As Tragédias Me Acompanham

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De volta aos dias atuais...


_ Déborah... por quê?... como? _ Charles deu um passo em sua direção, mas recuou logo em seguida. Sabia que não merecia aquela mulher.


Tudo o que ela sofreu era culpa dele. Seus olhos marejaram e um nó na garganta se formou. Parecia que estava vendo uma miragem, ou o seu maior sonho; mas não merecia viver um sonho. E, sem dúvida alguma, aquela mulher, tão bela quanto a luz do sol, não merecia um homem desprezível feito ele.


Déborah mirou a pistola na cabeça de Charles, destravando ela e posicionando seus dedos em direção ao gatilho.


_ Não é da sua conta se estou viva ou morta.


Curta e grossa. Cruel e implacável; essa era a mulher por quem ele se apaixonou, mas ela estava mais distante que o normal. Estava certa, ele falhou assustadoramente em protegê-la.


E, se ela estava viva, ele não importaria de morrer em suas mãos.


Sorrindo, ficou estático, esperando que a bala o atingisse logo. Acabaria com seu sofrimento de ter vivido uma vida inteira em prol de vingança. Morrer pelas mãos de sua amada era mais como uma salvação do que um trágico fim. Ele estava feliz. Ela estava viva e ainda lembrava-se dele, isso era tudo o que ele podia querer.


Fechou os olhos e esperou que sua morte chegasse. Mas a bala não veio. Esperou segundos e segundos e segundos, mas nada lhe atingiu; ao contrário, um barulho lhe tirou de seus devaneios.


Déborah havia caído no chão. Inconsciente.


Charles arregalou os olhos, completamente assustado e temeroso. Logo, correu em direção à ruiva.


_ Não, não, não, não. De novo não... _ Lágrimas começaram a escorrer de seus olhos, sentindo um grande aperto no peito. A sensação de perdê-la novamente era pior que sua própria morte.


Allan foi correndo pegá-la em seu colo. Fuzilou Charles com o olhar quando o viu tão próximo da ruiva. Ele sabia que havia algo entre eles, mas o que quer que tenha acontecido, terminou muito mal. E a sua dor de cabeça... ela tinha sido teimosa o suficiente para não ir ao médico. Certamente estava com algo muito grave.


Charles tentou tocá-la, mas Yan o empurrou para longe assim que o viu tão perto. Allan aproveitou o momento para se levantar e sair daquele quarto e Anna foi junto, visivelmente preocupada com Déborah. Quando os três ficaram a sós naquele quarto, Yan aproveitou para levantar as mangas de sua camisa e dar passos largos em direção à Charles.


Fuzilava-o com os olhos. Parecia querer matá-lo.


_ Solte a minha mulher! _ O loiro ordenou, correndo e levantando seu punho.


Socou Charles tão forte que o fez cair no chão. Charles passou a mão no rosto ferido e riu, olhando para aquele loiro à sua frente.


_ Que se dane, quero mais é que você morra. _ Voou para cima de Yan, dando-lhe socos um atrás do outro._ Quero ver Déborah. Ela é a minha mulher! _ Bradrou.

O Rei TiranoOnde histórias criam vida. Descubra agora