Destinos Corrompidos pt. 3

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Dois meses se passaram desde então, em que eles se viam todos os dias no mesmo horário da tarde. Para Charles, era como se a razão de viver voltasse a existir. Praguejou pelos dias em que sentia vontade de acabar com sua vida, porque se fizesse isso jamais conheceria a luz do seu mundo. Aquela garota era fantástica.


Aproximava-se da época fria nas terras do norte, deixando aquela floresta completamente sem vida. A neve começava a cair e o frio começava a ser um incômodo. Dessa forma, percebia que não seria uma experiência tão boa deixar a garota naquela floresta para se encontrarem todos os dias. Deus, ela podia adoecer tão rapidamente.


Em pouco tempo, via-se inteiramente apaixonado por ela.


_ O que você está fazendo? _ Perguntou Charles para a princesa.


Ela agora vestia um vestido vermelho vivo, largo até a altura dos seus tornozelos. Jamais vira uma beleza tão reluzente em toda a sua vida. Ela estava divina em todas as suas formas, como um anjo e o próprio caminho do mal. Descalça, estava abaixada desenhando sobre a terra com um pedaço de graveto. Seu cabelo ruivo bagunçava-se ao vento em ondas rebeldes e cheias de vida.


Olhou para ele e sorriu, deixando o graveto no chão.


_ Magia. Nós vamos nos teletransportar para um lugar bem legal.


_ O quê? _ Charles preocupou-se. Sabia que ela fazia o que quisesse em qualquer hora, sem dar qualquer satisfação, mas isso era mais que loucura.


A garota ignorou sua pergunta, levantou-se e pegou em sua mão, trazendo-o para dentro do círculo desenhado. Fechou os olhos e começou a recitar várias palavras uma após a outra, que definitivamente não eram na língua de seu país, e um brilho acendeu sobre o círculo. Quando, por fim, um enorme vento circulava aquele desenho, ela abriu seus olhos e disse, finalizando o ritual:


_ Leinuae mi.


Em um piscar de olhos, todo aquele vento, brilho e barulho ocasionado pela magia cessou. Agora, Charles via-se em um lugar completamente diferente. Olhou ao redor e era como se estivesse em outra nação, em um reino diferente e mais amistoso. Não era frio e sombrio, ao contrário, era vivo e aconchegante.


Um reino tropical, onde até mesmo o inverno era lindo e florido. De cima daquela montanha, conseguia ver todas as casas, em jogo de cores alegres e felizes, pessoas nas ruas dançando e cantando como se tudo fosse uma grande festa. No centro, um enorme palácio em estilo vitoriano e revestido de mármores que mais pareciam diamantes. Ou eram realmente diamantes? Parecia um reino saído de um conto de fadas. E, mesmo longe, conseguia ver as características das pessoas daquele reino: ruivas e artistas.


_ Estamos em Tryse _ Charles concluiu, soltando um suspiro extasiado.


_ Sim. É a primeira vez aqui? _ A garota sorriu, pegando na mão dele e correndo para descer aquela montanha.


Charles não tinha palavras para expressar o quão surpreendido ele estava. Todos os dias ela fazia questão de mostrar outros lados da vida e ele sempre ficava surpreso com todos eles. Estavam há milhares e milhares de léguas do seu reino, que nem sabia decifrar ao certo, mas provavelmente dariam 2 meses de viagem. Aquilo era insano, em questão de segundos já estavam em um reino diferente.

O Rei TiranoOnde histórias criam vida. Descubra agora