Luz e Escuridão

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Quase 1h de estrada e finalmente chegavam ao apartamento de Allan. Nada de bairro nobre, famoso, com casas luxuosas ao redor, apenas um lugar sombrio em um pequeno edifício mais sombrio ainda.


Allan saiu do carro, pegou seu molho de chaves e caminhou até a porta do edifício, girando a chave certa e abrindo-a. Destrancou a porta pesada de ferro do antigo edifício com um movimento firme, o rangido das dobradiças ecoando pelo corredor mal iluminado. O prédio, sombrio e decadente, exalava um cheiro de mofo e madeira envelhecida, as paredes cobertas por grafites e rachaduras que revelavam anos de abandono. Apesar de sua aparência desgastada, ali, naquelas ruas, sua máfia mantinha controle e respeito. Ele pegou Anna pegou braço e a puxou para o prédio, fazendo-a subir ao seu lado. Subindo as escadas desgastadas até seu apartamento no último andar, entraram em um espaço igualmente obscuro: móveis escassos e sombreados por cortinas pesadas, as luzes fracas mal iluminando o ambiente.


Anna quase pôs o estômago pra fora. Aquele lugar era horrível, mal iluminado e bastante medonho, como alguém poderia viver em um lugar com essas condições? Insano.


_ Não gostei daqui _ ela reclamou, virando-se para a porta_, eu quero ir embora.


_ Sim, sua idiota, agora me dá o endereço do seu apartamento.


Anna ficou imóvel, sem palavras, tentando lembrar onde estava situado seu apartamento _sabia que era bem longe daquele lugar horrível. No entanto, ao não lembrar o nome, caiu no chão, tonteando ainda pelo excesso de álcool em seu corpo.


_ Ei, você está bem? _ Perguntou o moreno, aproximando-se da garota.


_ Eu...


_ Que saco. _ Praguejou, abaixando-se e pegando-a no colo com os seus braços. Logo, se levantou e caminhou até o quarto, carregando-a como se fosse uma pena, foi em direção à cama e a colocou sobre a mesma. Ela se aconchegou na cama, fechando os olhos e sorrindo. Allan observava-a._ Pelo menos... você é minimamente adorável dormindo.


Allan se virou, indo para a porta para deixá-la sozinha e confortável enquanto dormia. No entanto, parou rapidamente quando ouviu um grito.


_ Não vá! _ Ela pediu, com seus olhos marejados. Parecia assustada e desconfortável._ Por favor... não quero ficar sozinha.


Estava bêbada, sem noção do que dizia na maioria das vezes, irritante, mas Allan sentiu sinceridade e ele até entendia o porquê dela estar assim. Se compadeceu ao vê-la tão atordoada, uma vez que parecia uma menina ingênua, que nunca enfrentou dificuldades na vida e nunca esteve do lado negro da humanidade. Ela parecia até um anjo. Mas, agora estava na casa de um outro homem, em um lugar perigoso e completamente desconfortável, onde o próprio quarto em que ela estava tinha armas e facas penduradas, além de ser completamente escuro e sem vida. A garota estava assustada. Ele sabia que ela não merecia isso, não merecia um mundo tão obscuro quando a única coisa em que conhecia era a luz.


Mas era muito irritante ter que cuidar de uma pessoa assim.


_ O que quer que eu faça? Cante uma música de ninar, é? _ Ele cruzou os braços, bufando e virando o rosto. Sua raiva era iminente.


O Rei TiranoOnde histórias criam vida. Descubra agora