Liberdade

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Catarina entrou dentro do apartamento de Allan, retirando sua máscara e lembrando-se da dor de sua última briga. A noite anterior foi muito produtiva, mas lhe custou muito caro. Estava completamente dolorida e com ressentimentos quanto a tudo o que fez, como se fosse errado o bastante. Mas era o seu trabalho. Ele era um péssimo homem. E ele... nem deveria estar nesse mundo.


Estava atrapalhando o destino que Yan e Vanessa cruzaram, estava atrapalhando Allan em suas questões e estava a atrapalhando. Não queria sentir-se tão incomodada com algo tão insignificante que era a existência desse homem em seu mundo.


Ele estava no lugar errado.


E ela consertaria as coisas.


E, para isso, não se importaria de sujar suas mãos.


_ O quê? Catarina? _ Allan saiu correndo em sua direção assim que a viu tontear e cair no chão.


Ele a levantou, levando-a até o sofá da sala e a deixando deitada, com travesseiros embaixo dos joelhos e panturrilhas, para aumentar a circulação em seu cérebro. Ela voltava pouco a pouco para sua sanidade.


_ Como você está? _ Ele perguntou mais uma vez.


Catarina insistiu em levantar do sofá, mas foi impedida por Allan, que via a seriedade de sua saúde no momento.


_ Por favor, descanse um pouco.


_ Eu... acho que o matei... _ ela disse ainda tonta e com sua cabeça latejando.


_ Ele está em estado grave. Os noticiários já informaram a situação atual. _ Ele a olhou passar a mão pela cabeça novamente. Sabia que ela estava doente._ Santo Deus, Catarina, por que não vai ao médico?


_ É só uma dor de cabeça.


_ Uma dor de cabeça que você sempre tem. Catarina, iremos amanhã ao médico.


Ela virou o rosto, em completa chateação.


_ Cale a boca. Eu vou sozinha.


Allan sorriu, levantando-se. Sempre fora apaixonado por ela porque, com ela, seus sentimentos estariam seguros. Ela era má, arrogante, esnobe e a própria personificação da escuridão, mas tudo isso muito combinava com ele, que também não passava de uma criatura sombria. Estar com Catarina era conveniente e apenas racional. Sempre agradeceu por ser salvo por ela, mesmo que ela nunca retribua seus sentimentos.


Aquele misto de emoções faziam sua cabeça parar de funcionar.


Um barulho. Anna acabara de sair do seu quarto, encontrando os dois em uma situação completamente estranha. Anna... Allan sabia que era tão irracional sentir-se atraído por ela quando havia a personificação da maldade ao seu lado. Mas ele não podia negar, seu coração era traiçoeiro e covarde. E, ah... aquele expressão de surpresa que Anna fazia era tão divertida. Queria mais.

O Rei TiranoOnde histórias criam vida. Descubra agora