ataque, desembainharam suas espadas e bradaram um grande urro de empolgação para mais uma batalha.


Pobres mendigos que viviam nas ruas sujas da capital foram terrivelmente pisoteados pela infantaria, mortos sem ao menos experimentar o gosto de uma água limpa. Crianças pobres que tiveram o infortúnio de estarem nas ruas nessas horas tiveram suas cabeças e membros cortados ao meio pelos espadachins do próprio reino. Sem piedade. Mas o que poderiam fazer? Estavam sendo atacados por outro reino!


Embora a capital fosse tão sombria nas noites, ela era de uma beleza inegável: Ruas largas e bem desenvolvidas; mansões esbanjando riquezas em suas cores e arquitetura nada modesta; lojas e mais lojas fabricantes de riquezas para o reino; palácio real construído do mais puro ouro e... do outro lado da cidade, haviam os pobres. Para estes, ruas porcas, esgotos nos lagos e casas caindo aos pedaços serviam-lhes bem.


O exército foi à frente da batalha, deixando a guarda real na proteção do palácio. O rei precisava de uma defesa mais que pronta e bem treinada para proteger sua integridade e, na verdade, ele nem estava tão preocupado com isso.


Para o rei, essa vitória era garantida.


Charles Gerhard Von Hohenzollern, nomeado rei de Fagiljker aos 18 anos, quando seu pai teve o infortúnio de morrer para uma epidemia que se alastrou na capital. Hoje, com 28, é o tão glorioso rei de Fagiljker, reino que se desenvolveu pelas suas conquistas em guerras por territórios.


Charles queria que seu reino se tornasse um império. A monarquia não era o suficiente para a sua grandeza. Ele precisava de mais. E com isso, não importaria quantos morreriam no caminho. A estrada sangrenta era apenas um caminho árduo para sua glória.

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