O Homem que eu Amo

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Anna percebeu Allan chegar mais um vez tarde da noite naquele lugar, que, posteriormente, descobriu que era a sede de sua máfia. Há 3 dias estava presa naquele quarto, sendo vigiada dia e noite por tudo o que fazia, como se qualquer deslize que cometesse a levasse para o seu próprio fim. Não adiantou implorar para sair, dizer que jamais contaria nada do que viu, porque ele não era muito aberto a novos acordo. Logo Anna via a sua verdadeira face.


Hoje, estava exausta de passar tanto tempo dentro de um lugar tão apertado e com cheiro de mofo. A escuridão daquele quarto era tão tenebrosa que a fazia perder seu sono constantemente. Era tratada da pior maneira e tudo isso porque guardava um grande segredo. Mas assim não seria pior? Se ele continuasse fazendo isso não poderia ter uma péssima impressão? Ela achava aquilo tão ridículo e insalubre... mas deixar de amá-lo estava fora de opção.


Resolveu espiar da porta entreaberta de seu quarto quando ele chegava. Nunca havia feito isso, mas já tinha tanto tempo que não o via... logo, assustou-se quando o viu com aquela camisa social branca completamente manchada de sangue, seus cabelos castanhos, agora crescidos, em mechas bagunçadas pelo rosto e a calça social cinza com alguns cortes. Ele estava assustador, tenebroso, completamente insano.


E ele sorriu para ela quando a viu observando-o. O coração de Anna bateu mais rápido por ser pega em flagra olhando-o por entre a porta. Logo fechou a porta e correu para a cama, sentou-se e esperou que aqueles passos diminuíssem até não escutar por mais nada, como sempre acontecia. E esperou, contou 1...2...3...4...5 e mais nada se ouvia. Os minutos se passaram como uma eternidade. No entanto, parecia que estava tudo tranquilo e as luzes apagadas. Era sinal de que ele já tinha ido dormir.


Anna se levantou novamente e caminhou até a porta para conferir. Se tudo estivesse limpo e ele realmente tivesse ido dormir, poderia pelo menos pegar um copo de água em paz. Não que não gostasse da presença dele, mas as vezes aquilo era tudo muito estranho. E assustador. Principalmente assustador.


Girou a maçaneta da porta e abriu lentamente ela, tomando todo o cuidado possível para fazer o mínimo barulho possível. Quando abriu, quase caiu para trás ao ver aquela figura assustador à sua frente.


_ Estava me espiando, é? _ Perguntou o moreno em entonação grave e rouca, dando alguns passos em direção à loira.


Seu corpo estava coberto por manchas de sangue, o que o tornava tão mais assustador que o normal. Anna estava com uma mistura de sentimentos que nem mesmo sabia decifrar, mas recuava a cada passo que ele dava. Suas pernas começavam a bambear e seu coração a bater mais rápido. Não conseguia falar. A respiração estava visivelmente descontrolada.


_ O que foi? _ Ele disparou, dando passos pesados à medida em que ela se afastava_ Quer me espiar mas tem medo de falar comigo?


_ Você está... _ Anna gaguejava e as palavras mal saíam de sua boca_ está... coberto... de sangue.


_ Oh, isso? _ Ele levantou seus braços. O sangue pingava no chão._ Ver sangue te deixa com medo?


_ Não... isso... _ quanto mais recuava, mais via Allan dando passos em sua direção. Quando tentou recuar mais, viu que já batia suas panturrilhas na cama, sinalizando que era o fim da linha se quisesse fugir._ você... matou alguém?

O Rei TiranoOnde histórias criam vida. Descubra agora